Eu não dormi nada na noite que antecedia a cesárea da Lauren e quando o dia amanheceu eu resolvi levantar.
Dois motivos me tiraram o sono. A ansiedade de um evento importante no qual havia muita expectativa, que era a cesárea da Lauren... e de uma forma estranha eu não queria deixar Five Corners. Era como se a mágica fosse ser deixada ali e Laura e Carlie passassem a não existir mais na minha vida.
Eu me lembrei de Miami quando fomos lá pela última vez. Eu tive a mesma sensação e dias depois Laura me deixou. Um frio percorreu minha espinha com esse pensamento e eu precisei tocar Laura pra lembrar que ela estava mesmo ali, que era real.
Meu corpo já estava dolorido de ficar tanto tempo parado na mesma posição sem fazer nada. Eu apenas velei o sono da Laura a noite toda e ficava olhando a pele do seu ventre se movimentar com os movimentos da Carlie dentro dele. Já era visível as travessuras da nossa pequena e eu olhava fascinado.
Por um momento eu me perguntei como as mulheres conseguiam dormir com uma criança se movendo dentro delas, mas eu logo cheguei a conclusão que elas eram perfeitas e nasceram pra isso.
Instinto, talvez.
Talvez seja milagre. Coisas que só Deus explicaria.
Eu beijei a bochecha da Laura, quase sem encostar meus lábios em sua pele. Levantei, fiz minha barba e minha higiene pessoal.
Voltei pro quarto e Laura ainda dormia em nossa cama, seminua. No corpo dela um top curto vermelho, que deixava toda sua barriga a mostra, e uma das suas calcinhas short. Ela estava deitada de lado e usava uns quatro travesseiros juntos. Um na cabeça, um apoiando as costas, um apoiando a barriga e outro entre as pernas.
Eu sorri ao lembrar que na primeira semana que viemos pra nossa casa tivemos que comprar correndo todos esses travesseiros pra que ela dormisse confortavelmente.
Ela estava ainda mais linda e eu me segurei pra não acordá-la e tomá-la novamente naquela cama. Ela precisava de descanso depois da noite passada. Minha menina estava se tornando cada vez mais uma "pequena insaciável" e pedi mentalmente – umas mil vezes – que aqueles hormônios nunca mais a abandonasse. Nunca.
Sua barriga estava ainda maior, ela dizia que não, mas eu sabia que estava. Eu via que estava.
Eu admirava encantado às mudanças do seu corpo. Por quatro anos eu vi isso acontecer várias e várias vezes, mas ver na minha mulher... não tinha preço.
Laura continuava baixinha e magra, quem a olhasse de costas nunca diria que ela estava grávida, talvez seu quadril um pouco aumentado a denunciasse, mas eu me arriscava a dizer que ela ainda estava mais gostosa do que era antes.
Eu acho que os meus hormônios estavam tão excitados quanto os dela. Bom, dizem que os maridos ficam grávidos junto com as esposas, talvez o meu nível de testosterona acreditasse nisso. Eu não sabia se era porque ela queria sexo toda hora. Eu mal tinha tempo de me recuperar entre uma e outra, mas Jesus! Eu queria tanto quanto ela e às vezes até me esquecia que ela tinha que se alimentar enquanto eu saboreava sua pele com a minha língua.
Estávamos com quase 7 meses de gestação.
Na última consulta Carlie estava com 40 cm e pesava quase 1 quilo e meio. Essas medidas me fizeram suspirar de alívio porque se acontecesse alguma emergência, nossa menina já tinha um bom peso. Mas nós acreditávamos que estava tudo bem. Eu e Dr. Jones estávamos confiantes com o parto da Laura, que infelizmente teria que ser cesárea. Seu útero ainda estava fino e nós temíamos que ele não fosse aguentar durante a força do parto e com as contrações se rompesse. Era melhor não arriscar.
Laura era preciosa demais pra mim, assim como Carlie, e eu nunca colocaria a vida dela em risco dessa forma. Eu cuidaria dela depois da cirurgia, talvez contratássemos alguém pra ajudá-la com Carlie nos primeiros meses ou mamãe poderia ajudá-la, mas tudo ficaria bem.
Como Laura podia dizer que a sua barriga não havia crescido?
Pra mim, era visível.
Ao olhá-la eu só tive a confirmação de como elas eram importantes na minha vida e como eu não via à hora de conhecer a nossa garotinha e segurá-la em meus braços.
Deus! Quantos bebês eu segurei pela primeira vez?
E agora seria o meu bebê. Meu e da Laura.
Eu seria a primeira pessoa do mundo a segurá-la e meu coração inchava só de pensar nisso.
Eu esperava que Laura quisesse mais filhos.
Eu queria meia dúzia deles.
Todos com os olhos acinzentados e cabelos cor de chocolate. Tímidos como ela e que suas bochechas corassem quando fossem surpreendidos ou quando estivessem envergonhados. Que tivessem nossa mania de passar a mão nos cabelos ou puxá-los quando estivessem nervosos.
A meiguice da Laura e seu eterno estado de espírito de menina, que eu amava e admirava tanto quando a mulher forte que ela era.
Eu queria que ela fizesse literatura depois que Carlie nascesse. Eu ainda realizaria o sonho dela em ser professora. O sonho de Charlie.
Eu não me contive e toquei seu rosto.
Ela se mexeu um pouco e deu um meio sorriso.
Quando abriu os olhos ela resmungou.
- Você fez a barba. – fez uma careta.
- Fiz sim. – disse alisando seus cabelos. – Desculpa ter te acordado. Durma, ainda está cedo.
- Que horas são? – ela se esticou.
- Não são nem 7 meu anjo, durma. – beijei seus cabelos.
- Como posso dormir sem você aqui? – ela fez um bico.
- Eu perdi o sono. – disse nervoso.
- Você nem dormiu, Massimo. – ela revirou os olhos. – Eu te conheço o suficiente pra saber que você está ansioso demais pra dormir.
- Eu não dormi. – admiti olhando pra ela.
- Vem cá. – ela esticou um braço pra mim e eu me deitei mais na cama. Eu estava meio sentado antes.
Eu deitei e ela se aninhou ao meu braço, sua barriga estava quase em cima do meu abdome.
Eu dormi.
Bastou Laura coçar suavemente meus cabelos, ou escová-los com os dedos que eu dormi.
O efeito calmante que ela exercia em mim era surpreendente e fascinante.
- Meu anjo... – o meu anjo sussurrava pra mim. – Vamos gatão, está na hora.
Sua risada invadiu meus ouvidos.
Eu me espreguicei e abri meus olhos.
- Que horas são? – perguntei com a voz rouca.
- Quase duas amor. – ela sentou na cama.
A cirurgia era às 4. Eu ainda tinha tempo pra tirar mais um cochilo e...
Meu pensamento morreu quando eu vi que Laura estava apenas de roupão sentada na cama.
O nó estava bem fechado, mas a curva deliciosa dos seus seios sobressaltava no decote do roupão.
- Você está tentando me seduzir? – perguntei apontando pros seus seios.
Ela olhou pro topo deles com uma cara de inocente e sorriu cheia de malícia.