Capítulo 27

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Eu não dormi nada na noite que antecedia a cesárea da Lauren e quando o dia amanheceu eu resolvi levantar.

Dois motivos me tiraram o sono. A ansiedade de um evento importante no qual havia muita expectativa, que era a cesárea da Lauren... e de uma forma estranha eu não queria deixar Five Corners. Era como se a mágica fosse ser deixada ali e Laura e Carlie passassem a não existir mais na minha vida.

Eu me lembrei de Miami quando fomos lá pela última vez. Eu tive a mesma sensação e dias depois Laura  me deixou. Um frio percorreu minha espinha com esse pensamento e eu precisei tocar Laura pra lembrar que ela estava mesmo ali, que era real.

Meu corpo já estava dolorido de ficar tanto tempo parado na mesma posição sem fazer nada. Eu apenas velei o sono da Laura a noite toda e ficava olhando a pele do seu ventre se movimentar com os movimentos da Carlie dentro dele. Já era visível as travessuras da nossa pequena e eu olhava fascinado.

Por um momento eu me perguntei como as mulheres conseguiam dormir com uma criança se movendo dentro delas, mas eu logo cheguei a conclusão que elas eram perfeitas e nasceram pra isso.

Instinto, talvez.

Talvez seja milagre. Coisas que só Deus explicaria.

Eu beijei a bochecha da Laura, quase sem encostar meus lábios em sua pele. Levantei, fiz minha barba e minha higiene pessoal.

Voltei pro quarto e Laura ainda dormia em nossa cama, seminua. No corpo dela um top curto vermelho, que deixava toda sua barriga a mostra, e uma das suas calcinhas short. Ela estava deitada de lado e usava uns quatro travesseiros juntos. Um na cabeça, um apoiando as costas, um apoiando a barriga e outro entre as pernas.

Eu sorri ao lembrar que na primeira semana que viemos pra nossa casa tivemos que comprar correndo todos esses travesseiros pra que ela dormisse confortavelmente.

Ela estava ainda mais linda e eu me segurei pra não acordá-la e tomá-la novamente naquela cama. Ela precisava de descanso depois da noite passada. Minha menina estava se tornando cada vez mais uma "pequena insaciável" e pedi mentalmente – umas mil vezes – que aqueles hormônios nunca mais a abandonasse. Nunca.

Sua barriga estava ainda maior, ela dizia que não, mas eu sabia que estava. Eu via que estava.

Eu admirava encantado às mudanças do seu corpo. Por quatro anos eu vi isso acontecer várias e várias vezes, mas ver na minha mulher... não tinha preço.

Laura continuava baixinha e magra, quem a olhasse de costas nunca diria que ela estava grávida, talvez seu quadril um pouco aumentado a denunciasse, mas eu me arriscava a dizer que ela ainda estava mais gostosa do que era antes.

Eu acho que os meus hormônios estavam tão excitados quanto os dela. Bom, dizem que os maridos ficam grávidos junto com as esposas, talvez o meu nível de testosterona acreditasse nisso. Eu não sabia se era porque ela queria sexo toda hora. Eu mal tinha tempo de me recuperar entre uma e outra, mas Jesus! Eu queria tanto quanto ela e às vezes até me esquecia que ela tinha que se alimentar enquanto eu saboreava sua pele com a minha língua.

Estávamos com quase 7 meses de gestação.

Na última consulta Carlie estava com 40 cm e pesava quase 1 quilo e meio. Essas medidas me fizeram suspirar de alívio porque se acontecesse alguma emergência, nossa menina já tinha um bom peso. Mas nós acreditávamos que estava tudo bem. Eu e Dr. Jones estávamos confiantes com o parto da Laura, que infelizmente teria que ser cesárea. Seu útero ainda estava fino e nós temíamos que ele não fosse aguentar durante a força do parto e com as contrações se rompesse. Era melhor não arriscar.

Laura era preciosa demais pra mim, assim como Carlie, e eu nunca colocaria a vida dela em risco dessa forma. Eu cuidaria dela depois da cirurgia, talvez contratássemos alguém pra ajudá-la com Carlie nos primeiros meses ou mamãe poderia ajudá-la, mas tudo ficaria bem.

Only hopeWhere stories live. Discover now