ATENÇÃO! ESSE CAPITULO CONTÉM GATILHOS E VIOLENCIA EXPLICITA, MAS RECOMENDO NÃO PULAR POIS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA O DESFECHO. LEMBRANDO QUE DEPOIS DESSE CAPITULO TEREMOS O EPILOGO E UM CAPITULO ESPECIAL MOSTRANDO AS REFERENCIAS DE ROUPAS E ETC.
TAMBÉM RECOMENDO ESCUTAR "HOLD ON" QUANDO APARECER *music on*
BJS, BOA LEITURA!
PS: RECOMENDO TER LENÇOS DE PAPEL AO LADO ENQUANTO LÊEM HEHE
Azriel
— Algo não está certo — digo para meus irmãos quando chegamos no local que nos foi passado.
Estávamos em um lugar afastado de Velaris, se fossemos a pé chegaríamos lá ao anoitecer, era no meio do nada, apenas árvores e mais árvores e mais árvores.
Nada aos arredores, nada de suspeito.
Tudo o que sabíamos é que o pedido de ajuda havia sido anônimo, mas conhecíamos a Corte Noturna como a palma da mão e o local que foi enviado para nós só poderia estar errado.
— Tem certeza que leu o negócio certo? — indagou Cassian a Rhys.
— Claro que sim! — respondeu. — Vamos dar uma olhada ao redor, tentar descobrir se existe algo a mais por aqui que não vimos.
Assentimos e cada um foi para uma direção diferente.
Enquanto caminhava, minhas sombras estavam em posição, preparadas para atacar em caso de ameaça, mas encontrei a mesma coisa daquele local que começamos: pedras, árvores, arbustos...
Então em um canto encontro um arbusto cheio de flores, me aproximo dele, o examinando. Me agacho e pego uma entre os dedos, levo até o nariz, sentindo seu aroma, era o mesmo cheiro do sabonete da Dahlia.
Isso me fez arrancar um sorriso, lembrando-me da sua preocupação de irmos para uma missão quando poderia começar a chover a qualquer momento, ela não tinha jeito mesmo...
Sempre que ia trabalhar nós fechamos nossos escudos mentais, ela tinha medo de me desconcentrar, parecia se interessar mais em meu trabalho que eu mesmo.
Me levantei, dando meia volta para encontrar meus irmãos novamente na clareira que nos separamos. Ambos já estavam lá, discutindo alguma coisa.
— Acharam algo? — pergunto.
Os dois negaram, e no mesmo instante começou a chover.
— Eu não sei vocês, mas isso não está com cara de coisa boa... — Cass comenta.
Nesse mesmo instante minhas sombras se agitam, mais que o costume, estavam nervosas, desesperadas...
— O que aconteceu? — indaga Rhys com preocupação.
"Az..." Escuto a voz de Dahlia pelo laço de parceria, apenas um fio de voz, que mal posso escutar.
Não. Não. Não.
— Dahlia... — murmuro para mim mesmo.
Meus irmãos me encaravam esperando mais respostas.
— Precisamos voltar, agora! — gritei.
*music on*
Não esperei nenhum deles responder, apenas agarrei seus pulsos e nos atravessei para Velaris, a rua estava deserta, não havia ninguém nas ruas a não ser...
Vejo um corpo caído no chão e meu coração para de bater, e ao lado dele aquele que eu esperava não rever tão cedo.
Harkin!
Não demorou para ligar os pontos.
— DAHLIA! — grito desesperado até seu corpo tão frágil no chão.
Nem presto atenção quando meus irmãos saem atrás de Harkin, que fugiu em disparada no meio da chuva.
Aquilo não podia acontecer com ela, simplesmente não podia!
Me ajoelhei no meio da calçada, puxando seu corpo delicadamente para meus braços, minhas asas fizeram um tipo de guarda-chuva para nós, a protegendo da chuva, meu olhar cai em seu ferimento, e pressionei o máximo possível para fazer o sangue parar de sair.
Já tive momentos desesperados, mas este era o pior de todos. Ter a mulher que amava nos braços apenas alguns passos da morte.
— Dahlia, meu amor, por favor...
Seus olhos estavam cansados, querendo se fechar, mas se esforçava para mantê-los abertos.
— Pelo visto você sempre chega a tempo... — sussurrou. — meu herói... — vejo que ela teve dificuldade de levar sua mão para meu rosto. — meu amor...
Eu a apertei mais contra o peito.
— Shhh, você vai ficar bem, pequena, eu prometo a você, você vai ficar bem!
— Az... eu estou cansada...
Eu imploro, não faça isso comigo!
— Eu sei, meu amor, eu sei, mas preciso que continue falando comigo, tudo bem? Não tire os olhos de mim nem por um segundo sequer, Dahlia! — estava desabando em lágrimas, não sabia dizer se um dia eu cheguei a chorar, mas o desespero era maior que qualquer coisa.
Ela tentou assentir, eu peguei sua mão delicada que tocava meu rosto e levei para meus lábios, tentando afastar os pensamentos ruins de uma vida sem ela.
— Eu amo você, sabia? — disse para mim. — Vou amar a cada batida do meu coração, Azriel... Você foi a melhor coisa que me aconteceu... — sua voz já estava arrastada, cansada.
— Não fale isso agora, você não vai morrer! Me ouviu? Não vai morrer!
Ela esboçou um sorriso.
— Sabe... acho que deveríamos ter fugido para aquela casa de campo mesmo... — disse, claramente tentando me fazer sorrir.
E ela conseguiu, mas por pouco tempo.
— Eu deveria te proteger, Dahlia. Deveria ser eu em seu lugar, talvez se eu tivesse ficado nada disso teria acontecido, a culpa é minha — abaixei minha cabeça, encostando nossas testas. — Me perdoe, meu amor, mas não me deixe... faça o que quiser comigo depois, mas não morra...
Ela ergueu a cabeça com dificuldade, e roçou nossos lábios de uma forma melancólica, parecendo uma despedida, mas eu implorava para que não fosse. Segurei nosso laço, o puxando com força, como se isso fosse capaz de salvá-la.
Por um instante eu tinha tudo.
E no outro estava prestes a perder.
— Eu... amo... você... — e quando percebo, ela fecha os olhos.
— Dahlia? — nada. — DAHLIA! — eu a abraço com força, rezando para que ela esteja bem, que esteja apenas dormindo. As lágrimas escorriam soltas, não queria segurá-las. Um flashback vem a tona, nossa primeira troca de olhares, nosso primeiro contato. O momento que minha vida começou a encaminhar para a felicidade.
Rhysand veio correndo até mim, ele dizia que conseguiu ajuda, que precisava soltá-la para que pudessem cuidar da minha parceira, mas não conseguia, não conseguia soltá-la.
