Capítulo 23

1.3K 89 48
                                    

Se eu fosse definir esse com toda certeza do mundo foi o fim de semana mais louco da minha vida.

Que o ranking do campeonato estava disputado, não era segredo pra ninguém. Mas fazer parte do top 3 é insano pra caramba.

Isso, insano é a palavra perfeita pra definir meu fim de semana.

Na sexta feira terminamos o campeonato em terceiro lugar, atrás da Faz o P e atrás da Loud. Não foi minha melhor atuação na copa, eu estava nervosa demais e infelizmente, deixei isso transparecer no meu jogo.

No sábado de manhã acordamos com a melhor surpresa do mundo, nossa família estava na casa. Resumindo: foi abraços, risadas e choro por toda parte. Pude conhecer os pais dos meninos pessoalmente e até mesmo os irmãos.

E como se fosse um incentivo extra, no sábado fizemos um jogo excepcional. Fechamos o dia no segundo lugar e a cada partida era possível escutar os incentivos que as nossas famílias nos davam da outra sala, apesar do fone de ouvido e da distância do cômodo que estávamos.

E eu não poderia deixar de falar das horas em ligações com o Bruno nas madrugadas, eu estava literalmente nas nuvens. Passávamos horas na ligação, falando bobagens, coisas aleatórias que aconteceram no nosso dia e fofocas da vida dos outros.

Minha relação com o menino está ótima, a sintonia que nós dois possuímos é de outro mundo e eu não poderia pedir outra coisa.

Infelizmente, não tivemos tempo de nos ver e nosso único contato eram pelas ligações e mensagens.

Babi foi a convidada do sábado da Copa e eu estava orando pra ela não soltar nada que desse a entender que Bruno e eu tínhamos algo. Já que eu havia falado para o meu grupinho de melhores amigos o que rolou no ensaio fotográfico da Garena.

E como se tivesse ouvido minhas preces, minha amiga nem tocou no meu nome e nem implicou com o garoto.

30 de Agosto de 2020
Último dia de final da Copa Nobru

— Bom dia — resmunguei atendendo a chamada sem olhar no visor. Dormi extremamente tarde pra não perder nenhum segundo da presença dos meus pais em São Paulo.

— Desculpa, linda! Não queria te acordar — o sorriso se abriu involuntariamente ao ouvir a voz rouca do Bruno — Eu acabei de acordar e queria ser o primeiro a te desejar boa sorte hoje.

— Para de ser fofo, garoto! — tampei a cara, como se ele pudesse me ver. Falar com ele tem dessas coisas, sempre causa um sentimento bom e novo dentro de mim — Foi o último a falar comigo ontem e o primeiro a falar comigo hoje, isso tudo é saudade?

— É sério, aí tá tão cheio... — murmurou baixo e eu soltei uma risada alta.

— Está mentindo para mim, Bruno? — brinquei fazendo o menino soltar uma risada alta e nervosa.

— Claro que não! — Bufou.

— Ah, é? — impliquei.

— Tá bom! — Nobru se rendeu — Eu liguei porque estou sentindo a sua falta e a sua voz ameniza um pouco — Bruno confessou e ainda bem que eu continuava deitada, pois caso contrário estaria estirada no chão do quarto. Alguém pode me ensinar a respirar novamente?Eu não preciso ligar pra te desejar sorte porque você é maravilhosa, merecedora de tudo o que conquistou e uma jogadora incrível.

O corpo e a mente finalmente acordou, me sinto maravilhosa graças ao menino do sorrisinho de lado.

— Acordou disposto a me deixar sem graça e sem palavras? Pois conseguiu — murmurei com o sorrisinho rasgando a cara — Você é suspeito em falar, viu?!

LEAL - Nobru [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora