Capítulo Final

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— Que droga, ela é assustadora — murmurou Ian.

— Nem me fala. — Alfonso mantinha os olhos voltados para a porta, desejando que Anahí voltasse.

— Então. — Alfonso sentiu um bafo de ar nas orelhas quando Ian se sentou ao lado dele. — Vamos acertar as contas aqui? Agora?

Por que ela não voltava? Por que ele agiu como um idiota? Por que ele simplesmente não disse que a amava quando ela mais precisava ouvir isso? Era difícil lembrar que Anahí podia ser insegura. Ela tinha acabado de dizer que ninguém falara que ela era bonita depois da mãe dela.

Transar com ela e depois não dizer nada? Ele socou a cadeira em que estava sentado.

— Então, nada de beijinhos e fazer as pazes? — perguntou Ian.

— Desculpa. — Alfonso engoliu o nó na garganta. — Não é você...

— Não é você, sou eu? Você está terminando comigo, irmão?

Alfonso riu apesar da grande vontade de estrangular o irmão.

— Não, e não vou te dar um sermão. Se bem que, se eu achasse que isso ia te deixar mais humilde, eu realmente tentaria.

— Sou humilde, depois de hoje à noite. Pode acreditar.

Alfonso encarou os olhos do irmão, os mesmos que normalmente refletiam tanta arrogância que fazia Alfonso querer se tornar violento. Em vez da arrogância de sempre, tudo que viu foi arrependimento, e talvez uma certa vergonha. Ian sorriu com tristeza e deu de ombros.

— Eu arruinei a garota perfeita. Ela te quer. Ela me disse que te quer. Ninguém mais.

— Nem mesmo o grande Ian Herrera?

— Meu Deus, eu odeio quando vocês dois usam meu nome completo. Não consigo nem imaginar como as coisas vão piorar quando forem dois contra um.

— Bem-vindo à minha infância. — Alfonso deu um tapa nas costas dele.

— Sinto muito, sabe — disse Ian, balançando a cabeça. — Por tudo. Se eu pudesse voltar
atrás...

— Eu não ia querer que você voltasse atrás. Do seu jeito doentio, você mandou Anahí direto pros meus braços.

— E a humildade continua aumentando. — Ian riu.

— Vai atrás dela.

— Você não ouviu a vovó? Estamos presos aqui por três horas.

— Dez pratas que a vovó tá mentindo. — Ian fez um sinal com a cabeça em direção à
porta. — Vai ver.

Alfonso se levantou da cadeira e saiu porta afora. O segurança acenou com a cabeça, mas não disse nada.

— Bem, eu vou...

— Velhinha manipuladora, a nossa avó — disse Ian, de repente de pé ao lado dele. — Vai atrás dela.

Alfonso não tinha certeza de por qual corredor deveria seguir, quanto mais onde estaria Anahí.

— Não tenho ideia de aonde a vovó a levaria.

— Sério? Nenhuma ideia? Nenhuma mesmo? — Ian lhe lançou um olhar estúpido e franziu a testa.

Alfonso vasculhou o cérebro em busca de alguma ideia de aonde a vovó levaria Anahí. Obviamente, ela queria que Anahí pudesse relaxar e ficar feliz e confortável e...

— Pra casa.







— Tem certeza que ele ia gostar disso? — perguntou Anahí, depois de largar as malas na sala de estar do rancho de 550 metros quadrados.

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