Suddenly dad - Kim Taehyung

8- um novo pai

࣪ ִ  ⃘◌🍁◗ Kim Taehyung P.O.V.S

  "Que bom. Eu não iria querer", aquelas palavras ecoavam pelo meu ser, juntamente com a música I can't make you love me. Era uma madrugada onde a chuva caía forte, e eu comecei a chover, antes que me afogasse. A água gelada descia pela minha garganta causando uma gélida sensação indolente e eu rezei para que meu corpo todo ficasse daquele jeito, mas eu só sentia o aperto no peito.

   Se S/N me amasse como eu, a levaria para ver as miríades de estrelas que nem se comparavam à sua beleza; eu a levaria em todos os parques de diversão da Coreia; a pediria em casamento no ano novo lunar e mais um monte de coisas indeléveis.

  Eu via o Sol nascer pelas orbes nubladas de lágrimas e as pálpebras inchadas, levantei-me da cama e fechei as cortinas cinzentas e, mesmo em meio ao mormaço de um dia de outono, me embrulhei nos edredons grossos e adormeci de forma fugaz.

     ❛ ׅ🌙՚S/N P.O.V.s

  Percorria todo e qualquer canto daquela universidade, a buscar aquele par de olhos de olhos sublimes e aquele sorriso que era capaz de mitigar a balbúrdia em mim. Parecia que até Jimin estava a sentir sua falta, com um pingo de esperança, fui até o refeitório, mas vi Lucas sentado com Rosé e não com Kim. Me aproximei com morosidade e toquei hesitante seu ombro:

   ㅡ Precisamos conversar, não irei tomar muito o seu tempo.

   ㅡ Oi, S/N!ㅡ os dois cumprimentaram em coro.

   Me curvei para os dois e Lucas se levantou, estendendo o braço na direção de um corredor, ao passo que Park esticava os braços para a garota de mesmo sobrenome que o seu, esta que por sua vez o tomou consigo.

   ㅡ Por que Kim Taehyung faltou hoje? Sabe de alguma coisa?ㅡ perguntei ao pegar uma garrafa d'água na máquina elétrica.

   ㅡ Pela manhã me mandou uma mensagem dizendo que não se sentia bem, ㅡ Wong olhava para o chão e hesitava, parecia ocultar algo de mim ㅡ mas eu acho que o que ele sente é sono, passou a noite me mandando mensagens sobre um suposto sentimento não-correspondido.

   Yukhei coçou o braço esquerdo e eu abaixei a cabeça. Então ele já tinha alguém no coração, por isso dissera aquilo ontem.

    ㅡ Obrigado!ㅡ disse com a voz meio apagada, curvando-me antes de pegar Jimin com Rosé.

    [...]

    Eu almoçava com Jimin, uma comida típica brasileira chamada vaca atolada, enquanto bebíamos suco de laranja. Ouvi batidas na porta, cogitei ser Kim, mas era impossível visto que ele não dormira à noite. Resolvi ignorar ao pensar que poderia ser um inconveniente vendedor de tofu, mas as batidas tornaram-se mais nervosas e frequentes.

    Digredi-me de Park e abri a porta, revelando aquilo que eu procurei durante a manhã inteira. O chamaria de covarde se me mostrasse aquele sorriso mesmo sabendo que o meu coração acelera por ele. Não pude conter um sorriso fraco e dei passagem:

    ㅡ Por que veio hoje? Soube pelos lábios de Lucas que não estavas muito bem.ㅡ comentei ao vê-lo beijar o topo da cabeça de meu irmão.

    ㅡ Era só insônia.

    Seus olhos se voltaram à mim.

    ㅡ Não era insônia, era uma garota.ㅡ cruzei os braços.

    ㅡ Se soubesses quem é a tal garota, não ficaria emburrada.ㅡ em seu olhar havia uma melancolia diferente, esta que ele tentava disfarçar com um sorriso tímido.

    Por algum motivo, aquela frase, aquele olhar, aquele sorriso me deram uma esperança de que ainda poderia ser eu, que eu ainda poderia ganhar seu coração. Entretanto era só um pensamento espúrio de um coração sonhador.

    O clima ficava cada vez mais ininteligível, alhures já sentira aquilo, era como se fossem as primícias de um laço inerente. Nos olhávamos profundamente e tocava o refrão de Angels like you:

It's not your fault I ruin everything,
And it's not your fault I can't be what you need                                                  Baby, angels like you can't fly down here with me                                                I'm everything they said I would be

  Só então me dei conta que era o toque de meu celular, olhei o ecrã e era Ryujin:

  ㅡ O que você quer?ㅡ indaguei impacientemente.

  ㅡ Te visitar, comprei um presente para compensar a grosseria da última vez.

  ㅡ Aquele dia eu pedi ajuda do vizinho. E eu já arrumei uma babá para me ajudar com Park, pode ficar aí com o seu namorado.

   ㅡ S/N, espe...ㅡ completei a ligação antes que ela concluísse a frase, não queria ouvir mais desculpas estapafúrdias.

   Idem o clima que mencionara antes fora interrompido por Shin, e que bom, pois era capaz de eu voar no pescoço de Kim e beijá-lo ali mesmo.

   ㅡ Bom, eu vou dar um banho em Jimin, se quiser aprender, apenas me siga.

   O tirei de sua cadeira de alimentação e carreguei o menor para o banheiro, suas roupas estavam ligeiramente sujas de molho de carne. O despi e coloquei-o na banheira enquanto o chuveiro a enchia com água morna:

    ㅡ Ponha a mão na água.ㅡ instruí o mais velho, que me obedeceu ㅡÉ mais ou menos esta a temperatura correta para dar banho dele.

    Kim assentiu com a cabeça.

    Imediatamente Jimin começou a bater as pernas e braços nervosamente na água, começando a molhar tudo. Taehyung escondeu-se atrás de mim e apoiou as mãos em meus ombros para se abaixar, embora não adiantasse muito pois era maior do que eu. Algo começou a se propagar pelo meu corpo, terminando em calafrios e arrepios, era a primeira vez que Kim me tocava sem ser quando eu quase desmaiei e aquilo me causou as famigeradas borboletas no estômago.

    Jimim parou a balbúrdia e eu pigarreei, então o maior saiu de trás de mim, contudo ainda continuou com as mãos ali. Eu estava nervosa, provavelmente corada, mas não ousaria tocar meu rosto para conferir. Ainda atônita e imóvel olhando na direção da janela do banheiro, indaguei:

    ㅡ Você está muito molhado?

    Ele pareceu se dar conta de onde suas mãos repousavam e então as retirou dali, parecia envergonhado também:

    ㅡ Não. São só alguns respingos, isto seca com o tempo.

    Taehyung sorriu e o mundo pareceu parar, se bem que dizer que o mundo pareceu parar era eufemismo, o universo todo pareceu sair dos eixos por alguns segundos. Eu pareci sair dos eixos, ele me bagunçava toda por dentro, e foi ali que eu decidi que aquele sorriso seria a solução para todos os meus problemas independentemente de tamanho ou intensidade.

    Voltei à realidade e ensinei-o a lavar o módico corpo de Jimin. Vesti ao meu irmão na companhia do mais velho, ele parecia interessado em aprender tudo aquilo. Disse que iria lavar a louça, e para isso nem foi preciso pedir para Kim brincasse com Jimin, bastou com que o maior sentasse no sofá e Jimin já andava de caminhão em suas pernas grandes, este que por sua vez ria do ato.

    Não foram necessárias muitas distrações para Park até eu lavar a louça, limpar toda a casa e pendurar as roupas no varal, meu irmão adorava o hyung e isto era o suficiente para brincar com ele a tarde toda.

   O Sol se punha e Kim se despedia com um sorriso afável. Mesmo em sua partida eu não estava triste, pois ele voltaria amanhã.

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