Capítulo 116

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RAFAELLA

Passei a noite toda tentando dormir, pois toda vez que eu me mexia Gizelly perguntava se estava tudo bem. Na hora eu me irritava mas agora pensando em tudo, me pego rindo desse seu jeito. Gizelly é muito ansiosa para as coisas, de um lado é bom mas por outro lado é ruim.. E faz mau pra ela mesma, pois se sente mal depois. Levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal. Hoje é dia da Paula estar em nossa casa, por esse motivo que Gizelly foi trabalhar me deixando em casa mas prometeu que chegaria cedo. Terminei tudo e saí do quarto, percebi que Lee não estava em casa. Obviamente Gizelly o levou para a casa de sua mãe.

- Bom dia Paulinha!-

- Bom dia Rafa, senta pra tomar seu café.-

- O que é isso?!- Perguntei para mim mesma ao ver apenas uma salada frutas, cereal matinal, leite desnatado, pão integral e requeijão light.

- Gizelly pediu pra eu comprar essas coisas pra você. Algo de errado?-

- Não!- Me sentei na mesa com meu cenho franzido. - Já tomou café?-

- Sim, comi um pão doce na padaria mesmo.- Imaginei o pão doce e passei a língua em meus lábios, gemendo em satisfação.

- Gizelly é uma filha da mãe.-

- O que houve? Você não come só isso.- Paula trabalha comigo há um tempo, ela me conhece muito bem. Sabe de có tudo que gosto, todas as minhas roupas e manias. Ela percebeu que houve mudanças drasticamente.

- Estávamos em tratamento, fiz a fertilização ontem.- Respondi e a vi abrir a boca em surpresa. - Na verdade, o embrião já está aqui dentro.-

- Que maravilha Rafa! Mas e aí, já confirmou?-

- Ainda não. Fiz ontem, tô te falando... Aí tenho que estar de repouso essa semana.-

- Entendi essa refeição fitns.-

Paula voltou ao que estava fazendo e eu voltei para o quarto atrás de um banho. Enchi a banheira e demorei uma hora relaxando meu corpo na água. Depois de satisfeita, vesti uma roupa e fiquei a vontade dentro do quarto trabalhando através do meu notebook. Aproveitei para conversar com minha mãe e contar pra ela a novidade, mas também deixei bem claro que não era uma afirmação. Ela entendeu e ficou de lá torcendo.

Passei boa parte do tempo sentada na cama com o notebook em meu colo. Quando deu a hora do almoço, Paula veio me chamar e se despediu. Pouco tempo depois, terminei de comer e quando estava em pé em frente a pia lavando o prato, ouço barulho de chaves na porta. É Gizelly.

- Ei meu amor, veio cedo?!- Observei ela pôr a bolsa e a chave sobre a mesa e vim em minha direção, selando nossos lábios. - Se eu soubesse que já estava vindo, tinha te esperado pra comer.- Terminei de lavar o que usei e deixei sobre o escorredor.

- Não tem problema, eu como rapidinho. Só preciso de um banho.. Cadê a Paula?-

- Calma que eu não fiz nada aqui, ela fez tudo e já foi embora.- Cruzei meus braços em seu pescoço puxando-a para um abraço.

- Como você está. Bem?-

- Sim amor. Estava com saudades.- Digo e a vejo franzir o cenho. - Que foi?-

- Ta carinhosa, por que?- Perguntou e logo abriu a boca animada. - Será que já é por causa do neném?!- A pergunta me fez gargalhar.

- Para de ser besta, nem está formado ainda. E eu sou carinhosa com você, que história é essa?-

- Eu sei deusa, estou brincando. O que você tem feito aqui? Essa casa ta muito silenciosa.-

- Trabalhei no computador um pouco.. Em falar no silêncio, vamos aproveitar que só temos nós duas aqui?- Sugeri distribuindo beijos em todo seu pescoço. - Huh?-

- Você sabe que não vamos fazer nada essa semana né?!- Parei o que estava fazendo e a encarei. - Não adianta me olhar com essa cara.-

- Amor... Eu vou ficar quietinha, eu deixo você fazer tudo. Em??-

- Rafa, melhor não. Você nem devia está aqui. Vamos lá pra dentro repousar.- Ela me puxou pelo braço e um bico se formou em meus lábios.

Fomos até o quarto e enquanto Gi tomava seu banho, eu assistia minha série na tv. Vez ou outra, me pegava acariciando minha própria barriga fazendo-me voltar com meus pensamentos há quase um ano atrás. Quando descobri que estava grávida, fiquei feliz mas não como estou agora. Antes eu sentia uma felicidade em ser mãe e um certo medo também. Diferente de agora que estou torcendo para que tudo desse certo. De certa forma, no fundo eu queria ter esse bebê com a Gizelly. Embarco em meus pensamentos e não percebo a presença da mesma no quarto. Ela já tinha posto uma roupa mais a vontade e vinha escalando a cama, deitando-se ao meu lado. Logo me virei de costa para ela, me encaixando em seu abraço.

Com nossas pernas entrelaçadas, peguei em sua mão e coloquei em minha barriga, fazendo um carinho em seu antebraço.

- Contei pra minha mãe.-

- E ela?-

- Ficou feliz e nervosa, disse que vai ficar torcendo.-

- Não sei se conto para minha mãe também. Não quero enche-la de expectativa.-

- Mas vai ser pior quando ela souber com ele já aqui dentro.- Digo e a vejo levantar a cabeça, me encarando por cima de meu ombro. - O que?-

- Você disse ele? Ta sentindo que é um menino?- Soltei uma risada nasal e me virei frente para ela, pegando em cada lado do seu rosto, selando nossos lábios.

- Modo de dizer, amor da minha vida.-

- Mas você quer um menino?-

- O que vier, ta de bom tamanho. A única coisa que importa, é que ele ou ela é um pedacinho nosso.- Dessa vez, quem selou nossos lábios foi ela.
- Hum? Mas e você, quer que venha o que?-

- Já tenho um menino, aliás, já temos um menino. Então quero uma menina com a minha cara.. O Lee veio a cara do pai dele..- Diz com um riso na fala.
- Mas se vier menino, também vou ficar feliz. O que importa é isso que você disse.-

- Se vier a sua cara, vai vim linda ou lindo.- Digo com um sorriso em meus lábios e logo sinto sua mão em minha barriga, alisando.

- Nosso bacurizinho.-

Passamos parte da tarde nesse chamego, Gizelly, nosso bacurizinho e eu. Mesmo que o embrião não tendo se formado ainda, tínhamos esperança de que nessa nossa primeira tentativa desse tudo certo. Embarcamos nesse nosso sonho até a hora da Gi ir buscar o filho na casa de sua mãe.

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