Ao longo de um mês Anahí e Alfonso realizaram visitas regulares ao orfanato, sempre levando as crianças para passeios ou passando a tarde conversando e contando histórias. E agora, finalmente poderiam levá-los para casa. Saíram cedo naquele sábado, um misto de emoções que iam da euforia ao medo os deixando cada vez mais nervosos, mas em meio a essa confusão de sentimentos uma só certeza prevalecia: Arthur e Isabel eram seus filhos.
Anahí: Nós estávamos pensando e a gente queria que vocês dois conhecessem a nossa casa. – Explicou assim que encontrou com os dois naquela manhã – O que acham?
Isabel: A gente vai ver o Fred? - Perguntou a olhando curiosa.
Anahí: Vão sim. - Afirmou – E se quiserem, vocês podem até dormir lá.
Arthur: Vocês querem levar a gente embora. - Constatou com a expressão preocupada.
Alfonso foi até ele e se ajoelhou na altura do menino: Não é isso Arthur, olha, eu vou te contar uma história.
Isabel: Oba! Eu gosto de historinha. - Disse se aproximando dos dois.
Alfonso: Então vem cá. - Chamou a colocando sentada em seu colo enquanto olhava Arthur – Eu e a tia Any nos conhecemos têm muito tempo e a gente se ama tanto, mas tanto que percebemos que esse amor tinha que ser dividido. - Anahí sorriu olhando o marido – Então nós decidimos que íamos adotar uma criança para ser nossa filha, uma que como vocês estivesse morando em um orfanato, assim como vocês. Mas nós viemos até aqui e apareceram duas crianças!
Arthur: A gente? - Perguntou curioso apontando de si para Isabel, mas sem tirar os olhos de Alfonso.
Alfonso: Isso mesmo. E vocês nos fizeram perceber que só uma criança não seria o suficiente para esse amor todo, na verdade mesmo com duas ele ainda vai sobrar.
Isabel: É montão assim? - Perguntou abrindo os bracinhos.
Alfonso: Maior ainda. - Sussurrou como se contasse um segredo e ela riu baixinho.
Isabel: Eu quero ir tio! - Falou entusiasmada e Alfonso olhou para Anahí em um pedido silencioso para que ela pegasse a menina.
Anahí foi até Isabel e a pegou do colo de Alfonso: Bel, vem aqui, deixa eu te contar tudo que tem lá em casa.
Alfonso se aproximou mais de Arthur e pegou as duas mãos do garoto: Arthur, você já é um homenzinho, não é? Eu vejo que você toma conta da sua irmã.
Arthur: O papai sempre pediu para eu tomar conta da Bel e da mamãe.
Alfonso: E você faz isso muito bem, sabia? - Elogiou e viu o menino sorrir um pouco mais confiante – Então, você e a Bel não podem ficar separados.
Arthur: Ela quer ir, né tio?
Alfonso afirmou: E lá na nossa casa cada um vai poder ter um quarto, fora a escola, eu sei que você gosta da escola.
Arthur se animou: Pode ser a mesma que eu ia?
Alfonso foi sincero: Eu não sei, mas prometo que nós vamos tentar.
Arthur olhou a irmã que brincava feliz com Anahí: Vocês vão ser nossos novos pais, né?
Alfonso: Vamos, mas isso não quer dizer que você tenha que esquecer seu pai e sua mãe, até porque, tanto eu quanto Anahí somos muito gratos a eles por terem colocado vocês nas nossas vidas.
Arthur: Eu vou ter que te chamar de papai?
Alfonso: Só se quiser.
Arthur: Tudo bem.
Alfonso: Tudo? - Arthur concordou e Alfonso o abraçou se levantando em seguida – Acho que temos que preparar algumas malas por aqui. - Anunciou e olhou para o menino dando uma piscadela.
As crianças subiram para os quartos sendo acompanhadas por uma das funcionárias para arrumarem seus pertences enquanto Anahí e Alfonso resolveram os últimos detalhes da guarda provisória. Quando Isabel e Arthur retornaram após se despedirem dos amigos levando cada um uma pequena mala o casal os pegou pelas mãos e juntos rumaram para uma nova vida.
Isabel: O Fred é mesmo muito grande? - Perguntou receosa ao ouvir o cachorro latir quando Anahí colocou a chave na porta.
Alfonso riu e pegou a menina no colo: Ele é grande, mas é bonzinho.
Isabel rodeou o pescoço dele com os bracinhos: Mesmo?
Alfonso: Mesmo. - Garantiu – Também quer colo Arthur?
Arthur: Não tio, eu também sou grande. - Respondeu se fazendo de forte, mas se escondendo atrás das pernas de Anahí.
Anahí abriu a porta e os latidos ficaram mais alto: Ele está preso na cozinha, querem ir até lá?
Isabel: Me leva tio? - Pediu sem se soltar de Alfonso que deixou a mala da menina próxima ao sofá.
Alfonso: Levo. Quer ir também Arthur? – Chamou, mas Arthur, que observava a casa olhando tudo o que tinha ao seu redor não pareceu escutá-lo.
Anahí: Depois eu o levo. - Sussurrou para o marido que acabou indo com Isabel – Gostou da casa?
Arthur a olhou: É bonita. - Afirmou olhando algumas fotografias que ficavam na estante – Quem é? - Perguntou apontando uma foto do batizado de Marina.
Anahí se aproximou dele e pegou o porta-retratos: Essa aqui é a Marina, todo mundo a chama de Nina, ela pode ser sua prima se você quiser, mas agora ela já está grande, quase igual a você. Quer ver?
Arthur: Quero.
Anahí guardou o porta-retratos que tinha em suas mãos e pegou outro com a imagem de Marina no colo de Alfonso e Beatriz no de Anahí: Aqui, e essa é a Bia, ela é filha de uma amiga minha.
Arthur: Só têm menina? - Perguntou com uma careta.
Anahí afirmou sorrindo: Acho que você vai ser o único menino.
Arthur arregalou os olhos: E eu vou ter que tomar conta de todo mundo?
Anahí riu: Vai dar muito trabalho, né? - Ele afirmou assustado – Não se preocupe, têm muita gente para te ajudar. - O tranquilizou lhe direcionando uma piscadela e Arthur pareceu aliviado – Quer ir conhecer o Fred agora?
Arthur: Quero!
Anahí: Vem, eu vou te levar até ele.
A primeira meia hora foi repleta de gritinhos vindos de Isabel, latidos de um Fred eufórico que não conseguia se decidir com quem brincar e risadas dos quatro. Sem dúvida alguma, ali se formava uma família feliz.
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Colorido em Preto e Branco
RomanceAnahí Portilla era uma mulher solitária, desde que havia descoberto a traição de seu noivo com a prima considerada como irmã as vésperas do casamento se contentou em viver na sua própria bolha onde só ia do trabalho para casa. Até que em uma noite a...