Capítulo XXIV

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Boa leitura!

 — Você deve morrer, Colfax Park. Você vai morrer! — Taehyung enterrou a agulha no estômago de Colfax.

Naquele mesmo instante, o copo de uísque caiu da mão de Park. Ele levou as mãos ao estômago, sentindo uma dor horrível, e caiu de joelhos. Um pavor gelado o envolveu. A premonição assustadora era mais do que nunca. Embora o Dr. Ledette houvesse declarado que sua saúde era perfeita, Colfax sabia que não viveria por muito mais tempo.

Seu rosto ficou coberto de suor, e o coração batia descompassado, sentiu-se tão fraco que mal podia mover-se. Com grande esforço arrastou-se até o sofá e deitou-se. Trêmulo, os dentes batendo uns nos
outros, Colfax sentiu mais medo do que jamais lembrava ter sentido na vida. Não poderia continuar se enganando. Alguém o queria morto.

Mas quem poderia ser?

Mais tarde, quando todos voltaram para casa, Colfax chamou Jimin em seu escritório. Ofereceu-lhe uma dose de conhaque, mas ele recusou, curioso, ele sentou-se no sofá, perguntando-se o que o tio tinha em mente. Teria seu tio descoberto sua terrível indiscrição? A perspectiva fez seu sangue gelar.

Colfax sentou ao lado do sobrinho e, sem perder tempo, revelou suas preocupações. — Querido, sabe que detesto alarmá-lo, mas tenho certeza que minha vida corre perigo. — Jimin arregalou os olhos, chocado.

 — Não! Quem poderia desejar-lhe mal?

 — Não sei, mas não estou imaginando o perigo, querido. A idade traz uma percepção aguçada dessas coisas. Tenho tido maus pressentimentos, desde aquela noite de outono, quando fomos ao baile de máscaras, no Hotel St. Louis.

 — Há tanto tempo? — ele inquiriu incrédulo.

 — Sim. Foi por isso que me atrasei naquela noite. E várias vezes desde então, tenho sentido o mesmo medo terrível. Alguém... ou algo... está atrás de mim.

 — Ah, tio — Jimin murmurou em tom de simpatia, pousando a mão no ombro dele.

 — Fui seguido em mais de uma ocasião, mas últimas semanas — Ele continuou. — Ontem, consegui entrar apressado em uma farmácia quando os passos já me alcançavam.

 — Meu Deus! — Jimin disse chocado.

 — Pior — Colfax continuou com relutância — tenho quase certeza de que alguém esteve aqui, dentro de nossa casa, enquanto estávamos fora.

Os olhos de Jimin estavam prestes a saltar das órbitas. —  Sentiu falta de alguma coisa?Levaram objetos de valor e...

 — Não levaram nada — tio o interrompeu — mas tenho certeza de que mexeram em muitas coisas. Seja quem for, só queria que eu soubesse que não estou seguro em lugar nenhum. Nem mesmo na minha própria casa.

Jimin ficou em silêncio por um momento e, então, anunciou decidido. — Devemos chamar as autoridades!

Colfax sacudiu a cabeça grisalha. — E dizer o quê? Que tem um velho tolo está vendo fantasmas atrás das portas?

O sobrinho compreendeu o dilema do tio e teve outra ideia.

...

Quando Seulgi chegou à mansão Park, Jimin foi recebê-la no vestíbulo. Na esperança de que o sentimento de culpa por sua indiscrição da véspera não se mostrasse em seus olhos.

 — Seulgi, sinto muito por ontem à noite. — Park disse.

 — Não há motivo para se desculpar, querido — ela replicou beijando-lhe o rosto, em seguida lhe dando um sorriso. — está se sentindo melhor? Espero que a dor de cabeça tenha passado. Me deixou preocupada.

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— Ah sim, estou bem melhor —  Jimin respondeu depressa, conduzindo-se ao escritório de Colfax.

— Como vai Colfax? — a Lady cumprimentou sorridente.

— Não tão bem quanto gostaria — o mais velho replicou em tom solene, servindo uma bebida para si mesmo, Jimin e a visitante.

Seulgi ergueu as sobrancelhas e, olhando do tio para a sobrinho perguntou. — Há algo errado?

Jimin respirou fundo e começou.— Seulgi, tio Colfax e eu precisamos conversar com você sobre algo que está nos preocupando muito. Por favor, sente-se. — Aceitando a bebida que mais velho ofereceu, a Lady sentou-se ao lado do noivo e esperou, tensa, pela explicação do que estava acontecendo.

— Alguém está ameaçando a vida de tio Colfax — Jimin declarou a queima-roupa.

— O quê? Não pode ser! — Seulgi declarou, chocada. — Ora, não acredito,deve haver algum engano, querido.

Virou-se para Colfax com um olhar de interrogação, e o mais velho assentiu. — Ele não está enganado, nem eu.

— Precisamos de sua opinião e ajuda, Seulgi. — Jimin prosseguiu.

— Ora, é claro que terão toda a minha ajuda. — Ela ofereceu sem hesitar. — Agora conte-me o que aconteceu, conte-me tudo, para que eu os ajude.

Juntos, Jimin e Colfax contaram, a atenta Lady, todas as coisas estranhas que haviam ocorrido. Disseram que alguém havia seguido Colfax na rua e que alguém estivera dentro do mansão, revelando todos os fatos que os haviam deixado preocupados.

Quando terminaram o relato, Colfax disse. — Sei que a história lhe parece tolice e que não temos provas concretas para mostrar às autoridades, mas afirmo com toda certeza, alguém pretende me matar.

Seulgi franziu o cenho e acentiu. — Com toda certeza ninguém lhe deseja verdadeiro mal, Colfax. Mas é evidente que estão tentando assustá-lo, só não faço ideia do motivo.

— Estou lhe dizendo, Seulgi, alguém nesta cidade está querendo me matar. E tenho o péssimo pressentimento de que, seja quem for, vai conseguir.

— Não, não. Isso não vai acontecer. — A lady assegurou em tom decisivo. — Ao mesmo tempo que concordo que não podemos, simplesmente, ir a polícia sem fatos mais concretos do que temos, acho que podemos e devemos tomar precauções maiores do que tomamos até agora. — Levantou-se do sofá, foi até o bar e serviu-se de mais um drinque. — Devemos estabelecer um plano de ação, imediatamente, para a sua segurança. Em primeiro lugar, não deve mais ficar sozinho em casa, Colfax. Segundo, deve insistir para que Montro o acompanhe ao escritório, pela manhã e à tarde.

— Sim — Jimin concordou. —
Não pode andar pelas ruas sozinho, tio.

— E — lady Seulgi continuou com sua - sempre presente, autoridade. — Jimin e eu passaremos a noite aqui, com você...

— Não, não, minha filha  —Colfax protestou. — Isso não seria justo com vocês, e não creio que seja necessário.

— Sem discussões — Seulgi argumentou com seu lindo sorriso. — Diga a ele querido — recorreu ao noivo.

— Seulgi tem toda razão, tio —
Jimin apressou-se em apoiar a ideia. — Ficaremos com o senhor todas as noites, começando por hoje, Seulgi tem seu mordomo e também o cocheiro, o senhor ficaria mais seguro. Se tivermos de comparecer a algum evento social importante, o senhor irá conosco.

— Exatamente — a condessa concordou. — O festival de Mard Gras está chegando, e pareceria suspeito se não comparecêssemos às várias festas e bailes. Portanto, iremos juntos a todos esses lugares. Não queremos que quem quer que esteja ameaçando pense que está conseguindo, certo?

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora