Apenas uma doce ilusão

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—Luana! — cutuquei minha amiga sentada logo ao meu lado — É o Jaemin do NCT!!!

—Aonde???

—Na mesa ao lado da minha um pouco mais pro fundo, acho que a mulher que está com ele deve ser sua mãe.

—Nossa amiga ele tá lindo hoje! — a mesma me deu um tapinha no braço para tentar conter a animação de vê-lo novamente — Da última vez que ele estava com o Jeno parecia meio pra baixo, mas não hoje.

—Pois é!

Infelizmente ele me viu o encarando descaradamente, mas apenas sorriu um pouco sem graça e voltou sua atenção para a mulher a sua frente a qual eu julgo ser sua mãe. Por alguns segundos encaramos um ao outro, e então um sorriso escapou de seus lábios rosados o que me fez imediatamente corar. Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas percebi que não era quando isso aconteceu de novo, e mais uma, e mais duas, e mais três vezes até que chegou a quarta onde o garoto se levantou da mesa em que estava e eu o perdi de vista no meio da multidão que visitava a feira dessa sexta-feira 18 de algum mês do ano. Nós andamos pela feira toda com a esperança de acha-lo novamente, mas não achamos. Nós fomos a várias barracas e a cada uma delas eu olhava para os lados ainda com Na Jaemin na cabeça na espera de vê-lo e puxá-lo para uma conversa. Quem sabe algo não rolava? Mas apenas o fato de ter uma conversa normal entre fã e artista já era o suficiente apesar da minha vontade insaciável de tocar aqueles lábios rosados. Já era tarde da noite e eu precisava estar em casa logo, mas estava escuro e não havia mais ônibus e a nossa única forma de voltar era a pé mesmo. Os feirantes já desmontavam suas barracas prontos pra voltar pra casa, e então ter algumas horas de sono antes do amanhecer de sábado. Alguns ainda faziam suas últimas vendas enquanto nós nos distanciávamos cada vez mais da feirinha.

—Luana... — deixei de caminhar e a mais nova me encarou confusa — Vamos voltar? Eu quero procurar por ele mais um pouquinho antes de voltarmos pra casa.

Era melhor desistir e voltar para casa antes que minha mãe ficasse brava, mas a garota sorriu e disse "sim, vamos lá procurar por Na", e então voltamos a feira passando por todos os lugares até chegar no fim da rua onde achei o garoto Na Jaemin. Sentado no chão sobre a vasta paisagem da cidade que o pequeno morro o proporcionava, respirei fundo e fiz sinal pra Luana que se afastou nos deixando sozinhos. E com o coração a mil me aproximei do garoto que inicialmente parecia surpreso, mas depois se acostumou com a minha presença e passou a sorrir enquanto me olhava. Minhas mãos estavam suando e eu mal conseguia deixar minhas pernas quietas de tanto nervosismo. Nenhuma palavra foi dita por nenhum de nós dois apenas alguns olhares rápidos foram feitos e nisso abaixei meu rosto na altura dos joelhos com vergonha. O senti me abraçar por trás deixando um selar em minhas costas se afastando em seguida com uma risada baixa. Mais uma vez fascinada por sua beleza o encarei e quando me dei conta ele já estava inclinado em minha direção o que deixou nossos rostos a poucos centímetros um do outro. Ambos começamos a nos aproximar mais até que nossos lábios se tocassem e então os afastamos um pouquinho e em seguida os tocamos de novo. Dessa vez fechamos os olhos, seus lábios eram tão macios que eu poderia facilmente confundi-los com um algodão doce. Uma de suas mãos segurou firme em minha nunca e a outra veio até meu rosto o acariciando gentilmente. As vezes eu abria meus olhos para ver o rosto de Na e simplesmente parecia a visão de um paraíso com suas bochechas levemente rosadas. Eu nunca conseguiria esquecer essa cena de Na Jaemin. Quando tudo aquilo chegou ao fim ninguém disse uma palavra ou então se levantou para ir embora. Nós apenas encaramos um ao outro como se apreciássemos uma obra de arte em exibição no museu. Alguns fragmentos se espalharam em nossa volta e eu achei que minha doce ilusão tinha chegado ao seu fim, porém não era a minha ilusão e sim de Jaemin! Desde o início essa era uma ilusão dele, Na não tinha coragem o suficiente para se arriscar a esse ponto e se aventurar no tardio horário de sexta-feira no qual ele jurou se cuidar para a mãe, mas provavelmente se perdeu no lugar a qual se encontrava. Na Jaemin queria que tudo tivesse realmente acontecido assim como eu, mas nem sempre as coisas são como queremos e ele apenas imaginou tudo aquilo. Os beijos não foram reais assim como o toque de suas mãos quentes sobre a minha pele fria também não foram, mas do mesmo jeito sorriu satisfeito.

Ilusões de NA JAEMINOnde histórias criam vida. Descubra agora