Lua
— Eu não acredito que você teve a coragem de transar com o maior inimigo do seu pai. — Bernardo estava incrédulo.
— Tive. E foi a melhor transa da minha vida.
— Me poupe dos detalhes. — revirou os olhos, feito uma criancinha. — Ele vai te matar quando souber.
— Ele nunca vai saber. Afinal, é só um lance passageiro. Logo estaremos enjoados um da cara do outro e nem vamos lembrar que isso aconteceu.
— Do jeito que você está empolgada, duvido que seja só um lance passageiro.
— Mas é! — minha boca dizia uma coisa, mas meu coração queria outra. — Monster não faz o tipo que curte nada que envolva sentimentos, além do tesão.
— Eu sei disso. Todo mundo sabe, Lua. — disse ao sentar na minha frente e falar comigo como se eu tivesse quinze anos e estivesse apaixonada pela primeira vez. — Ele não é homem para você.
— Ele pode não ser o meu príncipe encantado, como ele mesmo deixou claro que não é, mas não estou à procura de um. — fiz questão de deixar bem claro minhas intenções. — Eu sempre vivi à sombra e ordens do meu pai. Fazendo tudo para agradá-lo, para deixá-lo feliz, e nada, absolutamente nada do que fiz em todos esses anos teve efeito. Eu deixei de fazer e viver coisas por causa do medo que tinha dele. E agora chegou o momento de pelo menos tentar começar a fazer as coisas por minha própria vontade. Eu quero viver tudo o que nunca vivi. Quero correr riscos. Quero quebrar minha cara e partir meu coração. Eu quero uma vida de verdade, Bernardo. E, por incrível que pareça, nesses poucos dias em que estive com o Monster, eu sinto que sou eu mesma, que não preciso me esconder e nem fingir. Que posso ser e fazer o que me der na telha. Eu tenho vinte e sete anos de vida e é a primeira vez que sinto que estou vivendo.
Bernardo me observava com um olhar indecifrável. Ele era funcionário do meu pai, mas antes disso era meu amigo, e eu sabia que podia confiar nele de olhos fechados, mesmo não sabendo o que se passava em sua cabeça misteriosa.
— Ok! — falou se levantando apressadamente. — Você já é adulta e sabe o que faz da tua vida. Só vá com calma, Lua. Eu não gostaria de ver teu coração destruído pelo Monster, e muito menos pelo teu pai. — deu um beijo em meu rosto e saiu me deixando muito intrigada.
Eu sabia da fama do Monster, Bernardo já havia me deixado atualizada e eu também havia feito minha pesquisa pelas redes sociais. Inclusive foi quando descobri que ele havia perdido uma irmã para as drogas e, desde então, sua postura já bruta, só fez piorar. Ele não escondia de ninguém o quanto a perda cruel da sua irmã havia acabado com ele.
Ele fazia o tipo do homem que "pega e não se apega". Que tem milhares de mulheres esperando ansiosas por uma oportunidade de estar com ele. E, principalmente, que não fazia questão de estar com nenhuma.
Monster é bruto, grosseiro, tem uma personalidade fortíssima, mas, ainda assim, é educado, respeitoso, comprometido e muito responsável. Ele não é o cara mau que aparenta e que deseja que pensem que é.
Não tive muitos momentos com ele e nem conversamos muito sobre sua vida, mas já pude perceber que toda sua brutalidade é apenas uma armadura de proteção que envolve um homem amargurado que foi muito machucado pela vida.
Ele pode enganar muita gente, mas ele nunca conseguirá enganar uma pessoa que usa a mesma armadura há muito tempo.
Monster escolheu se retrair, odiar a vida e as pessoas e não faz a menor questão de esconder isso de ninguém.
Enquanto eu escolhi apenas aceitar meu destino e esconder de todos a minha verdadeira face, aquela que é humilhada, aterrorizada, ridicularizada...
Eu o entendia perfeitamente. As pessoas são cruéis de uma maneira imensurável sem ao menos conhecerem os fatos. Não era necessário que soubessem cada detalhe de nossas vidas.
Lidar com nossos próprios monstros já é atormentador demais para conseguirmos lidar com mais monstruosidade vinda das pessoas que, na maioria das vezes, não conseguem enxergar a realidade, e são apenas capazes de julgar algo que não conhecem e que, supostamente, entendem e tem uma opinião formada.
Para muitas pessoas é muito mais fácil julgar uma dor que não sente, do que pegar a dor para si. Para mim era mais fácil esconder a dor e fingir uma vida boa. E, para ele, era mais fácil expor a dor e se fingir de mau.
*
— Aonde vamos? — questionei Monster assim que entrei em seu carro.
— Dar um passeio longe dessas pessoas fofoqueiras. — me encarou com aquele olhar bruto, mas que ficava perdido em meio do seu leve sorriso sedutor.
Monster quase nunca sorria e eu tinha meus palpites do porquê. Isso me entristecida, pois sorrisos não deveriam ser raros. Tampouco os motivos para sorrir.
Não havíamos falado nada a respeito do motivo de estarmos indo para longe, mas não era preciso. Eu não queria que meu pai soubesse do nosso caso e, com toda certeza, ele também não.
Andamos por mais de uma hora e paramos em uma cidadezinha vizinha, onde não conhecíamos ninguém. Quero dizer, nós não conhecíamos ninguém, porque Monster foi reconhecido e parado algumas vezes por fãs pedindo fotos.
Era engraçado observá-lo interagindo com os desconhecidos fãs. Ele não tinha o menor jeito com pessoas lhe babando o ovo, mas, mesmo assim, com toda sua brutalidade natural, agia com muita atenção e educação.
Após a inesperada sessão de fotos, fomos até o cinema e depois jantamos.
Ficamos um tempo incalculável jogando conversa fora, falando sobre nossas vidas. Óbvio que eu falei muito mais do que ele, mas gostei muito de ele ter falado mais abertamente sobre tudo.
Já era madrugada quando resolvemos ir embora. A noite estava quente, muito agradável e o lugar rodeado de árvores e montanhas deixou o clima ainda melhor.
Caminhamos até o carro, que estava em um estacionamento distante do local que estávamos, bem mais perto do matagal do que da civilização. O local estava deserto, se ouvia apenas o som das cigarras e do vento balançando as árvores.
Me direcionei para o meu lado do carro e Monster me acompanhou. Imaginei que iria abrir a porta para mim, mas me surpreendi quando ele pressionou meu corpo contra o carro, forçando seu peito contra minhas costas e me deixando totalmente ciente do tamanho da sua ereção roçando em minha bunda.
— Eu esperei por isso desde o momento em que entrou neste carro. — sussurrou em meu ouvido, mordendo delicadamente minha orelha. — Eu vou te foder bem aqui, ao ar livre, fazendo a lua do céu ser testemunha do quanto somos perfeitos juntos, e de como eu, e somente eu, sou capaz de fazer a Lua da terra delirar de prazer.
Gemi alto sem conseguir controlar as reações do meu corpo.
— Você é louco? As pessoas vão nos ver. — o repreendi, mesmo querendo desesperadamente fazer tudo o que ele quisesse.
— A essa hora não tem mais ninguém por aqui. Mas se tiver e alguém nos ver, vai ser apenas mais uma testemunha... — chupou e lambeu meu pescoço.
— Monster...
— Tire a calcinha. — ordenou, me deixando a ponto de explodir quando apertou minha cintura. Obedeci, adorando seu jeito mandão. — Muito bom... — sussurrou em meu ouvido, em tom de aprovação. Ele amava estar no comando. E eu mais ainda obedecê-lo.
Coloquei a mão por baixo do vestido e desci minha calcinha já completamente molhada. Segurei na ponta do meu dedo e, em meio a um ato ousado, coloquei na palma de sua mão.
— Pra você ver como me deixa... — o provoquei.
Monster sorriu o sorriso mais diabólico que poderia se formar no rosto de uma pessoa e, ainda colado em minhas costas, sussurrou perversamente em meu ouvido.
— Eu quero te sentir, meu anjo, mas não é com a minha mão...
E com um movimento mais rápido do que um flash de celular, ele se agachou atrás de mim, e só me dei conta do que iria fazer quando senti o calor da sua língua úmida e ágil no meio da minha bunda.
— Você só pode estar maluco. — consegui sussurrar as palavras, completamente chocada com sua ousadia e totalmente alucinada com o que aquela língua e boca eram capazes de me fazer sentir.
— Completamente maluco por você. — falou entre chupadas e lambidas. — Agora se curve para mim. Quero ter total acesso a cada parte sua.
Fiz o que ele mandou. Naquele momento eu já estava inteiramente ao seu dispor. Totalmente entregue para que fizesse com meu corpo o que bem entendesse.
Eu não conseguia dizer uma palavra sequer. Só conseguia suspirar, gemer e implorar mentalmente por mais, muito mais.
Mosnter não tinha pudor quando o assunto era sexo. Ele não pensava, só agia conforme seu desejo. E eu estava amando ser a pessoa que estava recebendo toda sua espontaneidade. Ele não se importava em estar de joelhos me chupando, no meio de um estacionamento deserto. Apenas se importava em me satisfazer, em me proporcionar o maior prazer que era possível fazer uma pessoa sentir.
E era em momentos como esses – não quando estava me chupando, mas quando estava inteiramente preocupado comigo, com meu prazer e bem-estar – que sua postura rude e malvada caía por terra.
Ele era assim desde o nosso primeiro beijo, rudemente delicado, preocupado comigo e meu prazer. E um cara verdadeiramente mau nunca agiria da maneira que ele agia comigo. E perceber isso estava colocando-o em um patamar muito elevado em minha vida, afinal, ele era a primeira pessoa, depois da morte da minha mãe, que se preocupava genuinamente comigo.
Cada dia que passava eu conhecia melhor o monstro mais doce já se teve notícia...
— Monster... — miei totalmente sem forças já me preparando para o orgasmo que se formava em meu sexo. — Eu preciso de mais.
Ele não respondeu, apenas continuou com lambidas e chupadas, adicionando dois dedos habilidosos, que foram o estopim para explodir o prazer acumulado dentro de mim.
Eu gozei feito uma louca, gemendo, gritando seu nome, tentando controlar meu corpo enlouquecido e meu coração apaixonado.
Monster não tinha se tornado apenas o dono dos meus mais loucos e deliciosos orgasmos, ele havia se tornado o dono absoluto do meu coração.