Bom dia!
Como estão? Espero que bem porque eu to ok, apesar do meu diploma não estar disponível, me deixando meio paranoica.
Mas tudo de boa.
E hoje é aniversário de Brasília, o que é um saco por já ser outro feriado.
Enfim, tenham uma boa leitura.
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Era um sábado típico.
Bom, mais ou menos.
Aquela manhã, Camila levou Lauren e Joselino para uma das organizações que ela ajudava, como sempre fazia quando era dia de ir para lá, mas daquela vez, disse a Lauren que ao invés de ficar e se divertir com as crianças, tinha que resolver algo e logo voltava.
Lauren estranhou, mas logo deu de ombros porque provavelmente se tratava de uma das coisas que Camila inventava e logo menos saberia do que se tratava.
Ao invés disso, se divertiu com Joselino e as crianças, o doguinho comedor de queijo correndo entre elas enquanto Lauren ensinava arte com brincadeiras.
Às vezes ela sentia um frio no estômago e uma tristeza ao pensar em como o filho adoraria toda aquela farra, as brincadeiras, as crianças... mas Lauren sabia que se as coisas não tivessem acontecido da forma horrível que aconteceram, ela nem estaria ali para início de conversa.
Nisso, tentava espantar seus fantasmas e guardar a memória da alegria de Cadu, a transmitindo para as pessoas ao seu redor.
Camila demorou um pouquinho até aparecer, mas quando o fez agiu como se estivesse ali o tempo todo, o que só deu mais certeza ainda de que estava aprontando alguma.
Foram embora na hora do almoço, indo para casa descongelar uma lasanha de quatro queijos porque estavam com preguiça demais de cozinhar e só havia um resto de arroz pronto na geladeira que esquentaram para comer com a lasanha enquanto Joselino tentava sua chantagem de cara de coitadinho para ganhar um pouquinho da delícia de queijo.
Tiraram a soneca preciosa de cada tarde passada em casa, Camila acordando antes de Lauren e indo até o carro, tirando com dificuldade o que tinha conseguido do porta-malas porque o espaço da garagem era pequeno demais.
Foi quietinha para a sala, deixando tudo em um canto do sofá enquanto fazia uma pesquisa do outro lado, uma postura relaxada e quase deitada.
Uma meia hora depois, Lauren despertou com a ausência de Camila e Joselino no quarto, fazendo com que levantasse, apesar de sonolenta, e saísse a procura dos dois, encontrando a primeira em um sofá e o segundo no outro, só que em cima das costas do móvel enquanto vigiava a rua.
Fofoqueiro de primeira em plantão.
— Ei, Lauren! — Camila a cumprimentou — como está?
— Meio morgadona ainda — falou, bocejando — alguém tem que me proibir de dormir a tarde, só fico cansada. Então é isso que estava aprontando?
Indicou as coisas no sofá e Camila assentiu com veemência.
— Desde que nos entendemos por gente queremos saber como fazer isso, achei que fosse a coisa a fazermos juntas agora — explicou — então pode perguntar.
Lauren franziu o cenho, ainda um tanto confusa pelo sono da tarde, mas olhou dos instrumentos para Camila e formulou a pergunta:
— Uh, como tocar violão?
Camila abriu um sorriso satisfeito e indicou que sentasse ao seu lado.
— Me passa um deles, pode escolher — falou, aprumando a postura e Lauren, sendo a óbvia Lauren que bem conhecia, entregou a ela o violão cor de rosa e ficou com o cor de madeira clara, fazendo com que sorrisse ainda mais.
Ela sabia que quando tinha cinco anos sonhava em ter um violão rosa, coisa que só se intensificou com o tempo.
— E agora? — questionou.
— Bom, eu li que a gente tem que conhecer o instrumento primeiro — falou — estava lendo e aqui estão as partes deles, me acompanhe: essa é a cabeça, esse o braço e esse o corpo, basicamente.
Camila deslizou as mãos pelo violão, indicando enquanto Lauren seguia com seu próprio violão.
— Tarraxas. Pestanas. Trastes. Casas. Tábua da roseta. Boca. Cordas. Ponte — indicou cada parte.
— Entendi — disse Lauren, repetindo baixinho cada parte que tinha acabado de conhecer.
— Agora a gente tem que saber pegar direito — falou.
— E não é óbvio? — indagou Lauren, franzindo o cenho com a pergunta.
Camila deu de ombros.
— Ah, véi, não deve ser, já que é uma instrução — disse — mas eu vi que é pegando aqui, apoiando aqui e usando os dedos aqui e aqui assim, só que mudando para cada música essa parte dos dedos.
Lauren assentiu, indicando que entendeu.
— Meio que assim, então? — perguntou, fazendo de acordo com a instrução de Camila, que sorriu.
— Sim! — assentiu também com a cabeça — e aí tem a numeração dos dedos...
Ela passou para Lauren o que tinha estudado até ali, incluindo as notas básicas e onde ficavam no violão. Não deixou de observar que ela tinha um desenvoltura muito boa com os dedos, uma facilidade de segurar o violão e posicionar a mão que dava arrepios.
Quando passaram para os primeiros acordes, apenas os mais básicos para começarem a pegar o jeito de tirar som do instrumento, ficou boba vendo os dedos de Lauren percorrerem pelas cordas e dedilhar com curiosidade, pulando um pouco a parte de saber o que estava fazendo para descobrir sons que nem sempre saíam bonitos ou afinados, mas que fazia Camila perceber que nunca tinha notado que as mãos de Lauren eram tão bonitas e tinham tanta firmeza e delicadeza assim, e olha que gostava de ver quando ela fazia arte.
Mas também, se perguntava por que iria prestar atenção nas mãos de alguém.
Não importava realmente, porque estava fascinada e se perguntava como seria sentir as mãos dela em si, a dedilhando por todo o tronco como um violão.
Até se arrepiou imaginando seus dedos tocando-lhe a barriga, subindo e descendo de forma que provavelmente também tiraria sons dela.
Incrivelmente se esqueceu de treinar, apenas observando a forma ao qual descobria o instrumento, optando por testar notas soltas antes de treinar alguma com afinco, brincando, se divertindo apesar da expressão concentrada.
Tinha talento, era preciso admitir.
Uma artista completa, fazia parecer que era fácil, mas ao mesmo tempo esquecer do que estava fazendo conforme olhava os movimentos de sua mão pintando músicas, o cenho se franzindo e suavizando, a forma ao qual mordia os lábios e os deixava escorregar dentre os dentes que fazia Camila imaginar outro tipo de carne macia sendo apertada por sua boca, acompanhando com a própria boca quando a língua deslizava entre a carne rosada de seus lábios os lambendo ou simplesmente em um ato de concentração.
Observava a desenvoltura de seus dedos com tamanha atenção que nem percebeu que Lauren tinha os olhos sobre si.
— Em que está pensando? — questionou Lauren, fazendo com que tivesse um leve susto antes de sorrir e dizer:
— Que você é realmente boa tocando... violão. Ou aprendendo isso. Suas mãos são bonitas e... você leva jeito.
As sobrancelhas de Lauren se ergueram e um sorriso de lado subiu seus lábios.
— Obrigada — falou, o que obrigou Camila a tentar se concentrar no próprio aprendizado enquanto tentava tirar os demais pensamentos sobre Lauren da cabeça.
Se ela perguntasse, saberia que Lauren pensava exatamente o mesmo que ela, mas aí seria fácil demais, o ser humano e as histórias são só um pouquinho mais complicados.
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Bom, vocês que são meus leitores há um tempo sabem que eu não gosto de escrever hot, né?
Julgo que sabem e me despeço: até a próxima meus anjos, abraços.
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Encontrando Respostas
FanfictionLauren quase entrou para as estatísticas de feminicidio, mas, sinceramente, ela preferia ter entrado a ter que suportar toda aquela dor. Camila sabia disso, via no rosto da melhor amiga de infância dor desde seu despertar até o adormecer, além da do...