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Casar nunca fez parte dos meus planos, sonhos, metas,lista de desejo, enfim, era algo que eu não almejava e tanto faz se acontecesse, e o mesmo era sobre ter filhos. Não foi uma coisa que eu decidi, não foi algo como eu acordei um dia e disse " não vou casar e ter filhos", não! Simplesmente não havia essa vontade em mim, sabia desde cedo que casamento e bebês não eram para mim.

Penso sim em morar junto, dividir uma vida com alguém, mas sem aquele espetáculo todo de uma festa, onde se gastam milhares de reais e ainda tem gente que sai falando mal. No máximo eu assinaria um documento no cartório e ganharia o mundo logo após com a pessoa que foi corajosa a se unir a mim, era o máximo que meu lado românico permitia.

Mas depois de fazer parte de um casamento tão fofo e emocionante quanto o de Débora e Pedro, o coração até amoleceu um pouquinho, não muito, mas  aquele pouquinho que me fez imaginar casando com Diego em um lugar aberto, com no máximo quinze pessoas, mas logo passou, porque começou a me dar uma sensação esquisita.

- Quatro meses de namoro e já casaram, foi tudo tão rápido né?- Diego comentou encarando nossos amigos que haviam acabado de dizer sim, conversando a pouco metros de nós.

- Eles já passaram por tanta coisa juntos que vale pra mais de ano.

- Você tem razão, será se com a gente vai ser assim?

Meu coração bateu forte, dando a impressão de querer sair do peito.

- Assim como?

- Casar em quatro meses ou só começar a morar junto.

- Temos tempo pra pensar nisso.- o abracei pelo pescoço.- Vamos curtir essa fase inicial de namoro, é tão gostosinha.- beijei seus lábios com sabor de champanhe.

- Gostosinha é você.

As vezes me pegava pensando se mais lá na frente, eu e Diego ainda seríamos um casal, temos ideais tão diferentes e aparentemente nenhum de nós dois está disposto a ceder. Diego pensa em casar de novo, assim como ainda pensa em ter mais filhos e eu não. Nunca sentamos para esclarecer o que de fato queremos para o futuro, mas em uma conversa e outra, surge esse tipo de assunto e é óbvio que eu fujo como o diabo foge da cruz.

Logo após a primeira dança dos noivos, nos juntamos a eles. Diego não é lá o melhor dançarino, por vezes errou os passos, mas eu não poderia ter alguém melhor para estar comigo ali.

Era o primeiro casamento em que eu conseguia me divertir de verdade, sem muita gente e sem muita frescura. Débora e Pedro pediram que deixassem o local confortável, onde os poucos convidados pudessem se sentir a vontade, as músicas eram perfeitas, a comida nem se fala, sem aquela chatice de canapé ou petisco que só serve pra deixar a gente com fome.

- Decidi não jogar o buquê, acho tão chato isso.- Débora disse desfazendo o laço que prendia os girassóis.- Vou dar um girassol pra cada uma, porque quero ir no casamento de vocês também.

- Não garanto nada.- falei rindo e recebendo meu girassol.

O gesto da minha amiga foi tão fofinho, eu admiro muito o coração de Débora, só tem amor ali, mesmo com tantos motivos para ser desacreditada, ela sempre pensa no bem nas pessoas.

- Rosa, Rosa.- Débora disse meu nome debochando.- Você pode pagar a língua.

Era disso que eu tinha medo, parece que quanto menos a gente quer que uma coisa aconteça, aí mesmo é que acontece.

- Bacana o que a Débora fez.- Disse Diego pegando o girassol.

- Também achei, achei tão mais legal assim.- falei.

- Mas continua tendo o mesmo sentindo.- ele disse encarando a flor.

- Eu sei, na não quero pensar nisso, não agora.- beijei sua bochecha.- vamos dançar de novo?

- Vamos sim.

A música parou e pude notar que Diego havia ficado aliviado. Pedro iria cantar uma música para a esposa, então fomos ficar ao redor para apreciar. A música era a cara dos recém casados, mas ao mesmo tempo parecia comigo e com meu namorado.

"Você acendeu uma chama no meu coração, ocupou todo o espaço da minha mente..."

Cantarolei baixinho ao pé do ouvido de Diego. Ele me fazia ter sensações novas, como a de coração acelerado, pele sensível, pêlos arrepiados. O goleiro ocupava grandes espaços na minha mente, não sei se era devido a fase de começo de namoro ou se era pelo fato de eu estar apaixonada verdadeiramente pela primeira vez.

Nos afastamos um pouco do local onde ocorria a festa e nos aproximamos do mar. O vento estava mais forte, a areia antes quente e fofa, agora era fria e úmida, ficando agarrada a nossos pés descalços.

- Já reparou que o Mar está presente na nossa história desde o começo?- o goleiro perguntou me fazendo lembrar do nosso primeiro beijo na virada do ano.

- Sim, a gente se conheceu pessoalmente em uma casa de praia, onde também aconteceu o nosso primeiro beijo, o mar foi testemunha disso, e também lembro que você me jogou na água durante o passeio de lancha pelo Rio.- comentei lembrando desses momentos que pareciam ter acontecido a uma vida.

- Eu te pedi em namoro em alto mar também.

- E agora estamos de frente a ele de novo.

Eu tinha medo daquela imensidão de água salgada, tanto que não aprendi a nadar, porque só de imaginar ficando debaixo desse monte de água, me dava desespero. Mas incrível é que o mar fazia parte da nossa história, desde o começo, como se fosse testemunha da gente. Que coisa de louco.

- Talvez isso tenha um significado pra gente.- falei.

- Acredita nessas coisas? De significado, sinais e etc? Porque eu sou um tanto cético quanto a isso.

- Eu acredito sim, se eu não acreditasse nos significados dos sinais que o universo me dá, eu jamais seria sua namorada.

- Hmmm.- Diego me olhou com certo desdém.- você é do tipo de pessoa que acredita que as coisas acontecem porque tem que acontecer?

- Tipo isso, por exemplo, eu acredito que o mar vai ser sempre testemunha de algo relacionado a gente.

- Tipo?

- Como já falamos, ele testemunhou nosso primeiro beijo, nosso primeiro passeio de lancha, nosso pedido de namoro e agora vai testemunhar eu dizendo que amo você.

Não lembro de quando eu tive a certeza de que amava Diego, mas eu sabia dos meus sentimentos por ele, porém não havia  planejado dizer isso agora, queria que ele falasse primeiro, tinha medo de que o sentimento não fosse recíproco. Mas como falei, eu tinha que interpretar os sinais, toda vez que estávamos próximo ao mar, acontecia algo entre nós e então senti que era o momento de me declarar.

- Você dizendo o quê?

Diego havia me ouvido muito bem, aquele sorriso cínico nos lábios dele, não eram atoa., mas meu namorado preferiu se fazer de sonso..

- Eu amo você.- falei novamente e me joguei em seus braços, escondendo meu rosto em seu pescoço.

- Eu amo você Rosa, Deus, como é bom falar e não ter medo de levar um tapa seu.- apertou-me contra seu corpo.

- Por que eu te daria um tapa?

- Você não é muito romântica e sempre foge de assuntos mais sérios, pensei que falar que te amo, ainda era muito cedo, não pra mim, mas pra você.

- E eu esperando você falar primeiro.

O melhor de tudo era saber que Diego me amava, era essa reciprocidade que eu tanto quis.
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EU AMO TANTO ESSES DOIS<3

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Destino// Diego Alves ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora