Nunca precisei que olhassem pra mim
Decidiram meu fim?
Mal conseguem enxergar meu limpo caminho
Idiotas se rotulam e eu do olimpo
Vão morrer afogados no seu próprio deslize
A chuva abençoa aqueles que na seca preferiram que amenize
Quadros guardam imagens fracas e ignorantes
Não é como se fossem imagens de poucas amantes
E olhar pras capas dos livros, odeio o que sinto
E ver as carteiras da escola, chamo aquilo de amigo
E se tudo isso é falso, eu juro, fui até comigo
Olhando pros meus olhos no espelho, será que eu acredito?
Sobre destino já definido, rasgo mais esse papel como se fosse límpido
Caído no chão, pro futuro eu nunca ligo
Aos reis eu juro, mortos estarão se meu sentimento surgir de um limbo
E se eu devesse uma homenagem
Seria pros meus 10 dedos
Que quando eu precisei, eles contavam por mim
Todos demônios que matei, esses egos fracos
Expurguei todos eles do meu caminho
E hoje pra não dizer que não brigo, fiz mais um inimigo
Eu mesmo
Eles disseram que eu era louco e me deixaram de lado
Naquele mesmo canto encontrei demônios
Eu me juntei com eles e tramei um golpe
Esse ficou conhecido como guerra santa
Eles dizem que eu perdi e que fui castigado
Mas olha tudo o que eu consegui, conquistei todo esse inferno
Melhor tomar cuidado consigo...
Às noites o monstro que habita em cada um come como rei
E se então a chuva cai, a culpa é de quem?
A coroa veste quem come por matar
Come por vencer
A coroa cai de quem morre por sentir
Por não tentar servir
De madrugada todas as minhas orações voltavam em forma de angústia
E eu era bobo de perguntar pra minha tia
De tanto ouvir que ali eu não cabia
Orações se transformaram em sentido horário
Agora todos eles, presentes submissos
E eu ainda continuo correndo atrás de realizar minhas pobres vontades
Por trás de todas essas almas hiperativas, sempre vi mentes brilhantes
Por trás de todos esses rostos fechados, vejo almas elegantes
Por trás de tudo isso que passamos, sei, são histórias marcantes
Por trás de minhas mangas longas, histórias marcadas
Olhando pra fora da janela vejo uma esperança em formato redondo
A lua finalmente presenciou meu sonho exótico
E aquele de tanto sonhar, acaba sozinho
A inveja nunca sai do ninho, só pra pisar em trilhos
Brilhante era meu amigo
Não faz nada quieto
Mas de tanto falar perdeu a língua
É assim que ela age, corrompe todos os nossos neurônios
E nossos pensamentos
Que sob a luz da sala são apenas ideias de uma lâmpada falha
É uma promessa, agora daqui eu voo pra longe, com um passarinho
Deus não aguentava mais a solidão
Criou um planeta rodeado por humanos só pra suprir aquela situação
Deixando num mundo sangrento todos seus pecados
Cometendo suicídio em sequência de seus atos
E olha onde ele renasceu
Olha aqui em cima da cabeça, portando a coroa da desavença
Orgulhoso e fodido, é isso que eu sou
Jurou criar humanos com um só propósito, mas ao me criar...
Aspectos de fera, olhando ao redor um monte de sorrisos
Olhando no espelho dois olhos que me cercam, como um cervo correndo da onça
Eu olhei pro alto e vi uma estrela cadente
Resolvi fazer um pedido e era bem simples
Só queria sorrir mostrando minha boca aberta mas de tanto apanhar eu já perdi os dentes
Apanhar de quem? A briga era no espelho
Cada soco dado doía em dobro
Igual aquele "2 por 15" do BK, que sempre comi sozinho por nunca ter nenhum outro
Me perdoem por sempre estar gritando, é que monstros à minha volta só falavam merda
Me mandavam matar e liberar meu ódio, caso eu não fizesse isso a culpa cairia no meu teto
Olha que engraçado, adivinhe minha escolha, basta ver as lágrimas encharcando minha coberta
A morte é certa e ela me espera
Mas se correr será que tenho chances?
Não tenho nada a perder, tudo o que eu tinha deixei em outras décadas...
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Desprezo
PoetryPalpites dos anos atrás Diálogos com o público em forma de poesia Cuidado com o que recita Todo esse processo foi refinado ao longo do tempo