Capítulo Um: Não Sabem Bater?

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Obrigada a @tonksyltter por me aguentar falando dessa fic e pelas dicas.


Win não se lembrava de como esse medo surgiu, só que o tinha desde sempre, o medo irracional de raios e trovões. Parece uma coisa idiota, ele agora tem 22 anos. Está na faculdade e precisa superar esse medo de um jeito ou de outro. Ainda mais agora, que ele tinha uma viagem marcada para este final de semana, a previsão do tempo era clara, iria chover e a probabilidade de uma tempestade com raios e trovões era enorme.

Então como ele iria explicar aos seus colegas do clube de teatro sobre isso? Nem seus próprios amigos sabem sobre. Então o que Win devia fazer numa situação dessa?

— Ansioso para o final de semana, Win? — Tontawan, sua prima, que também é membro do clube, aparece no seu quarto o questionando sobre a viagem.

— Soltando fogos, de tão animado. 

— Sua animação é contagiante, senhor Iamkajorn!

 — Agora é a vez do seu melhor amigo Hirunkit, mais conhecido como Nani por todos, aparecer no seu quarto.

— Ninguém sabe bater não?

— Sabemos, mas é mais fácil entrar sem bater, economizamos tempo. — A risada da Tu é alta, depois de ouvir a resposta de Nani.

— Então, Win, você está animado? É a primeira vez que você faz uma viagem assim. Normalmente você tem medo de água. Nunca sai quando está chovendo. — Tu o provoca. — Você é feito de açúcar?

— Eu posso provar, se você deixar, Win? — Nani vai em sua direção lambendo os lábios. 

— Eu odeio vocês, sabiam?

— Sabemos e o sentimento é mútuo, a propósito devemos começar a fazer as malas ainda hoje. Mesmo que aos poucos. Eu te conheço. Você sempre deixa tudo para a última hora. Seja responsável desta vez, você irá tirar fotos para o clube, a Love pode te matar.

— Ei! Isso não é verdade, sou muito responsável!

— É mesmo? Teve uma vez que você esqueceu de fazer o trabalho, passou o dia na enfermaria fingindo alguma dor e fez o trabalho todo lá e depois entregou ao professor, com a cara mais cínica do mundo. — Tu tinha razão, aquele tinha sido um bom exemplo, de como seu primo era um irresponsável às vezes.

— Sem falar daquele ensaio no clube, onde ele esqueceu de estudar e se não fosse o Bright, ele tinha se ferrado com o professor. — Win se irritou um pouco com o que o seu amigo disse. Não tinha acontecido dessa maneira, ele sabia das falas. O fato é que Bright, o cara que Win, não fazia esforço nenhum de se aproximar porque ele parecia frio e irritado com todo mundo o deixava desconfortável. Então fazer uma cena romântica com ele não o tinha deixado bem.

— Não voltem ao assunto Bright, por favor.

Seus amigos começaram a rir da sua cara de desgosto. Era sempre assim quando falavam do outro em questão. Win não fazia esforço para esconder que não gostava do outro e achava que todos do clube sabiam, mas de novo ele não se importava com os outros. O santo de Win não bateu com o de Bright e normalmente ele não se engana sobre as pessoas quando isso acontece.

Os dois amigos começaram a conversar sobre outras coisas e esqueceram da presença de Win. Então ele voltou à raiz do seu maior problema. E se a previsão estivesse certa? Ele conseguiria esconder o seu medo constrangedor de todos?

Dessa vez ele não podia deixar de ir, a Love irritada às vezes o assustava mais que os raios.

Ele decidiu então pedir conselhos a um antigo amigo de infância que fazia faculdade no exterior há dois anos. Win sempre podia contar com ele, claro que ele não contaria sobre seu medo em si, mas sabia que falar com ele ajudaria.

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