Wait For It

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"𝐼'𝑚 𝑡ℎ𝑒 𝑜𝑛𝑙𝑦 𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔 𝑖𝑛 𝑙𝑖𝑓𝑒 𝐼 𝑐𝑎𝑛 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙"

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"𝐼'𝑚 𝑡ℎ𝑒 𝑜𝑛𝑙𝑦 𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔 𝑖𝑛 𝑙𝑖𝑓𝑒 𝐼 𝑐𝑎𝑛 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙"

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Facilier parou no meio da sala, um envelope entre os dedos ossudos. A lenha estalava na lareira à medida que o fogo a consumia, e a curiosidade consumia o homem de dentro para fora. Ele abriu o envelope com cuidado e aproximou a carta de seu nariz, inspirando o odor doce do perfume que ele mais amava no mundo. Desdobrou a folha e admirou a obra de arte que era a caligrafia de sua amada.
Célia escrevia-lhe diariamente. E frequentemente ele visitava a mulher, sendo um bom cavalheiro ao manter a cama dela aquecida enquanto o marido está fora.
O homem está lutando no lado britânico da Georgia, tentando manter a colônia submissa e obediente à coroa. "Ele pode ficar com a Geórgia inteira", pensava Facilier, secretamente, "mas a Célia? A Célia ele já perdeu".

Acontece que o amor não é preconceituoso, e não distingue entre os pecadores e os santos. Mas o amor tem as suas demandas, ininterruptas, tomando de todos aqueles que permitem-se amar. E mesmo assim, as pessoas continuam amando. Gargalham, choram, fracassam e comentem erros.

Mas se existe no mundo alguma razão para que Facilier esteja ao lado de Célia enquanto tantos outros homens tentaram essa façanha, então ele está disposto a esperar para ver. Está disposto a conter-se, e a evitar os riscos.

Na parede da sala, o quadro de sua família era fracamente iluminado. Quase desaparecendo na escuridão, Facilier identificou o cabelo grisalho de seu avô. As mãos enrugadas segurando a Bíblia Sagrada, seu refúgio e fundamento. O homem era um pastor fervoroso. Facilier suspirou. Existem coisas que as homilias e os hinos de louvor não ensinam.
Sentados, um ao lado do outro na pintura, estavam seus pais. Os traços espertos, inteligentes, expressavam a genialidade do cérebro da mulher. A postura rígida e altiva de seu pai inspirava respeito.

Mas quando todos eles partiram, Facilier viu-se no mundo sem nenhuma instrução. Sem guias. Sem um manual. Mas com o enorme legado de sua família, que deveria proteger a todo custo.

A morte também é livre de preconceitos. Ela não descrimina entre os pecadores e os santos, mas faz suas demandas, tomando e arrancando-lhes tudo. E mesmo assim as pessoas continuam vivendo, por altos e baixos, as ascenções e quedas, cometendo falhas e erros.

Entretanto, se há no mundo uma razão para que Facilier esteja vivo, sendo que todas as pessoas que o amaram já partiram, então ele está disposto a conter-se. A não assumir riscos. E a esperar.

Facilier entendia o peso que carregava nas costas, sozinho. Frente a tantas tragédias, à perda precoce de seus pais, à doença que acomete Célia, à própria revolução, o homem cerrou o punho livre. A única coisa sob o seu controle é ele mesmo. E ninguém poderia imitá-lo, copiá-lo, pois era único.

Por vezes, o mundo tenta atropelá-lo, arrastá-lo. Mas Facilier mantém-se firme, ciente de que não está ficando para trás, ciente de não estar atrasado. Ciente de não estar vivendo passivamente, mas sim em ativo estado de espera.

"O que está esperando?", a voz de Aladdin ecoou em sua cabeça. O homem sentiu seu sangue esquentar, pois via o caribenho escalar uma montanha infinita, cada vez mais alto. Aladdin tem algo a provar, e nada a perder. Facilier apertou a carta de Célia, pensando em como a jornada do imigrante era implacável, pois Aladdin não perdia nem um segundo. Sempre com a sua missão bem diante de seus olhos.

Suspirou. Como deve ser estar no lugar dele? Poder arriscar, poder se expor, sem nada a perder?

Aladdin não hesita. Ele não demonstra limites, mas sempre apresenta suas demandas, tomando para si tudo o que puder. E ele está sempre vencendo. Como o braço direito do General. Casando-se com uma Al-Kudsi. Sempre virando o jogo, tirando vantagem de toda e qualquer situação. Aumentando o patamar a cada passo.

Mas se há uma razão para que Aladdin tenha sucesso enquanto tão poucos sobreviveram, então Facilier está disposto a esperar para ver o que o futuro reserva para eles.

Em silêncio. Sem se expor. Sem assumir riscos. Pois há muito a se perder, e Facilier não pode perder. Então há de esperar para ver.

Aladdin - The RevolutionOnde histórias criam vida. Descubra agora