✓ FRIDAY ━ JAMES POTTER.

trinta e cinco.

O CABELO LOURO e expressão carinhosa permaneciam os mesmos, Sammy mantinha aquele sorriso acalorado. E ele só se amplificou ao ver a filha surgir do corredor, a observando da porta que James havia feito questão de abrir. — de acordo com ele, Sammy sempre o tratara bem, e não via motivos para não fazer o mesmo com ela, mesmo com as situações atuais.

Mas no fundo, sabia que quase sentira o coração sair pela boca quando a mulher o abraçou. Aparentemente, nada havia mudado.

Vê-la ao lado de Friday foi quase como ver gêmeas, e ele poderia achar isso, se não fosse pela diferença de idade e cor do olhos.
Sammy tinha as íris esverdeadas e as de Friday eram como duas piscinas profundas, sempre guardando algo no interior.

— Vocês dois não mudaram nada, céus.

Friday soltou um pigarreio e James se deu conta de que passara tempo demais ali.

— Vou deixar vocês a sós. Seu quarto fica no último corredor, colocamos Mundungo para dormir no sofá.

— Obrigada, querido. — Sammy soltou um sorriso afetuoso, observando Potter deixar a sala e começar a falar com Sirius, enquanto entravam na cozinha.

— James tem uma bela casa, muito gentil da parte dele te deixar ficar aqui.

— Ele tem sido legal com todos.

As louras descarregaram as malas de Sammy no chão do quarto, que era grande demais para uma só pessoa, mas qualquer um se recusava a dormir com o Mundungo.

— Você também vai dormir aqui?

— Se você quiser, claro mamãe.

Mamãe. Fazia tanto tempo que Friday não a chamava assim, os olhos verdes se inundaram de lágrimas. Tão fragilizados e dolorosos.
As Dunequim formaram um abraço apertado, já não se viam mais, e agora, tinham uma a outra ali.
Só faltava uma pessoa...

— E o meu pai?

Um nó se formou na garganta da mais velha, um nó que só foi interrompido quando um toque leve na porta as distraiu.

Sirius tinha um sorriso avassalador no rosto.

— Remus mandou notícias, pediu que encontremos ele, já que ele não pode vir até aqui.

— Vocês apagaram da mente dele o endereço da casa? Inteligente.

— Foi ideia da sua filha. — Black sorriu para as duas, voltando ao corredor e puxando a porta.

— Ei! Eu também quero ir.

— Fica com a sua mãe, não se preocupa.

Dunequim contestaria, mas Sirius fechou a porta com força e os seus passos rápidos foram audíveis até certo ponto.

— Então... e o meu pai?

— Friday, eu...

Inquieta na cama, Friday esperava qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, que ele estivesse no hospital, talvez indisposto para uma viagem tão longa, mas definitivamente, não esperava que as palavras seguintes realmente fosse reais.

— Desligaram os aparelhos ontem.

Um soco enorme atingiu a barriga de Friday e lhe faltou ar. Seu rosto ficou vermelho em um tom jamais visto, suas mãos tremeram e o corpo ficou frio.
Lágrimas finas brotaram nos cantos de seus dois olhos, caindo pelas bochechas e dando a sensação de falta de ar. Seu corpo toda se reprimiu e Dunequim sentiu dor, dor demais.
Tudo que sentira na aula de DCAT, quando seu bicho papão se transformou na mesma coisa que acontecia agora, voltou para si mas trinta vezes pior.
Sentia como se uma parte de seu corpo fosse arrancada inúmeras vezes e seu coração diminuísse de tamanho.

Sammy também chorava e envolveu a filha em um abraço. Já tinham sofrido tanto,
mas sentir como se algo faltasse não se comparava a nada experimentado antes. Era como se nunca fossem superar, e provavelmente nunca iriam.