Capítulo Único- A Vingança

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Dia 10/05

07:30

Com as suas malas nas mãos, Hinata estava parada em frente à porta da casa que ficaria trabalhando durante dois dias.
Como sempre, seu cabelo estava preso em um coque perfeito e sua roupa estava impecável. Ela sempre procurava usar cores mais claras e um uniforme que não realçasse nada em seu corpo. Sabia que tinha que se vestir da forma que menos chamasse a atenção das pessoas.
Depois de ter esperado por alguns minutos até que a porta fosse aberta, ela acabou arregalando os olhos quando se deparou com uma pessoa que fez seu corpo inteiro congelar.

Ino: Você é a nova empregada, certo?– falou enquanto analisava a Hyuuga dos pés a cabeça– Pode entrar!

Ainda parada na porta, Hinata não conseguiu evitar as memórias dos tempos de escola virem em sua cabeça.
Por conta daquela mulher, a perolada teve que vivenciar a pior fase da sua vida sem nem ter culpa de nada.
Durante o colegial, Hinata havia sido vítima de inúmeras agressões, xingamentos e humilhações em público.
Até os dias atuais, a perolada se perguntava o motivo de ter passado por tudo aquilo. Ela nunca fizera nada para ter merecido aquele trauma.
O que mais lhe deixava indignada, era que Ino, a principal agressora, nunca pagou pelos seus atos. Aquilo fez com que um ódio culminasse em seu coração toda vez que se lembrava da loira.
Ino era a principal pessoa que lhe fizera sofrer inúmeras vezes, agora, aquele era o momento do qual teria sua chance se vingança.

Ino: Não vai entrar?– a Hyuuga percebeu que a Yamanaka não lhe reconhecera.

Na sua cabeça, era óbvio que aquela mulher não iria lhe reconhecer. Geralmente, as pessoas que sofrem são as que menos tem chance de esquecer do passado.

Hinata: C-Com licença!– saiu daquele transe e passou pela batente da porta.

Como esperado, aquela casa era sensacional por dentro. Tudo já parecia estar muito limpo só de olhar, o que já facilitava um pouco do seu trabalho.

Ino: O seu quarto fica aqui no andar de baixo.– fez um gesto para que a morena lhe acompanhasse.

Enquanto andava pelos corredores, percebeu que haviam alguns brinquedos infantis jogados pelo chão, o que lhe fez duvidar de que havia alguma criança na cada.

Hinata: A senhora tem filhos?– a loira negou com a cabeça.

Ino: Meu sobrinho veio aqui ontem.– abriu uma porta que ficava próxima a cozinha– Organize esses brinquedos na entrada para que minha irmã venha pega-los mais tarde.

Hinata: Certo.– fez uma breve reverência antes de entrar no quarto.

Diferente do que viu em algumas partes da mansão, aquele cômodo estava um caos. Era como se não tivesse sido aberto faziam anos. Estava sendo possível se sentir o cheiro da poeira que vinha dos lençóis da cama.

Ino: Por hoje, limpe apenas o andar de baixo.– olhou para o fino relógio de pulso– Estou atrasada para o trabalho.

Hinata: Espere... Onde estão os produtos de limpeza?– disse antes que a mulher pudesse ir embora.

Ino: Procure, devem estar na lavanderia.– disfarçadamente, a Hyuuga revirou os olhos pois não fazia ideia de onde podia ser a lavanderia.

Antes que Hinata pudesse tirar outras dúvidas, a loira já parecia estar distante pelo som do seu salto alto batendo contra o assoalho da sala de estar.
Depois que ouviu a porta fechar, Hinata se sentou na beirada da cama enquanto pensava consigo mesma o que poderia fazer para que se vingasse de todas as coisas ruins que a Yamanaka já lhe fez passar.

Hinata: Não irei poder fazer nada nesse primeiro dia...– ainda tinha a intenção de receber seu salário e sair ganhando em dobro.

Para que tivesse mais tempo de pensar no que poderia fazer, Hinata resolveu começar logo com aquela faxina e ter a tarde mais livre com serviços mais leves.
Como a Hyuuga passaria muito pouco tempo naquela casa, ela não quis tirar as coisas das malas. Não iria sujar suas roupas atoa no meio de tanta poeira e teias de aranhas.
Passando por inúmeras salas que talvez dessem acesso a lavanderia, a perolada percebeu que haviam inúmeros quadros pela casa. Nesses quadros pendurados nas paredes escuras, só tinham fotos de Ino posando como uma modelo.

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Hinata: Narcisista desde o colegial.– se lembrou do jeito que a loira se adorava.

Era como se Yamanaka se achasse a única mulher bonita do mundo, e quem discordasse, acabaria sendo um alvo.
Depois de alguns minutos, a perolada chegou na lavanderia, onde iria pegar os produtos de limpeza.
Primeiro iria começar limpando as janelas e depois iria partir para a cozinha. Aquele dia seria longo.

14:10

Depois de ter arrumado inúmeras coisas e limpado metade dos cômodos, Hinata resolveu dar uma pausa para que pudesse descansar, afinal aquela era uma das maiores mansões que já teve que trabalhar.
Na cozinha, a Hyuuga usava o celular enquanto enchia um copo com a água que vinha da porta da geladeira.
No momento, ela estava tão distraída olhando suas redes sociais, que nem acabou vendo quando uma certa pessoa entrou na cozinha.

???: Você não deveria estar fazendo seu trabalho?– a Hyuuga acabou se assustando ao ponto de acabar derrubando o copo no chão.

Hinata: M-Me desculpe!– sem olhar para o dono daquela voz tão grave, Hinata se abaixou para que pudesse recolher os cacos de vidro.

Por conta de todo aquele desespero de ter sido pega naquela situação, a Hyuuga não estava tendo cuidado em tocar no material pontiagudo. Aquele descuido fez com que ela acabasse cortando o dedo.

Hinata: Tsc.– estava muito constrangida.

???: Tome cuidado com o que faz.– suspirou enquanto andava em direção da Hyuuga– Deixe-me ver isso.– puxou a mão da mulher para si.

Assim que ambos os olhos se encontraram, era como se os dois tivesse levado um choque de conexão.
Por alguns instantes se encarando, os dois notaram que aquilo estava começando a ficar estranho, então resolveram se afastar.

Hinata: Eu irei lhe pagar pelo copo, senhor...– queria saber o nome do maior.

Tobirama: Tobirama, marido da mulher que lhe contratou– engoliu seco– Não foi um corte tão grande.

Hinata: Irei voltar ao trabalho, eu apenas havia dado uma pausa para beber água e...– foi interrompida.

Tobirama: Venha comigo, você precisa de um curativo.– fez um gesto com a cabeça para que a mulher lhe seguisse.

Hinata: Primeiro eu tenho que recolher o vidro.– ele bufou.

Tobirama: Não irei repetir.– ela estranhou tamanho mau humor, mas resolveu obedecê-lo.

Seguindo o homem até o grande escritório que ainda não havia limpado, Hinata sentia seu coração bater aceleradamente por notar que ele lhe observava pelo cantos dos olhos.
A Hyuuga mal podia acreditar que um homem tão atraente estava relacionado com Ino, uma mulher tão irritante e mesquinha.

Tobirama: Você costuma ser sempre desastrada desse jeito?– perguntou enquanto puxava a sua cadeira para que a perolada se sentasse enquanto ele procurava por curativos em sua gaveta.

Hinata: Ino-san não me disse que havia outra pessoa morando na casa.– tentou se explicar– Eu não sabia que o senhor estava aqui.

Tobirama: Eu cheguei mais cedo do trabalho.– ela confirmou aquilo depois de ter olhado a roupa que o mesmo vestia.

O Senju estava vestindo uma camiseta social branca com as mangas dobradas de maneira desleixada até os cotovelos.
No dedo, ele não usava nenhuma aliança, o que acabou deixando a perolada em dúvida sobre o casamento de Ino com o mesmo.

Maid  (ONESHOT)Onde histórias criam vida. Descubra agora