Moc, segunda perda.

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MOC aparece ao horizonte, depois de quase quatrocentos quilômetros de terra, exceto de Janaúba a Moc, asfalto.

Apartamento enorme, três quartos sendo um suíte, duas salas, cozinha, área de serviços, dependência de empregada, tudo na tabua corrida, armários embutidos nos quartos e no corredor, banho social, varandão com vista para a serra de Moc. Janelas de vidro enormes, parede a parede. Todo mobiliado por Mainha, duas camas em cada quarto, jogo de sofás e televisor na primeira sala, jogo de mesa e armário na segunda sala, linha telefônica, cara na época, mesada na conta. Empregada a disposição. A tão sonhada liberdade. Só faltava trazer o carro. Por enquanto era de carro com Painho ou de avião da linha Nordeste, aviãozinho peba, da ânsia de vômito.

Ia cursar o terceiro ano do segundo grau no colégio mais caro da cidade Padrão. Não gostou do pessoal, se fechou novamente, era da casa pro colégio, colégio para casa. Bau faria o primeiro colegial, contava então com 15 anos. Ela sempre se enturmava logo, simpática, bonita, corpo escultural.

Primeiro semestre no Padrão nada bom.

Segundo semestre o primo George passou mal, não quis voltar para estudar, ficou em Quebras.

Ficou doente, descobriu se tratar de leucemia, maior tristeza não havia, a moça ficou muito mal. Passou se um ano, Fovera e família o visitaram na capital. No dia de seu aniversário de 18 anos, 01 de janeiro, morreu de leucemia em Salvador. Uma perda jamais esquecida, um anjo que se foi. Ele era só alegria e bom humor. Fovera sonhara todas as semanas vindouras com o primo, primeiro era todo dia, depois umas vezes por semana. A última vez sonhou encontra-lo já maduro, com barba e tranquilo. Acabaram os sonhos. Pensou que a vida era tão curta, iria viver todos os dias como se fosse o último.....mal sabia ela que passariam anos para isso acontecer.

FoveraWhere stories live. Discover now