Eu poderia dizer milhares de coisas
Pra trazer você de volta pra casa...(...)
JAMES
Você se lembra de como seu coração parou por alguns milésimos de segundos e toda a insegurança veio abaixo pois tudo era tão intenso e maior?
Foi assim que James Potter se sentiu quando beijou Regulus Black.
Não foi um beijo de curiosidade porque ele nunca tinha beijado um homem em toda sua vida.
Foi um beijo sem medos, sem reservas, sem barreiras...um beijo que ficaria em suas lembranças para sempre.
E agora enquanto ele tomava seu banho, as imagens do beijo entre eles passava repetidamente em sua cabeça.
James se sentia vivo.
Cristo! Ele se sentia vivo de novo e era a sensação mais incrível do mundo!
Mas ele tinha medo de que quando ele saísse daquele chuveiro, a realidade o atingisse como um raio na cabeça e Regulus não olhasse em sua cara nunca mais.
Ele amava a presença do irmão de Sirius. Ele amava conversar com ele sobre qualquer assunto...era tão natural as coisas entre eles que chegava a ser assustador.
James poderia ter feito amizade com qualquer pessoa, mas Regulus era diferente.
Ele permitiu que James mudasse por conta própria. Ele fez James se sentir confortável de uma maneira que ele realmente não conseguia entender. Era quase como se sempre tivessem sido amigos.
Ele teve que admitir que ficou um pouco surpreso ao ouvi-lo dizer que era gay, mas ao mesmo tempo ficou feliz e foi isso que o impulsionou a criar coragem para beijá-lo.
Mas a coisa mais estranha nisso tudo, é que isso o lembrava de Lily.
Ele não era gay ou bi até se sentir atraído por Regulus, o que tornava tudo mais engraçado, porque Lily costumava ser voluntária nos centros especializados na juventude LGBTQIAPN+.
Na verdade, ele não achava que se enquadrava nisso, mas segundo os muitos livros e artigos que Lily tinha, ele se enquadrava perfeitamente em ser demisexual, porque ele só conseguia se relacionar com pessoas que ele tinha algum tipo de ligação emocional.
Aquele trabalho foi importante para ela e também para ele quando teve que lidar com seus melhores amigos gostando um do outro.
Ele abriu seus olhos ao ver crianças sendo rejeitadas por suas famílias apenas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Ele tinha visto o medo nos olhos Regulus quando ele disse que era gay, o mesmo medo que viu nos olhos de Sirius e Remus.
James saiu do banheiro com a toalha enrolada em sua cintura e foi para a janela. Seus olhos pararam em Regulus que estava limpando o jardim.
Ele o observou por muito tempo. Ficou alí admirando o corpo lindo de Regulus que brilhava de suor enquanto o Sol tocava sua pele.
O que James Potter era afinal? Ele não saberia responder...mas ele sabia muito bem o que Regulus Black o fazia sentir e para ele isso bastava.
Ele balançou a cabeça se afastando da janela com um sorriso estampado em seu rosto e foi se trocar.
James decidiu imprimir o portfólio das aulas de Regulus, quando ele percebeu que as folhas sulfites estavam acabando. Ele foi até o armário onde guardava seus documentos de pesquisa e alguns livros que não couberam nas prateleiras de seu escritório.
Ele se ajoelhou para procurar o que precisava, e enquanto puxava um dos livros para fora, ele cortou seu dedo. Por reflexo ele largou o livro e puxou a mão para trás como se o maldito papel tivesse feito um ferimento mortal em seu dedo.
James se abaixou para pegar o livro novamente e ele reparou que no canto daquele armário, tinha algumas bordas que eram ásperas, como se algo tivesse sido gravado lá.
Ele passou seus dedos ao redor, e realmente havia algo alí!
Agora ele tinha que saber o que era. Isso com certeza o deixaria maluco se não o fizesse.
Ele pegou o celular da mesa para usar a lanterna, então puxou o livro para fora do caminho.
Bem no canto de trás do armário estavam as iniciais J & D.
Porra, isso era muito interessante! Havia apenas uma razão para que aquelas letras estivessem escondidas alí...seja lá quem fossem J & D, com certeza eram duas pessoas que mantinham algum tipo de segredo.
James disse a si mesmo que aquilo não importava. Provavelmente foi algum casal de adolescentes que estavam apaixonados e queriam manter aquilo entre si.
Mas enquanto ele se sentava em sua mesa, colocando folhas sulfites em sua impressora, ele não conseguia parar de pensar nisso.
Não conseguia parar de pensar em J & D.
Ele sempre se perguntou sobre a história da casa, mas ele nunca teve coragem de pesquisar. Ele apenas sabia que tinha que comprar essa casa para Lily, mas de repente James se interessou até demais pela história do lugar.
Antes de perceber o que estava fazendo, James fechou seu e-mail de trabalho e abriu uma aba de pesquisa. Ele se recordou que Regulus tinha procurado alguma notícia sobre a casa, para entender o que tinha acontecido com o celeiro, mas James tinha um site específico da faculdade que fornecia tudo para ele.
Ele imaginou que deveria começar a pesquisar sobre o incêndio, igual Regulus fez, mas isso aconteceu muito antes da existência da internet, então ele entrou na parte do site que tinha scans de jornais e artigos antigos.
Claro que tinha ocorrido mais de um incêndio em um celeiro na cidade, mas para sua surpresa, ele não demorou muito para encontrar o que estava procurando:
"Garoto ateia fogo no celeiro da Família Brown e foge. "
James começou a examinar o artigo...
"Jacob Brown, filho de Judith e Phillip Brown, foi visto ateando fogo no celeiro de seus pais, possivelmente por diversão, antes de deixar a cidade com Dominic Smith, filho de Thomas Smith.