"Franco iria sair e não sairia só"

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Maratona = (2/15)

Eu entrei e a puxei para um beijo. Não precisei dar explicações sobre o tempo em que eu a evitei e certamente Kate não estava querendo isso.

Um erro. Um erro que, no espaço de uma semana, cometi duas vezes. Duas vezes eu dormi com Kate e para quê? Para sentir o calor de uma mulher e pensar que o calor que me envolvia era o dela, o calor de Júlia.

Eu era realmente um idiota! Queria confessar o que sentia, mas como eu ja havia confessado através de uma mensagem no celular para Júlia e ela não se manifestou, pensei que aquilo era claramente uma rejeição. Eu não sabia. Eu suportei o seu desprezo por uma semana.

Após uma semana estava disposto a mudar radicalmente, a fazer meus sentimentos aparecerem e Franco perceber o que estava acontecendo comigo. Ela mudou antes de mim. Não sei por que, mas foi aceitando meus cumprimentos...

- Bom dia. - eu a cumprimentei esperando pelo seu silêncio. Para a minha surpresa ela disse:

- Bom dia Josh.

E no outro dia...

- Ana Júlia nos convidou para comer com ela. Vamos? - eu a convidei após o expediente. A Júlia de sempre me mandaria à merda, mas esta...

- Eu estou cansada. Vá e se divirta com a sua irmã. Mande um beijo para ela e para Pedro por mim. - disse seguindo para o seu quarto certamente para dormir.

"Ela está mais simpática. Talvez tenha deixado para lá o episódio lastimável daquele evento.".

Eu via Júlia melhor comigo a cada dia, ser natural e não mais aquela mulher amarga que adorava destilar veneno em mim. Enquanto a esperança de que nós nos entendêssemos crescia, voltei a deixar Kate de lado. Claro que ela protestou, mas como eu a ignorei ela se cansou de falar.

Eu iria reconquistar Júlia. Procurei me preparar psicologicamente por alguns dias, semanas no máximo, até dar o próximo passo.

No entanto eu não dei o primeiro passo como pretendia, tudo isso por que eu percebi que a mudança dela nao era algo bom, definitivamente não era. A mesma continuava a sair com os amigos, a ser uma excelente funcionária, a me tratar razoavelmente bem.

Não era que ela estivesse gostando um pouco mais de mim, era que eu estava perdendo a importância para ela. Nada mais. Eu soube disso quando decidi certa noite seguí la.

Júlia Franco estava radiante naquela manhã, era impressionante como ficava a mais linda a cada dia. Eu sabia que para se produzir tanto como ela fazia agora quase todos os dias, era por que ela pretendia sair.

- Bom dia meninas! - cumprimentou as empregadas.

- Bom dia Júlia.  - elas falaram.

Eu a olhei dos pés a cabeça, estava tão linda naquelas roupas! Senti um dedo de Ana nas suas vestimentas. Um vestido claro, um blazer branco por cima do vestido.

- Bom dia João Pedro. - ela me cumprimentou. Educada, fria.

Fiquei amuado. Para completar ela já se projetava para ir embora. Não era a primeira vez que Júlia fazia isso.

- Por que você não se senta e toma o café? - perguntei.

- Eu vou comer a caminho do trabalho. - ela disse seguindo para a porta. Seu ato me enervou.

- Você tem tempo de folga para comer. Magdalena fez um café da manhã impecável. - não era a primeira vez que eu tentava convencê-la a ficar comigo, ainda que só para tomar café.

Era humilhante, ainda mais por que ela sempre recusava os meus pedidos educadamente.

- Eu tenho um compromisso antes do trabalho. - Tenha um bom dia. - disse e saiu.

Fechei a xícara de café em minhas mãos com tanta força que ela quase se partiu ao meio. Ela havia mudado tanto! Não era mais a Júlia amarga, era uma nova. Uma que parecia mais e mais distante de mim.

Segui para o meu carro desnorteado. E minha raiva cresceu quando vi que ela havia ido para a empresa em sua moto. Sim, uma moto. Ela havia comprado uma moto.

Em um dia estava a pé, no outro tinha uma moto ocupando uma vaga na garagem do prédio. Como se não bastasse temer perdê-la para outro cara agora eu temia perdê-la para um acidente de trânsito.

Eu estava perdido com essa mulher!

Olhei para Júlia ao chegar à empresa, conversava com a tal Bela. Kate me recebeu na porta de minha sala. Veio para me beijar, mas meu mau humor a afastou.

- Que cara é essa? A sua esposinha mongolóide fez alguma bobagem de novo? - Kate perguntou com deboche.

Caminhei até a minha mesa e sentei.

- Pode voltar a sua posiçao de secretária? Temos muito que fazer. - disse ríspido.

Kate se irritou com minha atitude, mas não protestou. Isso era bom. Ela me passou a minha agenda do dia e eu a segui procurando ser rápido em minhas tarefas. Eu queria sair cedo e seguir Júlia, observá la e tentar entender o porquê de sua rápida mudança.

Franco iria sair e não sairia só. As amigas estavam com ela. Eu a segui após Kate ir embora para a sua casa. Ela pegou sua moto e todas ficaram em frente ao prédio.

Deviam estar esperando um táxi para elas. Era nisso que eu queria acreditar. Um carro estacionou próximo a elas, haviam dois homens lá. Pude ver tudo isso do lugar onde eu estava o interior do meu carro.

Meria Eduarda e Izabela entraram no carro. Suspirei aliviado por ver que ela iria sozinha em sua moto e, a julgar pela intimidade entre os quatro no carro, nenhum dos dois rapazes teria algo com Franco.

Vi um jovem numa moto. A mesma pareceu não notá lo, colocou o capacete e seguiu o carro das amigas. A outra moto seguiu ao lado dela, mas não houve comunicaçao. Segui lentamente os carros tentando não me aproximar demais.

Eles não seguiram para muito longe, foram para um barzinho. Estacionei longe do bar para não ser descoberto e entrei no lugar após alguns minutos. Nao demorou a eu localizar Julia Franco e seus amigos.

Eles sentaram em uma mesa, pediram alguma coisa para beber e começaram a conversar entre si. Um programa bem normal. Muitos rapazes olhavam para o grupo, em especial para Júlia. Fiquei enervado com isso, mas feliz por ela não ligar para a atenção masculina que recebia. Sentei em uma mesinha o mais afastado possível do grupo, em um ângulo em que eu pudesse vê-los. Pela visão periférica notei que uma atendente do bar vinha toda animada em minha direção. Por alguns instantes minha atenção foi voltada para ela.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora