Eu fui à aula na segunda-feira, porque realmente não havia outra coisa para eu fazer.
Conversei com algumas pessoas, peguei a minha prova de geografia, corri atrás da professora de artes e esperei receber uma mensagem que estava começando a suspeitar que nunca chegaria.
Talvez fosse melhor daquele jeito. Eu não queria uma pessoa especial na minha vida apenas para perdê-la, eu não queria deixar o meu coração nas mãos de outra pessoa que provavelmente iria embora com parte dele.
Não, ser solteiro era a melhor coisa que eu poderia fazer.
Quando eu estivesse na faculdade, com todas aquelas pessoas novas e matérias que eu aprenderia, talvez eu nem pensasse mais no Peter, ou até no Finn – sim, ainda haviam alguns sentimentos românticos no meu coração voltados a ele. Eu poderia me transformar em outra pessoa depois do colégio, mas até lá eu teria que encher os meus dias para não ficar totalmente maluco esperando por uma mensagem.
Chamei a Claire para sair e ir a qualquer lugar do mundo comigo, mas ela não podia. Tinha aberto vaga para um grupo no colégio sobre feminismo que Claire queria participar, além da faculdade amar esses tipos de grupo ela também estava bem animada para saber o que eles discutiriam. Não sei de onde minha amiga arrumava tempo para fazer todas aquelas coisas, não deveria ser fácil a vida da Super Claire.
Pensei, então, se a Hannah toparia sair comigo, mas comecei a achar que eu deveria ter mais amigos além da Claire e da minha irmã. Assim, em uma última tentativa de sair com alguém, eu procurei nos contatos do meu celular quem toparia passar a tarde comigo.
No começo do ano, quando estava fazendo minhas investigações sobre paqueras eu me encontrei com vários meninos que conheci no Tinder, e mesmo tendo encontros traumáticos, eu tive alguns legais – fora a parte que eu tive que beijar pessoas que não tinha vontade nenhuma, é claro.
De todos os encontros, o mais animado, com certeza, foi o que eu tive com Jack, e por isso achei que seria uma boa ideia sair com ele, como amigo, e passar uma tarde feliz, sem análises e sem Peter.
Enviei uma mensagem para Jack, perguntando se ele gostaria de ir a algum lugar comigo, para que nós pudéssemos, apenas, conversar e nos divertir. Eu disse que estava com saudade dele – que talvez tenha sido uma quase mentira – e recebi uma resposta animada e engraçada – não esperaria nada menos de Jack.
Nós nos encontramos em uma lanchonete perto do meu colégio, que chamava no. 92. Quando conheci Jack, em janeiro, ele tinha cabelo roxo claro, e mexendo nas suas fotos do Tinder eu vi que aquela era apenas uma cor de várias, mas nesse dia eu percebi que o seu cabelo estava um loiro, normal demais para ele.
– O que você aprontou no cabelo? – sim, essa foi a primeira coisa que eu falei para ele.
– Al! Você não gostou? – ele fez um biquinho e me deu um beijo no rosto antes de sentar na minha frente.
– Eu gostei, é só que está normal demais para você – eu falei rindo um pouco.
– Aceito isso como um elogio – ele disse passando a mão no cabelo – é que vou participar de uma peça, você acredita?
Jack tinha desistido de ir para a faculdade e estava fazendo todos os cursos online de graça para ser ator. Aparentemente a sua família não aceitava de jeito nenhum a sua escolha, mas ele sempre muito animado me falava que ele cativava as pessoas, e uma hora algum diretor iria o escolher.
– É claro que eu acredito!
Conversamos sobre o que Jack estava fazendo desde a última vez que nós nos vimos, ele falou que conseguiu o personagem secundário em Uma Linda Mulher, não era grande coisa de verdade, mas era um começo. Ele poderia ter um papel pequeno, mas os seus olhos brilhavam como se fosse a própria Julia Roberts e eu estava tão feliz por ele.
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Flores de Maio (Romance gay) AMOSTRA
RomanceAlex perdeu a mãe aos 14 anos e desde então tenta incomodar seu pai o mínimo o possível, aprendendo quase tudo que precisa por meio de pesquisas no Google, até mesmo como paquerar outros meninos no Tinder. A única resposta que ele não encontrou na i...