Capitulo 24

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O dia já estava a se tornar noite, minha cabeça uma completa confusão.

Se essa madelyn que vos fala não existe, quem sou eu?

Bom, é o que eu tento descobrir sentada no tapete fofo do meu apartamento enquanto mexo em algumas pastas que busquei na antiga sede do cruel.

Mas parece que enquanto mais eu leio maior fica o nó em minha cabeça.

Tomei um gole do meu chá quente e me aproximei da janela entre aberta para ver o movimento das ruas que parecem mais barulhentas essa noite.

Eu passei tanto tempo aqui e nunca estive tão notável, tão vulnerável.

Como se alguém que carrega o perigo consigo estivesse por perto.

Deixar os cachorros em um lugar seguro acaba se tornando uma boa opção levando para o lado de que eles fazem muito barulho.

Coloquei uma flecha junto ao arco e o deixei ao meu lado no tapete enquanto voltava a ler, me preparando para situações futuras que poderiam vir a ser muito ruins.

- Madelyn Paige - li o meu nome em um dos documentos e os trouxe para perto dos meus olhos para lê-los com atenção - paciente 01, imune. A cura.

A cura? Francamente.

- Para de agir como uma garota estúpida, isso vai dar muita merda- Gally disse enquanto me via arrumar a minha mochila.

- se eu ficar aqui eles vão me durar até que não me sobre um único fio de cabelos loiros e sedosos - eu deixei claro - eles acham que eu posso salvar o mundo Gally, eu, eu quem morro de medo de qualquer coisa posso salvar o mundo. Eu que prefiro levar a vida sorrindo salvar o mundo, é uma total estupidez ficar aqui até que eles descubram que eu não sou a cura.

- eles não vão te deixar sair - o garoto disse e eu dei um sorriso como se ele pudesse contar o meu plano - a merda.

Fechei minha mochila e abracei Gally antes de seguir por uma direção contrária.

O prédio estava totalmente movimentado, crianças que seriam mandadas para o labirinto treinavam por todas as partes.

Observei de longe o guarda que assim que recebeu o aviso de que estava ocorrendo uma tentativa de fuga deixou sua entrada sozinha, amarrei a bandana em meu nariz e usei o cartão recentemente roubado para sair.

Sair para nunca mais voltar.

Soltei o papel me sentindo estranha por me lembrar disso agora, a mesma lembrança que me fez acreditar ser irmã do garoto desde que nós vimos.

Um som de coisas se arrastando no corredor me fez ficar alerta e juntar tudo com pressa, empurrei as maletas para o alto do armário onde ficam também as seringas.

Segurei o arco e estranhei quando a porta foi destrancada, soltei a flecha fazendo com que todos os presentes se assustassem.

- Essa foi por pouco - eu disse a Minho que segurava a flecha a centímetros do rosto de Tereza.

Strange blood - NewtOnde as histórias ganham vida. Descobre agora