Noivado

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Dimitri

Uma camiseta social, uma calça jeans, um sapato.
Os cabelos negros jogados de lado, a corrente de prata e o rollex sobre o pulso.
Tinha algo de mim, que estava renascendo.
Uma esperança, talvez.

Eu olhei o ambiente envolta, não era mas o lugar que estava acostumado a ficar. De volta a mansão, as coisas de Olívia, não estavam mas dentro do quarto, sem fotos, jóias, roupas...
Os móveis eram iguais, Julia poderia decorar da maneira como quisesse.
Somente o quarto de Sara, ficaria trancado. A esperança de que um dia, ele seria aberto e utilizado novamente.

As alianças de noivado estavam sobre o bolso, um anel solitário de banhado a ouro e a pedrarias.

Eu estacionei o carro em frente a casa de Vicent Vladimir, eu riria de mim se essa suposição passasse em meus pensamentos.
Em outra ocasião, eu adoraria invadir aquele ambiente e mata-lo com minhas próprias mãos.

E agora?
A culpa sempre recairia sobre mim, não existia outro culpado.

Dois seguranças me acompanharam até o lugar, eu ansiava pela presença de Júlia, Vicent me comprimentou com o olhar, ele evitou falar comigo.

Todos estavam ali, os homens do conselho, e outros da alta da classe.

- Finalmente irá se casar- Um homem de estatura mediana se aproximou.

Quem era ele?

- Digo depois de tudo- Corrigiu a postura- É um bom recomeço, Julia é uma perfeita pretendente.

- Julia?- Arqueei a sobrancelha- Senhorita Vladimir- Corrigi.

- Claro- Bebeu o gole de whisky de uma só vez- Desejo felicidades- Murmurou- se afastando.

Certamente, carisma não era uma das minhas melhores versões.
Alguns dos convidados me comprimentaram com o olhar, havia algumas mulheres, as esposas, elas se retraiam atrás de seus marido.

Vergonha? Não, medo. Medo de serem trocadas, de perderem o que obtinham, o poder, o dinheiro.

A atenção foi voltada para outro ângulo, todos observaram Julia Vladimir, o centro.
Ela sorria, mas os olhos vermelhos denunciaram o choro.

Ela estava arrependida?

Seu pai segurou em sua mão, talvez como um apoio, ambos trocaram olhares como cumplicidade.
Isso de certa maneira me incomodava, ela nunca teria tamanha liberdade comigo.

"- Sem relações, não estou me casando por amor. É pelo poder, pela posição- Sua voz soou firme- Não me importa que tenha casos, está livre para ficar com quem dizer..."

Casos, oras!
Não era isso que eu gostaria, o único caso que eu gostaria, era ela. Despoja-la em meus braços, acariciar e beijar cada parte de suas curvas.

Lentamente ela se aproximou— Meu maior tesouro- Vicent colocou a mão da mesma sobre a minha— Não me faça de arrepender- Sua voz soou como ameaça.

Eu assenti, eu ainda sentia o peso de sua mão. As marcas, as feridas que cicatrizavam lentamente.

- Está linda- Beijei seu rosto.
Escutei seu suspiro, ao sentir minha barba encostar em sua pele.
Sua pele era quente, macia.

- Obrigada- Ela estava corada.

As pessoas em volta, assistiam atentamente.

- Senhores, senhoras- Vicent chamou a atenção de todos- Já que a futura noiva, finalmente nos deu a graça de sua presença. Vamos jantar, o que acham?- Todos assentiram e seguiram em direção a mesa.

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