Oiiii!
demorei, mas cheguei!!!!
lá no final conversamos..
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~- Ei, está tudo bem Carina? - Vejo Maya correndo em nossa direção.
- Sim, está tudo bem! Pode ir embora. - Owen tenta fechar a porta mas Maya não permite.
- Não foi com você que eu falei! - A voz dela soou firme e eu puxei o ombro de Owen para ele parar de empurrar a porta e ele puxa a porta com força, quase fazendo Maya se desequilibrar de tanta força que ela fazia. Nossos olhos se encontraram e ela me olhou de cima a baixo, como se estivesse conferindo se estava tudo bem.
- Owen já está de saída, não é? - Afirmo, meus olhos firmes nos olhos da loira.
- É a bombeira daquele dia?!? Qual é a sua, porque está aqui agora? - Owen me olhou. - Você estava me traindo também? Com uma mulher?!? Esse é um tipo de merda bem relevante também, Carina!
Era inacreditável o que eu estava vivendo agora, a adrenalina que meu corpo estava experimentado agora era parecida com a do dia que eu vi ele segurando aquela criança, respirei fundo ou pelo menos tentei e o encarei, o nó se formando em minha garganta cada vez mais forte.
- Por favor, Owen! Eu estou te pedindo, vai embora! - Doeu como o inferno falar, senti meus olhos enchendo de lágrimas e eu queria me dar um tapa por não estar conseguindo segurar o choro.
- Você precisa me escutar! Eu juro Carina, eu faço o que você quiser! - Ele tentou agarrar meus ombros de novo, mas Maya foi mais rápida até que eu em puxar o braço dele de perto de mim. - Você tá maluca? Não encosta em mim, é com a minha noiva que eu estou falando.
- Não escutou o que a Carina falou? Vai embora. - Ela se colocou entre nos dois. - Ela está te pedindo, cara!
- Eu não vou falar com você bêbado, Owen. - Eu percebi o tom mais calmo de Maya, ela estava tentando apaziguar a situação e eu estava muito grata por isso. - Eu te escuto quando estiver sóbrio, outra hora.
Ele olhou para nós duas por alguns segundos antes de só virar as costas e sair em direção a camionete que estava até com a porta aberta, soltei a respiração e um soluço saiu, não consegui mais contar o choro. Escutei o barulho da porta fechando e logo senti os braços da Maya me puxarem para um abraço, ela me guiou até o sofá e esperou eu me acalmar.
- Ei, bebe esse chá aqui! - Ela me ofereceu a minha própria xicara depois de alguns minutos em silêncio e eu aceitei.
- Desculpa por isso, não estava esperando ver ele tão cedo. - falei, era uma situação vergonhosa. Me sentia enjoada só de pensar em Owen e em que já o amei tanto a ponto de não perceber esse homem que estava percebendo agora.
- Você não tem que pedir desculpas por isso. - ela colocou a mão sobre a minha perna e fez um carinho. - Está tremendo, precisa se acalmar.
- Eu não consigo! Como ele pode ser assim? Eu achava que o conhecia... - As várias coisas que ele disse a pouco não paravam de se repetir na minha cabeça. - Eu não posso contar que estou grávida, como ele se referiu ao filho dele agora foi horrível.
- Não pense nisso agora. Estou ficando preocupada com você. - Ela segurou minhas duas mãos entre as suas e fez com que nossos olhos se encontrassem. - Respira comigo.
- Como eu pude ser tão idiota, Maya? - Meus olhos embaçaram novamente. - O que eu fiz para merecer isso?
- Ei, você não é idiota, ele que é! - Ela agora estava ajoelhada na minha frente, ainda segurava minhas mãos enquanto fazia um carinho com a ponta dos dedos. - E você não merecia isso, não pense dessa forma. A gente sabe que as coisas acontecem sem perguntar se está tudo bem antes... Eu não o conheço mas as duas vezes que eu o vi foram o suficiente para perceber que ele é do tipo idiota.
- E eu não percebi em anos, aliás, eu fingi não perceber! Eu sou estupida, burra!
- Você é boa, é diferente Carina! Eu te conheço há pouco tempo também, mas todas as vezes que te vi e conversamos eu queria mais, porque você tem uma energia tão boa e é tão fácil conversar sobre qualquer coisa contigo, você não é idiota, não é burra e nem estúpida, o seu ex conseguiu te perder, ele é o idiota. - o tom de voz que ela usava era baixo e calmo. - Você quer que eu chame a Amélia ou o Andrew?
- Não, por favor! Vou ficar bem!
- Tudo bem, porque você não vai deitar enquanto eu faço outro chá para você? Eu fico aqui até Amélia chegar! - ela levanta, oferecendo sua mão para me ajudar a levantar.
- Não precisa fazer isso, Maya! Você está cansada, eu vou tomar um banho para me acalmar e vou deitar, não precisa se preocupar.
- Eu vou me sentir melhor se eu esperar, vá que ele volte ou que você sinta alguma coisa. - nós estávamos uma de frente pra outra no meio da sala, ela era inacreditável. - Não custa nada eu ficar, agora sobe que já levo seu chá!
- Fica só até eu dormir então, não mais que isso! - Ela concorda sobre ficar até eu dormir e então eu subo, tomo uma ducha quente rápida, esforço minha cabeça para pensar em qualquer coisa que não seja o que acabou de acontecer, mas é difícil. Faço minha higiene e visto a mesma calça, mas uma blusa de manga comprida agora, volto para o quarto e quando estou puxando a coberta para me deitar escuto 3 batidas levinhas na porta. - Tá aberta, pode entrar!
- Com licença! Fiz um chá de camomila, você gosta? - Ela entra no quarto segurando a xicara com uma das mãos.
- Sim, obrigada Maya! Por tudo, já é a segunda vez que você faz isso por mim, espero que última. Desculpa pela situação e insinuações que ele fez. - No dia do hospital eu lembrava que ela tinha impedido Owen de entrar no quarto e agora ela estava aqui de novo por mim. - Não sei o que fazer para resolver essa situação.
- De nada, mas você não precisa me agradecer por isso. Faço porque me importo com você... e também porque eu meio que fiquei sabendo por Amélia o que aconteceu e o que ele fez e desculpa, mas eu queria dar uma de Andrew e dar uns socos nele. - Eu conseguia sentir o humor na fala dela, eu sabia que ela estava tentando me distrair e deu certo, neguei com a cabeça vendo o sorriso dela aumentar quando viu que eu dei uma risadinha. - Mas sério, eu gosto de você e da sua companhia, me importo com você.
- Não vou deixar de agradecer, Maya! - Tomei um gole do chá. - Você não disse que o plantão começa as 5h amanhã? Pode ir descansar, já está tudo bem!
- Tem certeza? Eu não me importo de ficar aqui até alguém chegar. - ela se encostou na beirada da minha cama.
- Absoluta! Seu celular está na mezinha na frente da porta. - ela me encarava em dúvida, sorri para tentar tranquiliza-la. - Eu sei que não tenho muita moral para falar, mas eu juro que não sou nenhuma mulher indefesa.
- Tá bem! Eu vou, mas me ligue qualquer coisa! Agora estou com meu celular! - me arrumo na cama para conseguir abraçar ela direito. - Não excite em ligar, qualquer hora para qualquer coisa.
- Você é como um anjo, Maya! Parece que estou sempre em apuros perto de você. - A gente da risada e ela nega com a cabeça.
- Foi coincidência... Fiquem bem, vocês duas! - ela pisca antes de sumir pelo corredor e uns segundos depois escuto a porta batendo.
Achei que seria mais fácil cair no sono, mas agora que eu estava sozinha minha cabeça tinha voltado a trabalhar, não saber o que eu iria fazer e nem como contar para Owen que eu estou grávida atormentou tanto meus pensamentos que minha cabeça estava doendo. Eu na verdade não queria resolver isso, mas eu sabia que não podia esconder para sempre, ou podia? Já tinha pensado em imaginado vários cenários de como eu poderia fugir disso e a única coisa que eu tinha certeza é que não queria que Owen soubesse ou tivesse contato com meu filho, mas sei que isso é errado não só com Owen mas também com a criança. Amélia tinha sugerido que eu apenas omitisse o fato de eu saber quem era o pai, poderia inventar que o trai com qualquer cara e aconteceu, do mesmo jeito que ele havia feito, só que de mentirinha e depois, quando e se meu filho ou filha quisesse saber quem é o pai eu contaria. Isso era errado em tantos níveis, mas era o que eu mais tinha vontade de fazer.