Coração Aos Pedaços {Completa}

CAPÍTULO 38

ENZO MAZZA

TRÊS SEMANAS DEPOIS.

Joguei meu celular na parede depois de mais uma ligação recusada. No começo ela deixava tocar até cair, agora, ela recusava no primeiro toque. Não respondia minhas mensagens e nem minhas caixas postais. Estava surtando.

— Que merda! — resmunguei, estava sozinho em casa e não aguentava mais.

Passei as mãos não cabelo odiando o fato de ter que na final daquela maldita competição. Peguei a chaves do meu carro e meu celular no chão e caminhei até o automóvel. Dirigi apertando o volante até o Studio, estava em cima da hora então só segui em direção a sala de gravação que improvisamos no fundo do lote.

Me sentei no meu lugar, ao lado de Meggie que me olhou com a sobrancelha levantada.

— Está tudo bem, Enzo? — me virei para ela.

— Não, não estou bem — olhei ao redor vendo que estávamos praticamente sozinhos — Minha gravata está torta, estou comendo congelados há um mês porque não sei fazer um ovo mexido, o lado esquerdo da minha cama está frio e não tem uma cachorra lambendo meu pé para eu colocar comida para ela.

A modelo piscou um par de vezes me puxando para um canto.

— Está com algum problema com Milene — afirmou — O que aconteceu?

Puxei meu celular do bolso e mostrei a foto que acabou com minha vida. Olhei em volta vendo os dois finalistas chegarem e se juntarem a Arthur que estava junto com a banda.

— Aí! Caralho, Meggie — recuei um passo fingindo de seus socos.

— É sério, Enzo?! E ainda está se lamentando por ela não está aqui? — empurrou o celular em minha direção — Fala sério!

— Meggie, por favor, fala com ela e pede para Milene me atender — pedi, ou melhor, supliquei.

— Não, desculpe, se ela não me contou é porque ela não está bem — fechei os olhos com força — Se quiser conversar com ela, dá seu jeito.

Ela começou a andar mas, se voltou.

— E... Só vai atrás dela se tiver uma explicação coerente.

Andei até meu lugar novamente me preparando para a apresentação. Diogo Silva e Carla Tavares eram os finalistas, se eu pudesse desclassificaria ela mas para a boa imagem da empresa não fiz. O máximo que pude fazer foi apagar a notícia da mídia, pensei que fui rápido o suficiente para Mili não ver mas acho que não.

Carla foi a primeira a se apresentar, ela não cantava nada mal e infelizmente, eu sabia que ganharia. E e não deu em outra, assim que Diogo acabou de cantar e os jurados — incluindo Arthur— se juntaram, a notícia que a Sra. Tavares era a campeã foi anunciado.

Me levantei, segurando a taça e me aproximei falando e desejando os parabéns.

A loira me abraçou deixando um beijo no meu pescoço, a afastei segurando seus ombros oferecendo um sorriso forçado.

— Eu já falei, Carla, eu tenho uma pessoa. Eu já tenho a pessoa da minha vida. Para! está feio. Você conseguiu esse prêmio porquê você é boa, não ache que mexi uns palzinhos para isso — falei baixo, ainda com um sorriso no rosto para disfarçar.

★

Deixei meu irmão no Brasil três dias depois, eu não aguentava mais. Precisava vê-la e resolver isso. Eu não podia aceitar que, agora, finalmente que estava bem. Bem agora que eu estava amando de novo.

Quando menos percebi já estava em frente ao prédio em San Diego. Estava de noite e já começava a chover quando tomei coragem e entrei passando a mão na minha camisa e bermuda.

Andei de um lado para o outro no corredor de frente para a porta de Milene.

— Perdido, filho? — me virei para a voz da senhora.

— Ah, não — balancei a cabeça — Eu só estava...

Suspirei no meio da fala apontando para a porta do lado.

— Oh.. — a senhora sorriu maliciosamente — Eu te ajudo.

E a mulher simplesmente bateu na campanhia e entrou para dentro de seu próprio apartamento. Arregalei os olhos, completamente desacreditado.

Mas... O que?

A porta se abriu e eu sinceramente estava esperando ver Mili mas, o que eu vi foi um homem alto, forte e sem camisa... Murchei imediatamente.

O cara cruzou os braços me encarando.

— Milene está?

— Está no banho — engoli seco, colocando as mãos no bolso.

Ele semi cerrou os olhos em mim.

— O que está fazendo aqui Enzo? — levantei uma sobrancelha — Sou Jorge, melhor amigo de Milene. O que está fazendo aqui?

— Preciso conversar com ela.

Me analisou de novo. Estava começando a ficar com medo.

— Você é um babaca — acusou — Você tem cinco minutos para me convencer a deixar ela te ver.

Fechou a porta atrás de si. Oh, céus! Me ajuda.