Capítulo 12

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O clima da tempestade deu um ar mais trágico a esse dia, bem como eu gosto, por acaso já viram chamas vivas em uma chuva? Talvez essa seja a primeira vez, não por estarmos rodeados de magia aqui em Nosória, mas porque isso é um evento mais do que especial. Foco na história, calem a boca e continuem, obrigado.

Giovanni havia decidido seguir o tal de Rock, junto a eles estavam uma tropa de mais ou menos 30 homens, todos dispostos a vasculhar, cavar, mergulhar, voar, ir até o fundo do inferno só para encontrar a tal criatura, como antes, Giovanni não via Rock com muito carisma, ele o achava um pouco... Frio demais, arrogante, e isso o fez levantar suspeitas sobre outros assuntos da Capital, mas agora a única coisa que importava era encontrar aquele Dant'io e elimina-lo. O objetivo primário dos guardas era justamente o vilarejo de Kojiro, onde eu e Charla estávamos, e mesmo lá sendo um dos lugares mais "frequentados" de Rock, ele não se importava com o que iria acontecer naquele lugar, nem um pouco. Giovanni o estava encarando diretamente e garanto que ele não demorou muito para notar.

– Qual o problema? Perdeu algo em minha cara? – Rock o olhou por cima do ombro fazendo um expressão de desprezo.

– Tch... Só estou curioso para saber quem é essa sua esposa de quem o seu Comandante falou, você não tem cara de gostar de companhia.

– E isso importa? Cale a boca e se concentre na missão, não suporto idiotas como você!

Giovanni rangeu os dentes apertando firmemente o cabo de sua espada, e para ser sincero, gostaria de ver qual dos dois venceria num mano a mano, mas infelizmente não aconteceu nenhuma disputa ou luta entre os dois, pelo menos não ainda. O céu havia ficado completamente negro, não só por causa das nuvens, mas porque o entardecer estava terminando, e a chuva apenas aumentava todo aquele breu, as lanternas de vela não eram muito eficazes nesses momentos, e muitas das vezes se apagavam com o movimento excessivo do ritmo dos cavalos. Mais trovões e relâmpagos cortavam os céus, os fortes estrondos intensificavam ainda mais a gravidade da situação, e tudo isso contribuía para a horrível sensação que eu sentia no peito naquela noite.

[...]

Já estávamos em casa a um bom tempo, minha mãe havia me dado banho e agora preparava o jantar, hora ou outra olhava para a janela com toda a calma do mundo, ela parecia contente com a chuva, ao contrário de mim que estava encolhido na cama debaixo dos cobertores, e bastou apenas outro relâmpago cortar os céus para me fazer dar um pulo e um berro.

– AAAHH!! M-mamãe... – Eu pulei da cama correndo até ela, abraçando suas pernas.

– Está tudo bem, está tudo bem, calminha Ukiro – Ela deixou a concha de lado e me pegou em seus braços, balançando levemente enquanto me dava um beijo na testa – Não precisa ter medo, porque eu vou te proteger. A chuva não pode te pegar aqui dentro, porque ela sabe que você é meu, só meu!

– Mas... Os trovões são muito altos... E se algum raio me atingir?...

– Hmm... Eu já sei! – Minha mãe me colocou sobre o sofá, enrolado na coberta e cercado das almofadas, e acabou rindo depois pois acho que fiquei com uma cara de confuso – Assim você vai ficar protegido, e... – Ela puxou debaixo da gola de seu vestido, um colar que antes eu nem tinha percebido, seu pingente era um pequeno coração negro que refletia o brilho das velas que iluminavam a casa – Com meu amuleto da sorte, você vai se tornar um menino muito corajoso e não vai ter medo dos trovões.

– Amuleto?... E-ele funciona?!... – Eu dei um pulo todo animado, com os olhos vidrados no suposto amuleto, era tão bonito e garanto que feito a partir de alguma jóia.

– Sim, funciona sim, foi por causa dele que eu te encontrei, meu pequeno Ukiro. – Charla se agachou a minha frente e colocou o colar em mim, meus olhos brilharam de emoção, eu realmente acreditei que ele tivesse esse "poder mágico". Minha mãe riu com a cena, e me deu outro beijo no mesmo lugar de antes, voltando a se levantar – Cuide bem dele e ele cuidará bem de você meu pequenino.

Thanatos U.Onde histórias criam vida. Descubra agora