A três

908 83 131
                                    

Demorei para aparecer pq estava bem ocupada ultimamente, porém a fic ja tá na reta final então vou tentar postar direto agr...enfim desculpem os erros...


       Mesmo que o momento de certo modo fosse tenso não conseguia parar de sorrir. A alguns minutos atrás Allan havia se declarado para mim na frente da escola inteira e isso de alguma forma aquecia meu coração que até então estava em pedaços. Olho de soslaio pro mesmo que permanece imóvel e extremamente concentrado na mulher a sua frente. A diretora tinha um tom de voz autoritário, o que não condiz com a sua aparência meiga. Ela já era um pouco de idade porém não passava nenhum ar de anciã ela era bem conservada.

— E você senhor Júlio que vergonha francamente...de inocente só a cara mesmo...como se propos a esse ato libertino no corredores da escola — Meu sorriso é substituído por uma expressão vergonhosa, nunca precisei vir a sala da diretoria e agora meus pais foram chamados porque seu filho estava aos beijos com outro garoto no corredor. Era de fato humilhante, não poderia nem ter a oportunidade de se sentar com meus pais e falar a eles que tenho preferências por garotos. Ou no caso que tenho uma preferência enorme pelo Allan, o mesmo garoto que sempre dorme lá em casa, e na mesma cama que eu, e que eles tratam como se fossem um filho. Lá estava eu prestes a ser empurrando pra fora do armário, assim como o Allan que agora tentava respirar calmamente e controlar sua perna inquieta. —Olha sinceramente não sei o que passa a cabeça de vocês jovens ultimamente, querem namorar, se pegar...sei lá como vocês falam...façam isso na casa de vocês...aqui vocês vem para estudar...namoro é pra fora do portão da escola...— sinto meu rosto queimar em um vermelho vivo os olhos da diretora parecia invadir minha mente e ler o que eu estava pensando. Mas Graças aos deuses a porta foi aberta revelando a pedagoga gordinha e simpática que entrou decretando meu fim e do Allan.

— Com licença diretora, os pais dos garotos chegaram mando eles entrarem? — a voz dela soava baixinho

— Não Marlene...vou conversar com eles na sala dos professores, preciso falar com eles a sós — a diretora se levantou saindo, mas antes nos encarou com uma expressão despreocupada — Vou falar com os pais de vocês e explicar o que aconteceu...já volto para passar o castigo de vocês — então saiu fechando a porta

Um silêncio constrangedor inundou aquele ambiente um pouco pequeno e cheios de papéis e laptops, na mesa de madeira em nossa frente havia nossas fixas, ambas em branco. Nunca precisamos assinar ela e agora estávamos completamente ferrados e ainda iríamos sujar nossa fixa impecável. Allan suspira e então me olha tristonho

— Desculpa te colocar nessa situação...não era minha intenção...desculpa mesmo...— disse baixo e sua voz tinha um timbre choroso

— Em....eu não retribui o beijo? — Allan fez bico e concorda com a cabeça— então nós dois temos culpa... você não me colocou em situação nenhuma que eu mesmo não queria ter entrado — sorrio mínimo não conseguia esquecer o fato que meus pais e os do Allan entrariam a qualquer momento na sala da diretora. Procurei um lugar onde pudesse me proteger da chinela que minha mãe vai tacar em mim, mas era em vão. Teria que aceitar que provavelmente ficaria sem sentar essa noite e o resto da semana e ó que nem vai ser por um motivo bom.

  A porta volta ser aberta e dessa vez a diretora entra acompanhada dos nossos pais, ambos muito irritados. Sinto o ar sair da narinas da minha mãe e ela me encara como se fosse me servir de prato principal na janta hoje. Sorrio forçado e a mesma não dá nem sinal de bondade, continua me encarando com um olhar sombrio.

(...)

  Depois de uma grande lição de moral de como se portar na escola, finalmente assinamos nossas fichas como ato explícito e nos prontificamos de que amanhã depois das aulas ficaríamos pra limpar o depósito de materiais. Sai acompanhado pela minha mãe que segurava a gola da minha camisa bem irritada. Mas não pude deixar de notar que Ricardo aguardava no lado fora com uma toalha úmida enrolada em algo sólido que ele encostava sobre um leve roxo no seu olho esquerdo. Mas antes que eu pudesse falar com ele minha mãe me deu um empurrão fraco

O ajudanteOnde histórias criam vida. Descubra agora