Higuchi é uma mulher forte, que se esforça para conseguir o que quer, sua fidelidade é indestrutível, ela apenas cresce à cada dia, o que faz com que a mesma queira ainda mais cumprir seu objetivo principal de seu trabalho à cada dia que se passa: P...
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Ryuunosuke
— Obrigada.
Me virei para a mesma confuso
— Por que está dizendo isso assim de repente?
— Por nada, só quero te agradecer por ter me ajudado. Você poderia muito bem ter me deixado lá, mas não fez, muito obrigada mesmo, se não fosse por você eu não estaria aqui.
Não sei exatamente o que senti, mas tais palavras surgiram algum efeito em mim. Nem eu mesmo sei porque a resgatei, ela está certa, eu realmente podia tê-la deixado, mas não sei porque, algo naquele momento me fez levá-la, é como se algo me prendesse à ela, como se... uma parte de mim quisesse vê-la bem, quisesse vê-la viva, e ainda ao meu lado.
É estranho, estranho porque eu não entendo, ando tentando buscar a resposta para tal acontecimento, no entanto nada que ajude me veio à cabeça.
— Hm, entendo. – Respondo após os segundos onde fiquei calado enquanto a olhava, e então, virei meu rosto novamente para frente.
Nós não estávamos na Máfia do Porto, havíamos acabado de finalizar uma missão com sucesso, e agora, só nos resta retornar.
O que é isso? Simplesmente sinto o meu peito se aquecer por dentro, e meu batimento cardíaco está fora do normal. O que está acontecendo?
— Nós podemos caminhar juntos até chegarmos, Akutagawa-senpai? – Ela perguntou olhando-me, e ao olhá-la de volta, notei algo que suponho nunca ter parado para prestar atenção antes, o que me perturba um pouco por tal pensamento. Desde quando ela me parece tão... bonita?
— Por mim tudo bem. – Respondi, desfazendo-me do contato visual, e saindo de um pequeno transe.
— Ótimo! – Ela respondeu, parecendo entusiasmada.
Higuchi parece ser uma mulher bem... "alegre", e me surpreende a teoria de que ela possa simplesmente gostar de minha presença. Comecei a erguer essa teoria durante os dias que a mesma estava se recuperando, nós ficamos bem "próximos" naqueles dias, eu até mesmo a ajudava com o reforço de conseguir firmar os pés no chão sem cair, de vez em quando. Devo tê-la ajudado umas duas vezes (dois dias).
Começamos a caminhar sem pressa, o caminho seria longo, já que a missão era em um lugar afastado, e enquanto isso não há vestígios de cidadãos por perto.
O silêncio é quebrado quando ouvi a mesma dar um suspiro.
— Sabe, eu queria te abraçar. – Ahn?! Como? – Mas acho que seria antiquado.
M-me abraçar? O que deu nela?
Acredito que esteja visível em minha face minha surpresa, não posso esconder isso. Me sinto nervoso de repente, e nem sei porque.
— Me abraçar...? Mas... por quê? – Perguntei sem olhá-la.
— Não é fácil de explicar mas... eu só estou muito feliz que você tenha passado todo aquele tempo comigo, conversando e me ajudando no exercício. – a ouvi suspirar novamente – eu poderia dizer que seria uma maneira de te agradecer novamente por tudo, mas eu estaria mentindo porque não é assim que eu me sinto. Eu apenas... fiquei com uma grande vontade de te abraçar do nada, sem motivo algum, pensando nos acontecimentos anteriores e algumas outras coisas, tipo afeto.
Estou sem palavras, definitivamente sem palavras. O que eu deveria dizer? Estou confuso, e meu coração continua acelerado, mas que droga é essa?!
Ainda um pouco indeciso, paro de andar, e ao notar isso a mesma também parou e me olhou.
— Eu... nunca disse que não podia me abraçar. – Respondi mudando a direção do meu olhar logo em seguida virando meu rosto, por que eu disse isso?
Me surpreendo pelo acontecimento de alguns segundos seguintes, arregalei meus olhos quando senti o contato do corpo de Higuchi contra o meu. Ela está me abraçando...
Viro minha cabeça lentamente e vejo-a. Ela me abraça com firmeza e tem o rosto descansando em meu peito. Que sentimento é esse?
Ao me acalmar, sinto como se uma onda de paz invadisse o meu corpo, o que é extremamente incomum. Me rendendo ao momento, fecho meus olhos, pousando meu queixo em um de seus ombros e retribuo o abraço, retribuindo com a mesma firmeza.
Ficamos assim por alguns segundos, é estranho porque, o tempo passa e me parece que eu não quero me desfazer do abraço, parece mais que estamos colados. Por quê?
Eu sequer gosto desse tipo de contato, porque me sinto de certa forma atraído a isso?
Por fim ela desfez o abraço, se afastando de mim.
— Obrigada por ter permitido esse abraço. – A primeira coisa que pude notar é que Higuchi desfez o nosso contato e logo em seguida estava corada.
Será que eu também estou? Eu não duvidaria, porque do jeito que as coisas dentro de mim estão, bagunçadas e uma confusão, acaba sendo provável que realmente aconteça, tenho medodisso.
De certo modo, não quero acabar demonstrando fraqueza. Nós retomamos o caminho novamente sem mais nada à dizer um ao outro, ela parecia nervosa depois do abraço, e eu, estava confuso.
