13. KALEL

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13. KALEL

A vejo ir embora totalmente paralisado, queria poder impedir que ela se vá mas não consigo não sei o que está acontecendo comigo.
Ver ela daquela forma me deixou totalmente desestabilizado sei que não foi certo não falar com ela hoje quando nos vimos mas o que eu poderia fazer? Katarina com certeza a humilharia por minha causa e eu não suportaria isso. Me recupero de tudo que acabou de acontecer, junto minhas coisas e vou para o estacionamento. Entro em meu carro e me ajeito no banco, deveria ir atrás dela mas nem sei onde ela mora.
- DROGA! - bato com as mãos no volante - ela não vai mais querer falar comigo, preciso pensar em algo e rápido.
Passo a mão pelos cabelos agora bagunçado e ouço meu celular tocar, desbloqueio a tela e vejo que são mensagens da minha irmã.
"Oi bobão"
"O que você quer?"
"Tá de mau humor é?"
"Fala logo"
"Nosso aniversário é na segunda-feira"
"Tá mais e daí?"
"E daí que devemos fazer uma festa aqui em casa"
"Uma festa?"
"Claro"
"Você sabe que nossos pais iriam surtar certo?"
"Se eles estivessem aqui sim, mas eles não estão então vamos fazer no sábado à noite"
"Não tô com cabeça pra pensar nisso agora"
"Não precisa, eu já planejei tudo. Deixa comigo"
"Tá, mas não sei se vou"
"Você é meu irmão gêmeo, mais novo por dois minutos e eu estou falando que você vai estar lá"
"Como você é irritante Josephine"
"Eu sei, também amo você.
ah e pode chamar a sua "amiga" Alana"
"🖕🏻"
"😆😘"
Bloqueio o celular e o jogo no banco do passageiro e relembro da última mensagem sobre chamar Alana, será que ela iria? Não posso fazer isso agora ou amanhã, tenho certeza que a resposta seria não, mas eu vou consertar tudo isso não posso permitir que ela se afaste agora. Coloco a chave na ignição e ligo meu carro a caminho da concessionária, mas antes passo em uma livraria sei que ela gosta de ler, não sei exatamente qual gênero mas vou me arriscar e dar a ela um dos livros que mais gosto. Em seguida vou a outra loja, compro alguns chocolates, ela deve gostar de chocolate e uma caixa decorada que possa caber o livro e os chocolates. Volto novamente pro meu carro ajeito tudo na caixa e penso se deveria escrever algo, talvez um pedido de desculpas.
Pego meu caderno e uma caneta, arranco um pedaço de folha e escrevo.
"Desculpa, podemos recomeçar?"
Me sinto meio tolo fazendo isso mas o que mais poderia fazer ? Ligar não seria o ideal pois ela não me atenderia tenho absoluta certeza disso, então espero que isso seja suficiente. Coloco o papel dentro da caixa junto com as outras coisas e a coloco no banco de trás. Dou a partida em meu carro e vou pra concessionária onde preciso cobrir meu pai.
Ele era dono de uma das concessionária mais conceituados aqui de Minas e estava expandindo seus negócios para fora do país.
Ao chegar na empresa cumprimento a todos e vou pra minha sala. Me sento em frente ao notebook e logo em seguida Marco aparece na porta.
- Pode entrar Marco.
- Olá sr. Kalel, boa tarde.
- Sr. não, Kalel tá ótimo - abro um sorriso.
- Desculpe, bom aqui estão alguns dos contratos que fechei essa semana e o senhor.. você, desculpa precisa assinar aqui - ele vem até minha mesa com a papelada.
- Claro - assino todas as folhas e antes de devolver percebo seu sobrenome no cabeçalho da folha - Aqui estão - as devolvo.
- Obrigado - ele se vira pra sair.
- Espera, seu sobrenome é Antonelli?
- Ah, sim - ele abre um sorriso - A família da minha mãe era italiana.
- Que coincidência - o encaro.
- Por que?
- Faço aulas com uma garota e ela também tem esse sobrenome - cômico né?
- Sim - ele parece pensativo - não contuma ser um sobrenome comum. Eu diria até que é a minha filha, mas qual seria as chances? - ele ri.
- Sua filha se chama Alana?
- Sim - ele me olha desconfiado.
- Parece que eu e sua filha frequentamos a mesma faculdade.
- Que mundo pequeno. Bom, preciso ir agora.
- Claro, pode ir. Desculpa a minha indiscrição.
Ele acena com a cabeça e saí da minha sala. Relaxo meu corpo na cadeira e penso no que acabei de descobrir. O pai da Alana trabalha aqui, será que ela sabe que esse patrimônio pertence a minha família? Acredito que não ela nunca mencionou nada sobre. E se ela soubesse sobre a quantidade de dinheiro que tenho ela estaria brava comigo agora? Será que Katy estava certa sobre outras garotas se aproximarem de mim só pela minha grana? Alana não foi assim, muito pelo contrário foi eu quem se aproximou. Não consigo imaginar que ela seja esse tipo de pessoa.
Volto minha atenção para o trabalho, preciso me concentrar.
A hora custa a passar mas logo chego ao fim do expediente e vou pra casa.
Estou cansado de mais pra fazer qualquer coisa que não seja tomar um banho e me jogar na cama.
Entro no banheiro e deixo a água quente levar toda a tensão do dia, término meu banho enrolo a toalha em minha cintura como de costume e vou para o meu quarto. A porta está entreaberta e tenho certeza que a fechei, a empurro devagar e vejo que Katy está deitada em minha cama.

 A porta está entreaberta e tenho certeza que a fechei, a empurro devagar e vejo que Katy está deitada em minha cama

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- Oi lindo - ela se senta.
- Caramba, você tem que parar de aparecer assim no meu quarto.
- Eu sempre apareci assim no seu quarto e você nunca reclamou.
- Tá, mas agora é diferente.
- Por que ?
- A gente precisa conversar Katarina.
- Pode falar - ela cruza as pernas.
- Vou me trocar antes, você me esperar no corredor?
- Tudo que tem aí eu já estou cansada de ver - ela revira os olhos.
Solto um suspiro - por favor?
- Tá bom.
Ela se levanta e logo após sua saída eu fecho a porta. Visto uma cueca box branca, uma calça de moletom cinza e uma camisa preta. Abro a porta novamente e antes que eu a chame ela já está dentro do meu quarto novamente.
- O quê quer falar ?
- Precisamos estabelecer alguns limites entre nós.
- O quê? Do que você esta falando? - ela parece nervosa.
- Eu não posso mais manter esse tipo de relacionamento com você, preciso de um tempo.
- Isso é por causa daquela garota estranha né?
- Não fala assim dela.
- Qual é o seu problema, a menina mau chegou e você já está babando por ela. Quantas vezes teremos que passar por isso até você entender que é comigo que você sempre fica no final das contas?
- Não é sobre ela, é sobre mim e o que quero.
- Você quer à mim, você sempre quis.
- Foi ótimo todo esse tempo que passamos juntos, mas nunca foi um namoro, a gente se pegava e é isso.
- Não, é mais do que isso. Nós crescemos juntos, eu fui o seu primeiro beijo, a sua primeira transa, o seu primeiro amor, não pode acabar assim por conta de uma aventura que você quer viver.
- Não é uma aventura, eu só quero..
- Quer o quê? - ela anda de um lado para o outro - quer saber, não me importa. Você quer viver sua aventura? Vá em frente, mas não se esqueça que tem prazo de validade. É comigo que você vai formar uma família e viver o resto da vida. Nossos pais já estão em comum acordo.
- Eles não podem decidir sobre a minha vida.
- Bom, se quiser continuar sendo parte dessa família e tendo essa vidinha de luxo que você ostenta, então eles vão decidir sim - ela abre a porta do quarto - e outra coisa, depois que perceber que ela é tão interesseira quanto qualquer outra eu estarei esperando seu pedido de desculpas.
Ela saí do quarto furiosa e bate a porta fazendo as janelas estremecer.
Me sento na cama revivendo tudo que acabei de ouvir e ela não mentiu pra continuar tendo exatamente essa vida eu preciso me casar com ela no fim das contas, mas é por isso que estou cursando faculdade pra poder viver a minha vida do jeito que eu quiser. Antes eu não me importava com nada disso, mas só até Alana aparecer e bagunçar tudo dentro de mim. Sei que já amei Katarina em algum momento tenho certeza disso mas o que sinto pela Alana parece crescer cada vez mais, ela me deixa de uma forma que nunca me senti estando com a Katy.
Pego meu celular e resolvo mandar uma mensagem pra Alana, sei que as chances de ela me responder são mínimas mas eu preciso tentar...

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