Capítulo - Seis

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Fevereiro de 2013

Era o aniversário de quinze anos do Bruno, e Júnior o presenteou com três livros que ele tanto queria.

Quando Bruno desembrulhou o pacote, entusiasmado, ele não fazia ideia do que poderia ser. Era uma caixa grande, e nada vinha na sua mente do que poderia ter dentro de uma caixa tão grande.

Dentro da caixa grande havia outra caixa, ao perceber, Bruno olhou pro melhor amigo e disse:

— Sério, Will? — Mesmo tentando parecer bravo, o sorriso em seu rosto entregava o quão empolgado ele estava.

Seus pais também estavam na sala junto deles. A comemoração foi algo apenas entre as duas famílias. E nada mais.

— Apenas abra. Anda. — Ordenou Júnior sentando no chão junto do amigo.

Bruno voltou a desembrulhar o pacote menor. Ele sacudiu e foi repreendido por William, pai de Júnior.

— É de quebrar? — Bruno perguntou.

— Ninguém sabe, querido. Júnior fez suspense pra todos nós. Ninguém tem ideia do que seja. Então melhor não arriscar. — Respondeu Simone, mãe de Júnior.

Bruno olhou mais uma vez pro amigo que apenas o respondeu com um levantar de ombros.

Terminando de desembrulhar a caixa, Bruno encontrou outra caixa menor, retangular com um peso mediando. Nela havia um bilhete preso que dizia, depois não diga que eu não presto atenção no que você fala.

Bruno abriu a última caixa e retirou os três livros lá de dentro e deu um grito.

— Will! — Ele pulou e abraçou o amigo, com força. Rolaram no chão rindo. — Meu deus. Não acredito que você comprou a trilogia pra mim. — Ele se levantou do chão e agarrou os três livros.

— Livros? — Perguntou Clara, a irmã de Bruno. — Tudo isso por causa de livros? — Clara parecia realmente indignada, tanto que levantou e foi na cozinha pegar alguma coisa.

— Cala a boca, Clara. Não é qualquer livro; é a trilogia Divergente. — Ele gritou pra ela da sala, ela nem deu ideia. — Will isso deve foi caro.

— Saiba que a gente não ajudou em nada. Ele não nos pediu dinheiro. — William disse.

— Então como você comprou, Will? — Bruno perguntou.

— Era por isso que eu estava ajudando o senhor Antônio a limpar a bagunça do quintal dele. Lembra? — Júnior disse com orgulho. E ele tinha que ter mesmo, ele trabalhou bastante os quatros fins de semana só pra isso.

— Will... — Bruno estava emocionado. — Você é o melhor, sério. Obrigado. — Bruno o abraçou forte de novo.

— Não precisa agradecer.

Foi ali, naquele momento, que Júnior percebeu que o amor que ele sentia por Bruno ia muito além do amor de melhores amigos. O sorriso de felicidade que Bruno transbordava por receber algo tão simples, fez com que o coração do Júnior aquecesse de tal forma que chegou lhe causa falta de ar e suas mãos suarem. Ver Bruno emocionado de felicidade, foi o despertar de um sentimento grandioso. Era pra ele estar assustado por sentir tal coisa, ele acabará de se entender apaixonado por seu melhor amigo. Mas todo pensamento de medo e susto se dissipava ao lembrar que era do Bruno que ele gostava. Nada poderia ser mais incrível que isso.

Ele prometeu a si mesmo que faria de tudo para ver aquele sorriso, sempre. Ele tomou como meta. Ele estava disposto a qualquer coisa. Ele apenas queria fazer parte disso, pra sempre.

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