─ Conversar com estranhos era algo proibido, nunca deveria dar ouvidos à estranhos. Foi algo que te ensinaram por boa parte da sua infância, mas nunca se importou totalmente com essas palavras, já que conheceu alguém que te entende tão bem, mesmo...
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Finalmente abriu os olhos, entre meio-dia e uma hora da tarde. Não sabia onde estava, mas aquele quarto tinha uma aparência agradável. Bocejou e se levantou da cama, seguindo para fora do cômodo em constante hesitação por não saber onde estava, o que fez você chegar na cozinha, onde encarou surpresa, Kenma que estava preparando algo.
⎯ Bom dia, eu acho. -iniciou a conversa, totalmente confusa, fazendo o garoto se virar para você. ⎯ Eu tô na sua casa? Por favor, me diga que sim -ele assentiu.
⎯ Acabamos seguindo até um bar ontem, e você bebeu algumas garrafas, mal conseguia ficar de pé, pelo amor de Deus. -ele explicou com a mesma voz calma de ontem, você ficou petrificada. ⎯ Aliás, foi vergonhoso. Nunca mais aja daquela maneira.
⎯ Então eu fiz algo tão estranho assim?!
⎯ Ah, nada demais, apenas vomitou rios em mim, nada além. -respondeu totalmente irônico, onde você sentiu o total constrangimento tomar conta do seu corpo. ele mudou o assunto rapidamente, mas você permaneceu na vergonha que sentiu por saber que fez aquilo.⎯ Kuroo me disse que viria daqui a pouco pra ver como você está, pode usar meu banheiro para tomar um banho ou coisa assim.
⎯ Obrigado.
Suspirou aliviada quando já estava no meio do corredor a procura do banheiro, o qual você achou no minuto seguinte, logo se trancou lá, tirando o celular de um dos seus bolsos. ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀
CHAT
⎯ Kyoko, você ja acordou?!
Kyoko: Acordei quase agora, onde você está? Quase morri de preocupação caramba.
⎯ Eu sei, e sinto muito. Acho que voltarei por volta das 3 da tarde, então não se preocupe, eu só queria te avisar.
Kyoko: Sem problemas. Está com quem?
⎯ Só alguns amigos.
Kyoko: Olha, tudo bem se você disser que está com aquele garoto que eu vi na loja.
⎯ Não é nada demais, somos só amigos, e eu não o vejo de forma diferente. Enfim, vou indo.
Kyoko: Ok ok, e até mais, não se esqueça da festa na casa do Kageyama no próximo final de semana.
CHAT ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀
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Guardou o celular novamente e se preparou para o banho rápido.
Saiu do banheiro, seguindo até a cozinha a qual você já escutava as vozes de Kuroo e Kenma que conversavam sobre o próximo jogo de vôlei.
⎯ [Nome]! -ele se aproximou te abraçando, você logo retribuiu. ⎯ Você ficou bem na noite passada, dormiu bem?
⎯ Ah, sim. -respondeu coçando a nuca ao se lembrar do que o falso loiro disse. ⎯ Kenma me disse que eu vomitei, mas não fiz nada além. -o moreno soltou um riso aberto, que logo foi cessado.
⎯ Isso é bom! E então por que não passamos a tarde aqui? Podemos jogar ou assistir alguma coisa.
⎯ Eu sinto muito, afirmei pra uma amiga que eu estaria em casa, e além disso, tenho aula amanhã.
⎯ Tudo bem, podemos nos ver qualquer dia denovo? Voltarei para lá na quinta-feira, Kenma também vai.
⎯ Tudo bem, quinta-feira parece bom. -ele sorriu, assim como você.
As vezes Kenma os olhava de canto com o mesmo olhar inexpressivo que ele tinha, mas ele rapidamente virava seu olhar para o celular novamente e foi ai que se lembrou. Não logou no jogo ainda, o que deixou você mais inquieta.
Avisou que iria até o quarto para pegar os seus fones e logo retornou a cozinha, os garotos ainda estavam lá. Avisou que iria embora, e Kuroo disse que não se importaria em acompanhá-la até o ponto de ônibus mais próximo.
⎯ Você já comeu alguma coisa? -o moreno perguntou enquanto olhava para você, que negou.
⎯ Não, ainda não. Estou sem fome de qualquer maneira. -deu um sorriso sem graça e voltou seu olhar para as lojas enquanto passavam pelas mesmas, tokyo era sempre agradável.
⎯ Poderia ter avisado, eu compraria algo pra você.
⎯ Ah, não. Não precisa se incomodar, eu não estou com tanta fome, já te disse. -respondeu ainda negando, cruzando os braços devido ao frio daquela tarde.
⎯ Tudo bem então, se você diz. -ele sorriu, mas seu sorriso se desfez assim que chegaram ao ponto de ônibus. ⎯ Bom, chegamos.
⎯ Sim. Mas então, te vejo na quinta, certo? -ele assentiu, sorrindo como sempre. ⎯ Então até mais.
Ambos se despediram e você entrou no ônibus que já estava parado a frente de vocês. A viajem não foi tão longa já que você dormiu por boa parte do caminho.
Assim que chegou, largou tudo em algum lugar e seguiu até o banheiro, o qual tomou um banho quente e em seguida, vestiu algo que era confortável para você. Seguiu para a frente do computador onde jogou por horas, como sempre. A única coisa estranha hoje, é que Wei, ou melhor, Kenma não havia logado nas últimas horas. ⠀
⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ A quinta-feira não demorou muito para chegar, e você já se encontrava na praça, onde marcou com Kenma e Kuroo que se encontrariam, eles chegaram após alguns minutos no local, usavam roupas mais casuais desta vez. Todos se sentaram em um banco no meio da praça.
⎯ Eu acho que vou comprar algo para comer, querem alguma coisa também? -o moreno alegou após se levantar.
⎯ Eu quero um milkshake de morango, só isso. -você pediu, o moreno assentiu e seguiu após não receber uma resposta de kenma.
O clima agora estava mais tenso. Ambos se davam muito bem conversando por mensagens, mas a realidade era outra. Kuroo demorava a voltar, e você logo resolveu puxar assunto com o falso loiro, era necessário, o silêncio era difícil de aturar.
⎯ O que está ouvindo? -perguntou pouco nervosa.
⎯ Felt Like Home de Teen Blush. Quer ouvir também? -você assentiu, e ele entregou um dos lados do fone.
A música era agradável. Era uma melodia que lembrava ele.
No minuto seguinte, Kuroo voltou com seu milkshake e um cappuccino, logo se sentou ao seu lado, você agradeceu e começou a tomar o milkshake, ainda ouvindo a música com Kenma.
Agora não estava nem um pouco desagradável.
⎯ Vocês tem algo pra fazer nesse final de semana? -ambos negaram. ⎯ Querem ir a uma festa comigo? Meus amigos vão estar lá.
⎯ Pode ser, eu ia passar o final de semana jogando, mas agora que você falou.
⎯ E você, Kuroo?
⎯ Óbvio que eu vou, você acha que eu sou alguém que recusa uma festa? -afirmou, fazendo você negar vagarosamente ao rir da resposta.
