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A verdade:

{S/n}

Encarei a porta da casa com nojo e hesitação, sabia que meu pai esperava por mim atrás daquela porta enquanto Eleanor e Ellen enxiam sua cabeça de mentiras. Respiro fundo tomando coragem, caminhei até a porta me lembrando do conselho dos gêmeos. Continue mantendo a calma, fique em silêncio e depois suba para o quarto.

Repeti aquelas palavras várias vezes na minha mente como se tentasse decorar de ultima hora algo para uma prova que não estudei, só precisava seguir aquele conselho. Abri a porta e ouvi um barulho baixo vindo da sala, encarei o corredor com firmeza, levei meu olhar para o lado encarando a porta que levava para a sala.

- S/n, venha aqui- Ordena meu pai, sem nenhuma gota de gentileza na voz.

Obedeci, caminhei até a sala e quando cheguei lancei um olhar afiado e cheio de ódio para Eleanor, como queria poder bater nela, mas não podia sucumbir aquele desejo.

- O que você esta fazendo com os gêmeos?- Meu pai pergunta e o olhei, ele estava sentado no sofá me olhando seriamente.

- Me divertindo- Respondi me jogando num dos sofás que ficava de frente para ele- Algo de errado nisso?

- Eu sei que você não estava na sua cama ontem a noite- Ele diz rapidamente e congelei, uma onda de nervosismo e desespero desce pelo meu corpo- Aonde estava?

- Lendo- Falei rapidamente a primeira coisa que veio na minha cabeça.

- Fora do seu quarto?- Ele pergunta desconfiado, levantei meu olhar até a Eleanor sorrindo.

- Gosto de ler em locais que me agradam- Expliquei com toda a minha calma- Principalmente quando algo esta me incomodando.

- Você não pode ficar saindo sem avisar no meio da noite- Meu pai ergue o tom- Não quero mais que saia a noite.

- Você não decide isso por mim- O interrompi passando meus dedos pelos braços do sofá- Eu tenho uma mãe, que nesse momento tem mais autoridade que você sobre mim- O provoquei notando sua testa franzir- Acho que você sabe por que, não sabe?

- Sua mãe não decide isso dentro da minha casa- Ele diz levantando do sofá.

- Não importa se esse lugar é sua casa- Falei sem medo, seu olhar caiu sobre mim como se me visse de uma maneira estranha- A lei é mais importante que essa merda que você chama de casa.

- Não ouse me desobedecer- Ele diz num tom alto que arrepiou os pelos do meu braço- Sou seu pai, descido isso aqui e agora, da maneira que eu quero- Ele coloca as mãos na cintura e suspira- A partir de agora, eu proíbo você de sair com os gêmeos a noite ou sair sozinha a noite.

- Odeio você...- Murmurei levantando do sofá, continuei olhando nos seus olhos contendo o choro- Queria que você não fosse meu pai, assim minha mãe nunca teria sofrido por culpa de um merda que nem sabe ser homem de verdade.

- Olha com fala comigo!- Ele grita com raiva e dei as costas para eles indo na direção das escadas com pressa.

Subi os degraus ainda escutando ele me chamar entre gritos de raiva, entrei no meu quarto e fechei a porta, quando fui trancar percebi que a chave havia sumido. Com raiva peguei a cadeira da escrivaninha e coloquei contra a maçaneta trancando a porta, caminhei até a cama e me joguei nela exausta e com uma dor no peito, tudo estava uma bosta, menos a minha relação com os gêmeos.

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