capítulo 22

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Narrado por ______ Clark.
Sexta-feira, 23 de Julho.
[O4:11 p.m] — residência de ______ Clark.

A tarde estava agradável e tranquila como nunca. E por incrível que pareça me sinto um pouco incomodada com algo, mesmo que a casa esteja limpa, louça lavada, roupas lavadas, dobradas e passadas. Em resumo: eu estou no maior tédio.

— 'Amodeio' estar de folga. — solto um suspiro me sentando de forma relaxada no sofá, mas antes que pudesse continuar protestando contra o meu tédio a campainha tocou, o que me fez levantar rapidamente e praticamente correr até a porta abrindo-a. — Oi! — digo ao ver minha vizinha da frente, a mulher esbanjava um belo sorriso nos lábios e isso me fez perceber que ainda não havia perguntado o nome dela. Mas tenho um leve desconto já que moro nesse bairro a pouco tempo e estou quase sempre ocupada com alguma coisa relacionada ao bebê ou aos meus afazeres. — Oi vizinha. Entra! — dou espaço para a mulher, que assente sorrindo e entrando na casa.

— Eu fiz uma torta e trouxe um pedaço para vocês. — ela mostrou o depósito. — Como nunca nos apresentamos direito, achei que seria uma oportunidade perfeita, espero que gostem.

— Sinto muito por isso, andei com a cabeça na lua recentemente, mas agradeço a gentileza. Aliás, prazer, ______ Clark. — esboço um sorriso gentil nos lábios, apertando a mão dela. — Tenho certeza que vamos gostar sim, o cheiro está ótimo.

Não tenho certeza de quem exatamente ela está se referindo, mas vou presumir que é a mim e ao bebê, mas também pode ser que esteja se referindo a mim e ao Levi. Por via das dúvidas vou apostar na primeira.

— Prazer, ______. Sou Anne Musson.

— Prazer, Anne. Você aceita alguma coisa? Água, suco, chá? — sugiro caminhar até a cozinha, vizinhos enxeridos nunca foram muito à minha praia, mas seria bom ter um pouco de companhia até a hora de dormir.

— Ah, não obrigada, apenas vim dar o pedaço da torta a vocês. Já vou indo.

— Tem certeza?

— Absoluta querida, mas aceito a proposta de um suco em uma outra ocasião. — ela sorri e eu faço o mesmo, a acompanhando pouco depois até a porta e me despedindo dela.

Estalo a lingua ao ficar sozinha mais uma vez, e acho que pela primeira vez na minha vida estava torcendo para que ela me fizesse perguntas chatas e invasivas sobre o sexo do meu bebê e outras coisas, como comentar o fato de eu ser nova demais para ter uma criança e outras coisas. Ao menos assim eu estaria entretida.

Retorno para a sala e miro a vasilha que deixei sobre a ilha, caminho até a cozinha novamente a fim de procurar alguns talheres e um copo. Nesse meio percurso — e eu não sei como —, meu pé escorrega no tapete fazendo o meu corpo perder o equilíbrio e ir de encontro ao chão.

Um gemido arrastado sai da minha garganta e me sinto levemente zonza por alguns segundos, levo minha mão até a cabeça tentando recobrar os sentindo e averiguar melhor a minha situação de merda. Todos os ossos do meu corpo pareciam dor e quando as coisas à volta pareciam estar em seus devidos lugares pude notar, realmente, o que tinha acontecido.

— Merda, merda. Como vou me levantar? — murmuro, tentando não entrar em desespero.

Minha maior preocupação nem era como eu estava e sim com o bebê dentro da minha barriga. Queria muito amaldiçoar aquela situação toda, além de sentir um medo enorme de ter me machucado sério ao ponto de ter fraturado algum osso ou até mesmo lesionado a minha coluna, levando em consideração que meu corpo está mais pesado do que antes.

— Okay... Talvez eu deva ficar deitada até que alguém note que eu não atendo o celular ou respondo mensagens e venha me socorrer. — digo a mim, em uma tentativa péssima de fazer humor com a minha situação e isso me deixa um pouco em pânico, para ser sincera, me deixa em pânico total.

S.O.S Levi vai ser pai!Onde histórias criam vida. Descubra agora