As gélidas gotas de chuva de inverno pingam em meu corpo, a água da chuva deixa minha Beretta 9m totalmente molhada.
O doutor fica me olhando com uma cara de assustado enquanto eu aponto minha arma contra seu rosto , a última coisa que ele vai lembrar é de meu rosto e de um clima avermelhado chuvoso de uma madrugada de sábado.
Não há ninguém no terraço desse hospital para se lembrar dele , ninguém para lamentar sua morte .
- por favor me escuta! diz o doutor em desespero.
- vai até a beirada do terraço. digo pra ele .
Ele me obedece. Na beirada do terraço, ele olha pra baixo, são exatamente 40 andares do terraço até o chão, o doutor fica olhando as luzes da cidade, pensando se existe alguma esperança nessa vida.
Digo pra ele .
- você me disse o que é mais reconfortante ficção na realidade ou realidade na ficção, aqui está minha resposta.
......
Para você entender minha história, irei ter que regressar a 4 anos atrás, no dia em que tudo mudou.
Eu era um advogado da cidade de Mikinot, uma típica cidade infestada pela criminalidade, eu estava voltando pra casa em uma tarde de segunda feira, voltando para minha mulher Andrea e minha filha Tônia.O clima azul ensolarado parecia um lindo dia mais não pra mim,meu humor não estava dos melhores pois eu havia perdido um caso de acusação contra um assaltante que matou um dono de um mercado , apenas para roubar 100 reais, perder esse caso me deu um prejuízo de mais de 20 mil reais.
Estacionei meu carro na frente da casa, olho na casa e vejo fumaça saindo pela janela, corri desesperadamente até a porta da frente.
- ANDREA, ANDREA. Grito seu nome mais eu não escuto nenhuma resposta.
Tento abrir a porta mais ela estava trancada, chuto a porta com a tentativa de arrombala, mais não tenho nenhum sucesso.
Olha pra janela do andar de cima da casa e percebo que o fogo já está se alastrando por lá. Peguei uma enorme pedra que estava no gramado da casa e joguei na janela da frente que ficava ao lado da porta. A pedra quebrou o vidro da janela assim permitindo minha entrada.
Entrando pela janela percebi que as chamas estavam se alastrando por toda a sala da casa, fui correndo pela escadaria da casa que ainda não estava dominado pelo fogo.
Subindo a escadaria e indo parar no corredor do segundo andar, percebi que o corredor ainda não estava pegando fogo, fui até o fim do corredor ,a porta do quarto de Andréa estava pegando fogo, eu tirei meu blazer e usei para abrir a maçaneta para evitar queimar minhas mãos. Abrindo a porta encontrei o corpo de Andréa abraçada com Tônia ambas totalmente carbonizada .
- Não, Não , Não NÃÃÃÃÃÃOOO.
Lágrimas saem de meus olhos .
Escuto passos vindo do corredor, vou até lá para checar e encontro um homem escondendo seu rosto através das sombras de seu capuz, enquanto segura um lança chamas.
- quem é você?
Ele não diz nada. Ele mira seu lança chamas e dispara ,chamas ardentes vão em minha direção.
Corro no quarto de Andréa, as chamas do quarto começam a me queimar, vou em direção a janela que estava aberta e me jogo de lá caindo no gramado do lado de fora da casa.
Fico rolando no gramado tentando apagar as chamas de minha roupa, um jato de água vindo de um caminhão de bombeiro vai em minha direção apagando o fogo de mim .
- você está bem? Pergunta o bombeiro enquanto me levanta do chão.
- eu tenho que voltar lá, o assassino está lá dentro.
Mais três bombeiro vão em minha direção me segurando e me impedindo de regressar naquela casa .
Bom agora você pode entender o início de minha dor, por 2 anos ninguém conseguiu nenhuma prova que o assassino esteve na minha casa, e nem que ele se quer existia, eu sabia que a justiça que eu tanto defendia era falha , a polícia nem sequer estava se esforçando para conseguir pistas do suspeito, então se eu quisesse justiça iria ter que fazer isso com minhas próprias mãos.
Eu me candidatei pra FPM ( forças para militares) a FPM se tratava de um curso pago de 1 ano e meio , em que o candidato aprendia táticas de guerrilha, treinamentos físicos, manuseios de armamentos pra caso um dia fossem para o exército já tivessem experiência militares, nesse um ano eu posso dizer que fiquei durão o suficiente pra combater o crime.
Com o término do curso era hora de comprar armas para ir pra guerra contra o crime. Por eu ter porte de armas , conseguia comprar qualquer arma com facilidade sem que o governo ficasse me bisbilhotando.
Por 6 meses desde o término do curso procurei pistas do assassino incendiário, até que em uma noite de sexta feira vi uma notícia na internet de incêndio em um armazém na área industrial ao norte da cidade.
Era hora de eu agir.
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Tom Brahans
Mystery / ThrillerTom Brahans um ex advogado da cidade de Mikinot , busca vingança contra o assassino de sua mulher e sua filha.