E, tam tam tam tam... Preparem os lencinhos.
Park Chaeyoung
Eu estava dormindo no colchão que colocaram para mim no chão do quarto, saudades do meu colchão novo que eu paguei tão caro, mas fazer o quê? Escolhas são escolhas. Todas elas pareciam ter acabado de acordar, entretanto elas não estavam fazendo tanto barulho.
Graças a Deus!
Abro os olhos com um pouco de dificuldade e me sento no colchão com a cabeça apoiada em meus joelhos.
Lisa está fazendo flexões, hora ou outra ela se apoia em apenas uma mão e em seguida troca, Tzuyu está fazendo barra com uma só mão e com a outra ela está lendo um livro, Soojin estava fazendo yoga, sim, ela faz yoga para manter-se calma já que precisa ficar absolutamente imóvel e sem tremer quando está com o olho na mira de sua sniper. Chaeyoung não estava no quarto, deduzi que ela foi correr.
Bocejei e me estiquei um pouco.
— Bom dia, Capitã. — Tzuyu disse sem tirar os olhos de seu livro.
— Bom dia, Capitã. — Lisa e Soojin desejaram ao mesmo tempo
— Por que ainda estão aqui uma hora dessas? — Nesse horário, elas já deveriam estar em formação esperando por alguma ordem.
— Uma coisa incrível chamada: folga de uma semana. — Lisa respondeu me olhando e se equilibrando em seu braço direito. — A senhora recebeu suspensão e nós folga.
— Coronel sabia que ela não nos deixaria em paz, por isso a suspendeu. — Tzuyu fez as outras rirem.
Eu levei a mão até minha testa pressionando-a.
— Tem um analgésico ali e água também está ali. — Ela indicou com a cabeça e eu me levantei indo até lá para pegá-los. — Se lembra de tudo de ontem?
— Por que não lembraria? — Perguntei e em seguida bebi a água após colocar o remédio em minha boca.
— Vai saber!
— E então, como planeja prosseguir com aquele plano maluco? — Soojin perguntou-me.
— Não é um plano maluco.
— É arriscado demais. — Lisa disse.
— Não será tão arriscado, somos lúpus.
— Como pretender conseguir a confiança dela para mordê-la? — Tzuyu perguntou e desceu da barra apenas para trocar de mão.
Eu suspirei.
— Isso é fácil, vou ser a pessoa mais adorável do mundo.
— Isso é fácil para você? — Lisa perguntou-me e eu tive que ir até ela e dar uma rasteira em seu braço. — CAPITÃ! — Ela gritou quando o corpo bateu contra o chão. — E se eu tivesse batido a cabeça?
— Vaso ruim não quebra. — Ela deitou de barriga para cima, cruzou os braços e ficou me olhando de cara emburrada. — Infelizmente terá que ser assim, mas eu tentarei abstê-la de muita coisa, ela não precisa ver e sentir tudo. — As alfas concordaram.
Eu senti um cheiro, um cheiro que eu reconheceria facilmente.
— Merda! — Eu fui para trás da última cama. — Eu não estou aqui. — Eu sussurrei para elas e elas me olharam sem entender.
Logo foram ouvidas batidas na porta e ela foi aberta pela Coronel.
— Aonde ela está?
— Ela quem? — Lisa perguntou na maior cara de pau.
— Chaeyoung.
A pequena Chaeyoung voltou de sua caminhada, apareceu na porta do quarto ofegante e um pouco suada.
— Coronel! — Ela fez uma breve continência.
— Chaeng, a Coronel estava te procurando. — Quando eu digo que Lalisa é audaciosa, eu não estou brincando.
— O que eu fiz? — Chaeyoung perguntou com o olhar preocupado.
— Nada. — Irene respondeu. — Estou procurando por Park Chaeyoung! — Ela frisou bastante meu sobrenome. — Ande, apareça logo. — Eu suspirei em frustração e sai de meu "esconderijo".
— Coronel...
— Não! Eu fui bem clara em ter te dado uma suspensão.
— Suspendeu-me de minhas atividades, não de ver minhas queridas subordinadas. — Fingi um suspiro aliviado. — Eu estava com tanta saudade de vocês, meninas.
— Não voltou para casa pelo visto.
— Como pode dizer algo assim? — Eu fiz o meu melhor tom de indignação e tristeza por ela estar me questionando.
Coloquei até a mão no peito.
— Sua idiota, você está com a mesma roupa de ontem e com a cara de quem acabou de acordar.
Levei as mãos até minhas orelhas.
Quando a ressaca bate eu fico sem controle da minha audição aguçada.
— Meu Deus, estou parecendo a Irene de sete anos atrás brigando com a Chaeyoung de 18 anos.
— O que aconteceu para você brigar com ela há anos atrás? — Tzuyu perguntou e eu quis matá-la
Elas não sabem tanto assim do meu passado... Do meu passado como uma jovem inconsequente.
— Park Chaeyoung foi fazer o treinamento completamente virada, pois havia ido á uma festa na noite anterior e encheu a cara. — As quatro viraram e olharam ao mesmo tempo para mim.
— Coronel, não se conta esse tipo de coisa aos nossos subordinados.
Elas negaram com a cabeça, Lisa semicerrou os olhos em minha direção e até mesmo estalou a ponta da língua algumas vezes.
— Capitã Park...
— Capitã Park, vou levá-la para sua casa imediatamente. — Irene falou ficando ao lado da porta e indicando que eu passasse em sua frente.
Eu suspirei pesadamente, peguei meu coldre, mas sem amarrá-lo e sai pela porta bufando.
— Tudo bem, eu vou para casa, só que eu vou passar no vestiário.
Ir para casa, ok.
Agora ir para casa com essa cara, não.
Fui ao vestiário, em meu armário peguei minha escova de dente e meus produtos de higiene pessoal.
— Para que isso tudo? — Lisa perguntou enquanto eu tomava banho.
— Ela não quer parecer que ficou enchendo a cara a noite toda para a esposa. — Soojin falou rindo e Lisa riu também.
— As produções de cinema estão a perdendo.
As ignorei totalmente e continuei com meu banho, depois que o acabei o sequei com secador, ele estava tão brilhoso e definido, ah, eu sou muito linda. Me admirei no espelho. Felizmente meus machucados já tinham sumido, então apenas vesti um top preto deixando minha barriga a mostra, uma jaqueta e um short. Meus tênis eram os mesmos da noite passada.
