Bem-vindos ao Rio de janeiro

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Miranda entrou no avião furiosa pela audácia de Vincent, ele simplesmente a obrigou a vim consigo sem nem ter uma vantagem de recusar. Era isso ou seria demitida, e não suportaria em voltar para Aleanova sem ao menos tentar ser independente. Dentro daquela nave voadora, ela queria lembrar se havia pegado tudo o que precisava, porque se fosse por Vincent, ela só sairia com a roupa do corpo.

— Confortável? — O homem perguntou cinicamente, sentando ao seu lado na poltrona 18 ou era 22, não lembrava de tamanha pressa que entrara.

— Sim, obrigada por perguntar. — No mesmo cinismo, ela retribuiu em resposta. — Sabe quando tempo vamos ficar no Brasil?

— Não sei. —Ele apertou o cinto, depois puxou o celular do bolso para ver a data e o horário. — Acho que alguns dias apenas.

Miranda assentiu e olhou a pequena janela do avião. De ônibus para avião, quem diria que sua vida mudaria da água para o vinho. E se odiou no mesmo instante por está sendo, praticamente, bancada por homens. Primeiro Victor, agora Vincent que a está levando para um país, que nem sequer sabe muito.

— Minhas despesas nessas viagens.....— Resmungou ela a Vincent, ainda encarando a vista do céu azulado. — Desconte do meu salário.

Vincent riu, chamando sua atenção para ele.

— Tem certeza disso? — Ele guardou novamente o celular e a fitou, divertido com algum motivo.

— Tenho. — Esperava que tivesse sido dura e sua voz não tenha fraquejado. — Tenho, sim.

— Já está sem um mês de salário.

Miranda arregalou os olhos. Como assim só a passagem levou um mês de seu salário? Vincent pareceu notar sua surpresa e começou a rir, ela devia está fazendo a careta mais incrédula de todo o mundo.

— Está brincando comigo. — Disse, engolindo em seco. — Está, não está?

— Não, Miranda. — Ele cessou a risada e a encarou mais carrancudo, a faceta de todos os dias. — Não deve se preocupar com isso agora....

— Mas...

— Resolveremos quando voltarmos para Nova Orleans. — Vincent demandou sério, interrompendo-a de prosseguir com falações. — Além do mais, precisamos descansar. A viagem vai ser longa.

Banks o assistiu repousar sobre o assento, então se virou para o lado e apoiou a cabeça na minúscula janela tentando achar uma posição confortável mas foi impossível — dormir sentada não era seu forte. Ela remexeu a cabeça para outro lado, porém não adiantou muito. Portanto, tratou de recostar as costas no espaldar da poltrona e suspirou fundo, já ciente de que não conseguiria adormecer.

— Algum bicho te mordeu? — Inquiriu Vincent, mas não estava nervoso, só meio rude como sempre.

— Não. — Miranda meneou a cabeça na direção do homem, sussurrando para não incomodar os outros passageiros. — É que dormir sentada é desconfortável.

— Sabia que a poltrona deita, né?

Sua mente clareou ao ouvir a frase do homem. Era óbvio que seu salário foi gasto só na passagem, eles estavam na primeira-classe, como uma boa e velha tradição de pessoas ricas. Ela se contorceu por dentro, no entanto suavizou e respirou fundo, tranquilizando os nervos. O modo que ele a fazia mostrar seu lado mais nervoso, ignorante e duro, conseguia impressioná-la.

Vincent realmente tem habilidade.

— Deixe-me mostrá-la. — Tarde demais ela regressou a realidade, no momento que Vincent se deslocou da sua poltrona para ajudá-la.

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