Capítulo XXXI - Alvo

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Esperava meu alvo no andar de cima de onde Zemo estava. Se estavam o procurando, certamente revirariam cada canto desse lugar para encontrá-lo.

Usaria do elemento surpresa para eliminar o homem com braço de metal, me escondi atrás de um caixote colocado do lado oposto do elevador e passei a espera-lo, com a winchester sacada e mirada no vão estreito que as portas do elevador faziam ao estarem fechadas. Longos minutos se passaram, não se podia ouvir qualquer ruído naquele andar além da minha respiração curta. Até que, de repente, o rangido do elevador descendo preencheu o ambiente.

Me preparei, os olhos colados na mira e o dedo no gatilho. Um braço dentro de um uniforme azul puxou as portas do elevador e um homem loiro saiu com um escudo empunhado, olhando para todos os lados com cautela. Atrás dele estava outro homem, moreno, com um fuzil em mãos e tão atento quanto seu colega. Mesmo distante, identifiquei seu braço de metal reluzindo entre o breu. Respirei fundo. Era só um tiro certeiro que me separava do sucesso.

O meu dedo estava prestes a puxar o gatilho quando o companheiro de meu alvo avistou o cano da minha arma e moveu o escudo bem no momento que atirei. A bala ricocheteou no escudo e eu tive minha posição revelada. Ofeguei, me escondendo atrás do caixote. Alguns tiros foram disparados contra mim, mas nenhum foi certeiro.

Agucei minha audição, acompanhando os passos firmes e lentos se aproximarem. Saquei a pistola, preparando-a. Estavam perto, muito perto, podia ver as suas sombras tomarem forma no corredor. Esperei mais alguns segundos. Ao ouvir as respirações desreguladas dos dois homens, eu agi. Com a mão livre da pistola, agarrei um braço forte, portanto um escudo, e tomei impulso para saltar e atirar em direção ao meu alvo. A bala acertaria em cheio seu crânio, se ele não tivesse se protegido com a mão de metal.

Rosnei, sacando os dois bastões de choque e me preparando para lutar com os dois. Porém, assim que eu virei para encará-los, eles arregalaram os olhos e baixaram a guarda. O total oposto do que pensei que fariam.

- Bella? - o moreno perguntou atônito para mim.

Não respondi verbalmente, parti para cima dele, ignorando o seu companheiro. Ele defendeu-se do golpe do meu bastão de choque com o seu fuzil, colocando-o na frente. O chiado da eletricidade batendo no aço da arma foi terrível. Me afastei, girando o outro bastão para atingir seu estômago. Dessa vez não conseguiu desviar a tempo e grunhiu de dor.

Duas mãos fortes me seguraram pela cintura e me levantaram, girando-me para longe do moreno.

- O que está fazendo, Isabelle? - o loiro sibilou contra meu ouvido.

Tentei chutá-lo, mas ele desviou e me prensou contra o caixote. Os bastões de choque pesavam em minha mão, eu levantei um para tentar atingir o loiro, mas meu alvo se aproximou e tirou-o de mim com sua mão de metal. Restava apena um bastão para eu usar.

- Bella? - o moreno chamou rouco - Bella, está me ouvindo?

- Vão se lascar com essa Bella - rosnei enquanto preparava-me para mais uma investida.

Com um pouco de dificuldade lancei o bastão para trás, atingindo a coxa do loiro, que se diminuiu a força que utilizava para me prender. Em um movimento só, saí de seus braços. Peguei o bastão no chão e avancei no moreno, desviando das investidas do bastão de choque em sua mão.

- Vou precisar te apagar, sinto muito por isso - ele falou tentando atingir minha barriga.

- Que cavaleiro - debochei, afastando-me para escapar do golpe - Você pode tentar.

O loiro se aproximou correndo, empurrando o escudo em mim. Voei alguns metros com a força do impacto e cai em cima do caixote que antes eu me escondia, estraçalhando-o e me dando uma bela coleção de arranhões. Gemi de dor, retirando pedaços de madeira de cima de mim. Praguejei ao tentar levantar, um dos meus tornozelos latejava de um jeito nada bom.

Vietny [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora