Capítulo 1

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1 mês depois...

Christopher Uckermann 

Dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Muita muita muita dor.

Essa era palavra que me definia à um mês dos infernos. Já tinha lidado com a morte antes, mas o que eu sentia agora era um bilhão de vezes pior. 

Um mês.

Um mês sem olha-lá nos olhos.

Um mês sem sentir seu cheiro.

Um mês sem ouvir sua voz.

Um mês sem o amor da minha vida.

Observei a foto em minhas mãos e com um dedo toquei seu lindo rosto sorridente, seu cabelo, seu nariz, sua boca e seu sorriso. A fisgada, agora comum, no meu coração voltou com tudo mais uma vez.

Levei a garrafa até minha boca acabando com a última gota de cachaça antes de arremessa-lá com força junto com as outras garrafas quebras ao chão. Meus joelhos fraquejaram me fazendo cair ao chão em cima dos cacos de vidro e não pela primeira vez gritei ao ver em cima do armário o vaso com as cinzas do amor da minha vida.

Gritei e gritei e gritei e gritei.

As lágrimas voltaram a cair desesperadamente, meu coração dilacerado agora estava sendo esmagado e era tanta dor, tanta dor, tanta dor, tanta dor que não conseguia respirar ao meio do choro.

Meu corpo tremia de dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Dor.

Christopher: POR QUÊ? POR QUEEEEEEEEEEEEEE? - gritava em pleno pulmões.

Solucei caindo completamente ao chão. A dor que dos cacos de vidro atravessando em minha pele, não chegava à um terço da dor em meu coração e na alma.

Ela sei foi.

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Ela não poderia ter ido.

Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Ela se foi pra sempre.

O telefone voltou a tocar pelo apartamento me trazendo de volta ao inferno da realidade. De joelhos engatinhei até o aparelho e com um único puxão o arremessei para o outro lado parando com o barulho.

Olhei mais uma vez o vaso com as cinzas do amor da minha vida antes de voltar para ao redor das inúmeras garrafas de álcool em círculos. Ao meio deles, encarei todas as nossas fotos também ao redor e puxei de cima da mesa de centro dois pacotinhos brancos de cocaína.

Abri a embalagens com as mãos trêmulas e em segundos, jogava os plásticos agora vazios ao chão. Peguei uma foto dela e levei ao coração, fechei os olhos e esperei a droga fazer efeito depois de aspira-lás.

E mais uma vez revivia o inferno.

1 mês atrás...

Tinha chegado á Cidade do México quase as cinco horas da manhã. A primeira coisa que fiz foi mandar uma mensagem para minha noiva. Em seguida fui para o hotel, fiz o check-in e como estava cansado pela viagem, acabei dormindo por algumas horas.

Quando acordei, já atrasado, corri para um almoço de negócios que aconteceria no restaurante do hotel e com a pressa, esqueci o celular no quarto. Horas depois, voltei para o quarto e peguei meu celular percebendo que tinha esquecido de carrega-lo quando cheguei no hotel e por isso, estava descarregado à horas. Deveria ter várias chamadas, incluindo da minha noiva.

Assim que ele carregou o bastante, voltei a liga-lo e como esperava, várias ligações, a primeira coisa que fiz foi retornar a chamada da minha pequena, mas estava desligado.

Estranhei.

Mas deveria ter acabado a bateria também.

Ela deve está a caminho agora e em questão de horas ela estaria aqui.

.................................

Passava das onze horas da noite e eu estava no hall do hotel tentando localizar o avião que deveria ter pousado às dez horas, mas ao contrário disso, ele tinha sumido ao meio do plano de vôo. Segundo a empresa de aviões, responsável pelos meus vôos particulares, o avião nem ao menos chegou sobrevoar pelo México.

Aflito andava de um lado para o outro sentindo um gosto amargo na boca.

Christopher: O piloto não se comunicou com vocês? Ele não falou nada sobre se poderia esta acontecendo alguma coisa? Como vocês podem NÃO SABER DE NADA? - gritava nervoso.

Ignorava os olhares de algumas pessoas em volta, principalmente dos funcionários da recepção. A única coisa que eu queria era encontrar Dulce.

Xxx: Senhor Uckermann, desde que tomamos conhecimento sobre o sumisso do avião, estamos tentando localiza-lo e..

Christopher: TENTANDO? VOC..

Zzz: Senhor Uckermann? - falou atrás de mim me interrompendo.

Virei olhando para o gerente do hotel e três policiais atrás dele.

Christopher: O quê? - ainda tinha o celular ao ouvido.

Zzz: Esse policiais querem falar com o senhor..- avisou.

Um deles deu um passo à frente.

Sss: Somos da Polícia Internacional e temos...- hesitou - Temos uma notícia para lhe dar. - completou.

Meu coração acelerou.

Sss: Na tarde de hoje foi registrado um barco em chamas chegando ao porto da capital de Nicarágua e localizamos o registro e quem estava ao barco também, sinto lhe informar, mais um dos passageiros...- hesitou - Sinto muito, mas sua noiva, Dulce Maria Espinosa está entre as vítimas.

Prendi a respiração ao mesmo tempo que meu coração parava de bater.

Meu celular caiu da minha mão e já não ouvia mas nada ao meu redor.

Não.

Não.

Não.

Minhas pernas fraquejaram e eu caí ao chão vendo tudo girar.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Dulce não...

Não minha Dulce..

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não.

Não

Não.

E em segundos, tudo ficou escuro.

Almas Opostas (2°temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora