Jun Wu - A Terceira Face do Príncipe • Livro 2

Chapter 203 Afogando-se na própria dor, embriagando-se com a ilusão

Prólogo A queda de todo um império em nome do mal

Na primeira noite em que ressurgiu como um demônio sem face, Lao Shi cumpriu parte de sua extensa vingança.

Ele descobriu por um plebeu bêbado vagando dentro da noite enevoada, que o General do Exército tinha se livrado do corpo do amante do Duque desaparecido, que havia ficado exposto no primeiro dia em praça pública.

Esse General tinha se envolvido no golpe de estado, em conluio com o Chanceler Nan Quan, ele quem tinha confundido o exército da província vizinha, causando uma contenda obscura, envolvendo a capital em rumores e derramamento de sangue.

E quando ele não estava liderando o exército do imperador, ou cuidando dos assuntos militares com a Guarda Real, ele estava em sua privilegiada residência, divertindo-se com concubinas.

A sua favorita era uma jovem de vinte e dois anos.

Ele gostava de noites fervorosas que afirmassem sua masculinidade e papel dominante.

E amava possuí-la de frente, porque sabia que ela tinha pudores que não gostava de mostrar, gostava de ver os pequenos seios trepidando levemente enquanto era ferozmente penetrada e a pela semi desnuda em contrário com as vestes diáfanas com um toque de seda.

Naquela noite, ela apertou os olhos, sabendo que estava sendo observada.
Seus lábios úmidos de botão foram mordidos e ela suspirou profundamente como se fosse adormecer, antes mesmo de estar satisfeita, porque era um gosto ser a favorita daquele homem.

Ele espalmou a mão em um de seus seios, o General sentiu o mamilo cor de pele enrijecer entre seus dedos e foi quando a concubina abriu seus olhos para encontrar os dele.

Seus lábios iam se moldando num sorriso amoroso lascivo, mas o pavor terminou por se instalar em seu olhar.
Uma espada atravessou as costas, perfurou o coração do amante fervoroso e ele parou.

Na verdade, o golpe com a lâmina que foi desferido com precisão e ódio na mesma medida, perfurou-lhe o peito e o sangue esguichou sobre a concubina, que gritou.

Ela gritou e viu, uma figura vestida de branco, de longos cabelos escuros, usando uma máscara.

O corpo do general caiu sobre o seu, enquanto num assombro tenebroso ela observou petrificada a figura sinistra limpar o sangue da lâmina com desprezo e frieza consideráveis.
Saindo dali... Do mesmo jeito que entrou.

Bastou essa primeira noite para se instaurarem os rumores.
Havia um assassino solto na Capital Imperial.

O imperador chegou a pensar que era uma retaliação do exército inimigo, que havia sido aniquilado. Afinal, matar justo o General? Isso não podia ser coincidência.

No entanto, como um espião tinha se infiltrado tão facilmente?

Passado pelas defesas nos portões imperiais?

Alguém da guarda tinha permitido?
Talvez, houvesse um traidor.

Mas, Nan Quan considerava todas as especulações tolices.

Um homem usando uma máscara executando o General em plena cópula, do mesmo modo que Nan Quan tinha assassinado o amante de Lao Shi... Isso que não poderia ser coincidência!

No dia seguinte a última tentativa bem sucedida de tortura, Nan Quan mandou queimarem o corpo de Lao Shi... Mas, os soldados voltaram assustados, contando que não tinham encontrado o cadáver.

Naquela cela fétida havia apenas um amontoado de pó.

Primeiro Nan Quan considerou impossível que Lao Shi tivesse escapado, tendo as pernas e braços quebrados, após um doloroso desvio de Qi, com parte de seu rosto dissolvido numa massa disforme... Era inconcebível a fuga.