CAPÍTULO SEIS

112 6 0
                                    


   O Caio tinha mudado, não era mais o mesmo de quando conheci há três meses, mas eu não podia fazer nada, sou muito sentimental e estava perdidamente apaixonado por ele, e nem que nossa vida fosse só sexo, eu aceitaria, o pior era não estar com ele.
  De segunda a sexta depois da faculdade nos encontrávamos no motel mais caro e luxuoso da cidade; sábados, domingos e feriados eram dedicados pra ele e a mulher. Toda essa despesa estava me custando caro e eu tive que encontrar urgentemente um emprego que pagasse acima do que eu ganhava. Graças aos amigos e conhecidos que tenho, encontrei.
  Assim que completou seis meses da ilusão de relacionamento, Caio me contou algo que não foi música para os meus ouvidos.
— Eu vou ser papai! — Ele disse isso depois que acabamos de transar, pulando na cama e propondo que repetíssemos a dose para comemorar, que cara de pau, ele achava que eu estava feliz com essa notícia?
  Gostaria muito de ter palavras para explicar detalhadamente tudo o que eu sentia, sei lá, acho que era uma amargura misturada com ociosidade. Pra falar a verdade eu não era feliz, mas sentia que iria ficar pior sem o Caio, mesmo sabendo que eu só era um objeto de prazer. Eu me apeguei a ele de uma forma que preferia destruir a minha vida em vez de perde-lo.
  Assim chegamos há quatro anos nessa mesma rotina, o que mudou foi que eu tinha terminado a faculdade e até hoje exerço a minha profissão, ganhando bem, tenho um apartamento melhor do que o de Caio. E assim que minha vida profissional mudou, mudei com Caio também, nos encontrando só nas sextas.
  Faz cinco anos que eu e o Caio estamos juntos, unidos naquela mesma rotina sem amor da parte dele. Graças às novas amizades que conquistei na empresa onde trabalho, pude perceber que Caio não merece ter todo o meu tempo dedicado a ele, apesar de que ainda o amo.

OBJETO DE PRAZER (Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora