Parte 20

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Os próximos dias foram frustrantes. Entre uma missão e outra, eu tentei encontrar pistas do número, mas todas as tentativas tinham sido em vão. O número vinha daqueles celulares pré-pagos descartáveis.

O Gojo precisava acompanhar as equipes nas missões, por causa da nova regra de ter ao menos um feiticeiro de grau 1 compondo as equipes. Ele já nem tinha classificação de grau. Mas ele era um professor. Também andava muito ocupado com as missões da turma do primeiro ano. Não nos vimos mais desde aquele dia.

Voltei ao quarto do Gojo, enquanto ele não estava, e fiz uma análise minuciosa para ver se encontrava vestígios de maldição ali, câmeras, escutas ou qualquer coisa assim. Nada.

Analisei o jardim, que dava para a janela do quarto do Gojo e encontrei um rastro de maldição perto de uma árvore. O rastro estava fraco, quase não percebi. Olhando de lá havia uma imagem nítida da cama do Gojo. Daria perfeitamente para alguém ter nos visto dali, com certeza! Mas o rastro começava e terminava ali mesmo.

Apesar de fraco, me causou um pequeno arrepio. Me lembrei do arrepio na nuca que senti no restaurante. Aquilo foi esquisito demais. Apressei meu passo para voltar lá. Ia ver as câmeras de segurança, para ver se descobria algo.

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As imagens ficavam armazenadas em um servidor fora do restaurante. Eu precisava pedir uma solicitação para a gerência da rede de restaurantes e isso poderia demorar dias. Como eu não tinha um mandado e muito menos era policial, o gerente do restaurante desprezou meu pedido.

Ameacei ir à mídia, dizendo que me roubaram dentro do restaurante. Contei uma historinha de que havia ganho uma pulseira caríssima do Sr. Satoru aquela noite e que quando saí do restaurante ela não estava mais no meu pulso.

O gerente ficou com receio da repercussão e imediatamente ligou para a central. Ele me disse encabulado que as imagens seriam disponibilizadas, inclusive as das portas dos banheiros, mas que isso poderia demorar alguns dias.

Não fiquei contente, mas agradeci e passei meu contato para ele. Pedi para me enviar assim que as recebesse.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora