Don't breathe... (Yugyeom) "Em revisão"

Don't breathe...

O moreno assim o fez e o segui, adentrando ao extenso cômodo, fechando a porta atrás de meu corpo. Fitei o mesmo inerte ainda próximo a porta, o seu olhar era curioso e analítico, observando cada detalhe meticulosamente escolhido da extensa sala de estar a nossa frente.

A mesma possuía tonalidades claras e neutras, ao qual davam uma certa elegância e conforto ao lugar, além de uma enorme janela adornada por belas cortinas com mesma paleta de cores de todo o ambiente, ao qual possuía uma bela vista da cidade de L.A.

– Whoah, isso é incrível... – Disse abobado fitando ao redor.

Distanciei-me por um momento seguindo até a cozinha para pegar uma pequena caixinha de primeiros socorros de tonalidade clara dentro de um pequeno armário de madeira do ébano, retirando da mesma um creme para ferimentos e um pequeno curativo, além de um pano limpo levemente umedecido em água. Por mais que estivesse magoada com o Kim, não deixaria o seu ferimento infeccionar por falta de cuidados.

Retornei até a sala vendo o rapaz agora próximo a extensa janela ao admirar a vista de tirar o fôlego à sua frente. Caminhei em direção ao mesmo, ao qual seus orbes amendoados pousaram sobre mim.

– Você voltou... – Disse passando a fitar os itens em minhas mãos. – Anne, não precisa se incomodar, não foi nada demais. Eu mereci... – Suas bochechas ficaram levemente ruborizadas, explicitando que o mesmo encontrava-se um pouco envergonhado.

– Hm, tem razão... mas apenas deixe-me cuidar de seu machucado para que não infeccione. – Disse autoritária, vendo o moreno assentir.

Estiquei um pouco o braço tocando levemente com o pano em seu ferimento no canto dos lábios. O mais alto fez uma breve feição de dor, mas não se moveu permitindo-me limpar o sague rubro ali presente.

– Então, sobre o que quer falar? – O indaguei sentindo a curiosidade crescer a cada momento dentro de mim enquanto depositava cuidadosamente o creme sobre o local.

Yugyeom fitava-me com seus orbes escuros, seu olhar tornou-se insólito e enigmático, não permitindo decifrá-lo e compreender com precisão quais seriam seus próximos passos.

– Anne... sei que está magoada comigo... reconheço que errei ao tratá-la de forma tão gélida naquela noite, por isso peço-lhe perdão. – Suspirou pesadamente, deixando que uma lágrima solitária caísse de um de seus olhos. – Eu estava com medo de perdê-la mais uma vez e dessa vez para sempre...

– E pensou que ao afastar-me de si não iria me perder de qualquer forma? – Senti aquela única lágrima molhar meu rosto, ao recordar-me das palavras proferidas pelo mais velho que fizeram tudo ao meu redor ruir.

– Não queria magoá-la, apenas estava confuso com todos esses sentimentos avassaladores dentro de mim sendo trazidos à tona novamente quando a via. Por isso a afastei, pois naquele momento parecia ser o melhor a se fazer... – Mordeu o lábio inferior por um breve momento na frustrada tentativa de conter as teimosas lágrimas que insistiam em cair. – Mas, percebi que quando estou longe de você me sinto sufocado, como se...

– Como se não pudesse respirar...

– Sim, como se minha vida só tivesse significado quando estou perto de você. – Tocou levemente minha mão com os seus dedos longos e pálidos, a guiando até o seu peito esquerdo. Para que pudesse sentir cada batida extasiada e palpitante de seu coração. – Anne, percebi tardiamente que durante todos esses anos em que estávamos distantes um do outro eu apenas existi... mas, quanto te vi novamente era como se tudo ao meu redor fizesse sentido outra vez, trazendo-me de volta a vida mais uma vez. Era como se tivesse voltado no tempo em que estávamos juntos...