+ Disfarces traiçoeiros +

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🌘🔥



Descendo o arco-íris, eu voltava do teatro principal. O sol estava no auge e as pessoas se recolhiam aos poucos, era horário de almoço, quando as ruas ficavam silenciosas e as casas e restaurantes, barulhentos. Eu tive que me arrastar para uma reunião com minha diretora, somente para apresentar novas composições e acordar entre horários e dias de apresentações. Foi simples, e não demorou muito. Talvez um dia eu até me acomodasse nessa vida. Talvez eu escolhesse não lutar. A vida era tranquila dessa forma.

Você trabalha, você ganha, você junta dinheiro, conquista seu espaço. Quer dizer, o que mais eu poderia querer?

O sol queimava meus ombros, não protegidos pela regata branca que eu usava. Eu poderia somente ter atravessado, mas pensei em andar um pouco. Fazia muito tempo em que eu não andava pelas ruas. Minhas mãos se escondiam nos bolsos de minha calça larga, e minha cabeça acenava constantemente para os cidadãos que passavam por mim, dizendo meu nome com carinho.

Parando em frente ao ateliê de minha mãe, encostei as mãos no vidro da porta de entrada, criando sombra. Ela não estava lá, mas uma das professoras estava, e ela veio abrir a porta, já trancada pelo fim do expediente.

- Minha mãe está nos fundos? - Eu perguntei educadamente, após cumprimentá-la. A fêmea balançou a cabeça em negativo, um sorriso gentil enfeitava sua boca.

- Ela saiu não faz muito tempo, com uma cara nada boa. - Suas sobrancelhas se juntaram e ela olhou para o chão. - Acho que não se sentia bem, então, diga que desejo melhoras à Feyre. - Seu sorriso voltou para o rosto e o meu sumiu. Minha mãe tinha passado mal? Poderia ser seu ciclo menstrual. Eu tremi só de imaginar aquela fêmea forte encolhida na cama.

Forcei um sorriso e me despedi rapidamente da feérica, atravessando para a frente da grande casa. Empurrei o portão preto de ferro bem trabalhado, que não passava de meu peito em sua altura. Subi rapidamente os degraus da varanda e abri a porta de entrada, sentindo a magia em minhas veias. Somente uma pessoa da família poderia abrir aquela porta, estava selado com sangue.

O silêncio do lado de fora se arrastou para dentro, o que era atípico. A casa do Rio era envolta em muitos feitiços, um deles é a privação de som para o lado externo. Por isso, fiquei parada em frente a porta, aguardando, qualquer coisa, qualquer som. Era hora do almoço, deveria ter ao menos som de talheres. Meus olhos estudaram um vaso de crisântemos no meio do hall, em cima de uma mesa delicada de madeira. Olhei para elas como se não estivessem alí antes de minha saída pela manhã. Olhei para elas sem olhar verdadeiramente. Até que encontrei, subindo os olhos, meu irmão. Bem no alto da escada.

Suas mãos estavam no bolso, seu olhar era duro, sério. E eu me perguntei o que poderia ter acontecido. Até que veio o som, a barulheira que pertencia àquele lugar, mas não da forma costumeira.

- Como pôde fazer isso comigo?! - Ouvi Mor gritar. Meus olhos arregalaram e eu os direcionei para a entrada á esquerda, de onde vinha o som, e onde se localizava os escritórios de meus pais. - Eu posso lidar com acordos econômicos. Posso lidar com você indo até aquele maldito para fazer transações e joguinhos políticos para favorecer nossa corte. Mas isso é demais! - Ela voltou a berrar. Voltei a encarar meu irmão e percebi que não piscava, já que minha vista estava ardendo como o inferno. Seus olhos ainda me estudavam, porém de forma mais branda. Ouve uma resposta, abafada demais pela distância para que eu pudesse compreender, mas a pessoa mal conseguiu falar. - Sério, Rhysand? O que vai fazer em seguida, chamá-lo pra um encontro casual no Sidra's Coffe?

𝐀 𝐂𝐨𝐮𝐫𝐭 𝐨𝐟 𝐖𝐢𝐥𝐝𝐞𝐬𝐭 𝐃𝐫𝐞𝐚𝐦𝐬 | Eris Vanserra Onde histórias criam vida. Descubra agora