Gael

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● pov. Rafaella ●

2 meses tinham se passado, eu estava nos meus 9 meses de gestação, exatas 37 semanas e meia.

Marcela disse que eu teria chance ter um parto prematuro novamente por causa da minha primeira gravidez, não era uma regra, mas tinha a chance. Chance essa que não veio graças a Deus.

Eu estava sentindo muitas dores nas costas e nas pernas. Desde os 8 meses eu comecei a ter contrações de treinamento, era sempre um susto de que Gael quisesse nascer, mas no final era um alarme falso.

...

Era segunda-feira à tarde e eu estava na sala na companhia da minha sogra que veio ficar umas semanas com a gente. Lavínia, Valentina e Matteo estavam na escola.

- Meu filho se acalma um pouco. falei passando a mão em minha barriga na intensão de acalmá-lo.

- Esse menino vai ser custoso. Vera disse rindo.

- A mesma energia dos trigêmeos. falei sentindo um chute forte. - Ou, talvez mais, vou no banheiro. falei e ela assentiu.

Me levantei e segui para o banheiro, fiz xixi e um desespero tomou conta de mim quando vi sangue.

- Vera, Vera... chamei minha sogra e rapidamente ela apareceu na porta.

- O que foi Rafa? Tá sentindo al... ela se calou ao ver o sangue no papel higiênico.

- O tampão mucoso. falei.

- Calma, vamos pra sala.

Voltamos pra sala e eu me sentei no sofá novamente. Eu já tinha passado por aquilo antes, mas não tinha como não ficar nervosa. E da primeira vez, meu tampão mucoso havia saído 3 semanas antes do parto, mas cada gestação era uma gestação.

- Aai. gemi sentindo minha barriga endurecer e uma dor forte abaixo do ventre.

- Está sentindo contração? Vera perguntou próxima de mim.

- Aham, talvez agora não seja um alarme falso. falei.

- Eu vou ligar pra Gizelly. falou pegando seu celular e saiu pela casa a fora. - Joana... Joana...

No mesmo minuto Joana chegou na sala e veio até mim.

- Calma dona Rafaella, vai ficar tudo bem. Joana disse passando as mãos nas minhas costas.

- A Gizelly já está vindo pra cá. minha sogra disse voltando pra sala.

- Aaaai. dessa vez uma contração mais intensa me atingiu.

A cada minuto que passava pareciam horas, minha sogra massageava minhas costas e ombros e me ajudava a mudar de posição quando necessário.

- Rafa. me aliviei um pouco quando vi minha mulher entrar pela porta e veio ao meu encontro.

Eu apenas a abracei tentando relaxar um pouco.

- Vamos pra clínica, eu já liguei pra Marcela. ela falou me pegando no colo e seguiu comigo até o carro.

- As crianças, agora mesmo elas saem da escola.

- Não se preocupe, eu vou pegar elas. minha sogra disse.

Vi Joana colocando a bolsa de maternidade no banco de trás do carro.

- Vão com Deus, vai dar tudo certo. a ouvi dizer antes de Gizelly dar partida no carro.

...

Ao chegarmos na entrada da clínica, Gizelly parou o carro e duas enfermeiras vieram com a maca onde me deitei com a ajuda de Gizelly.

Fui levada para a sala de parto e poucos minutos depois Marcela entrou.

- Oi Rafa, vou fazer o toque em você ok? ela disse colocando as luvas e apenas assenti com a cabeça. - 1cm de dilatação. falou.

Gizelly entrou na sala já vestida com as roupas da clínica e veio ao meu encontro.

- Vamos ter que esperar até os 10cm, procure relaxar, dar uma caminhadinha que pode ajudar a acelerar a dilatação. Marcela disse.

...

Acho que umas duas horas tinham se passado, as dores eram intensas e voltavam de 10 em 10 minutos, e eu estava apenas com 4cm de dilatação.

Nesse momento eu estava com a cabeça encostada na parede sobre minhas mãos. Eu pensei que seria rápido na segunda vez, mas não, Marcela havia me dito que o que aconteceu em uma gestação não interferia na outra.

Gizelly falava palavras reconfortantes enquanto acariciava meu rosto, seu conforto estava me ajudando tanto.

- Quero sentar de novo. pedi.

Com um simples movimento, senti uma água escorrer entre minhas pernas. A bolsa tinha se rompido finalmente.

Gizelly me ajudou a ir até a maca e eu me sentei na mesma.

Uma vez ou outra as enfermeiras vinham me ver pra medir minha pressão e ouvir os batimentos cardíacos de Gael.

...

À noite já havia caído, 10 horas em trabalho de parto, 8cm de dilatação, a fora era tanta que eu já não tinha nem mais forças.

- Amor... não pude terminar o que ia falar devido à outra contração.

- Respira, conta até dez e relaxa. ela falava e eu tentava fazer o que ela pedia.

- Estamos quase lá Rafa, falta pouco. Marcela disse.

- Ei bebê, tá na hora de nascer, a mamãe Rafa e a mamãe Gi estão ansiosas pra sua chegada, pra te conhecer, ver seu rostinho. Gizelly falava acariciando minha barriga conversando com Gael.

Mesmo com as dores, eu me permiti sorrir.

Gael pareceu ouvir o pedido de Gizelly, pois minutos depois Marcela fez outro toque em mim e eu havia atingido os 10cm.

- Vamos Rafa, o Gael está pronto. Marcela disse com um sorriso no rosto.

Forças? Eu já não tinha mais, estava exausta de tanta dor, mas mesmo assim, eu busquei uma força dentro de mim. Praticamente esmagava a mão de Gizelly a cada força que fazia.

A dor se fez ausente quando ouvi o choro do meu filho. Meu bebê.

Emoção, amor, alegria tomou conta de mim, tudo junto.

- Estou muito orgulhosa de você vida. sorri entre as lágrimas.

Rafaella colocou Gael sobre mim e eu chorei mais ainda se é que era possível.

As horas em trabalho de parto tinham sido dolorosa e cansativa, mas quando ouvi o choro e senti o calor do corpinho contra o meu daquele serzinho que tinha acabado de dar à luz, era imensurável dizer o que eu sentia.

...

O baby Gael deu trabalho mas veio kkkkk 👉👈

Entre Laços, e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora