Capítulo Único

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Sahh aqui!

One bem fluffyzinha do meu otp pra deixar vcs com diabetes :3

***

Os lábios moviam-se com cuidado e dedicação, bocas entretidas numa união de apetite e avidez.

Um garoto, possuidor de uma estatura alta e corpo atlético, encontrava-se cuidadosamente debruçado sobre seu delicado companheiro; este, por sua vez, apresentava uma constituição magra e pequena, e tinha as costas pressionadas contra a grama macia. A frondosa sombra de uma árvore envolvia-os em seu frescor, e ambos, absortos a tudo ao redor, prosseguiam, totalmente focados naquele instante afável.

Aquela era uma ocasião em que Hinata Shouyou e Kageyama Tobio podiam se perder na paixão unânime que sentiam um pelo outro. Beijavam-se com toda calma do mundo, aproveitando cada segundo que estavam juntos.

Totalmente leve, Hinata subiu as mãos ao pescoço de Tobio, tocando a pele exposta com delicadeza. Aprofundou, gracioso, um pouco mais o contato entre as bocas.

Não importava quanto tempo passasse, Hinata nunca perderia a mania de transpassar certa timidez em cada ação a Kageyama. Isso podia preocupá-lo às vezes, mas o que o ruivo não sabia era que o garoto de cabelos pretos embevecia-se com esse aspecto de sua personalidade.

O período fascinante entre os dois continuou. Hinata, por vezes, deixava escapar suspiros completamente extasiados. Seus profundos sentimentos eram transmitidos àquele instante único, ao passo que Kageyama possuía mais iniciativa em cada toque sobre si.

Permitiu-se felicitar com o fato de, atualmente, conseguir acompanhar perfeitamente os lábios dele sobre os seus. No começo do relacionamento, era evidente a inexperiência que ambos possuíam para tal tipo de contato, mas isso não queria dizer que os primeiros beijos que trocaram haviam tido um grau de inferioridade em relação à emoção ou fascínio; na verdade, havia sido totalmente o contrário.

Naquele momento, sentia-se na mais completa paz. A grama úmida tocava-lhe delicadamente as orelhas. Seu interior encontrava-se numa mistura de alegria e leveza, e amava o fato de essas emoções só serem capazes de surgir por conta de Tobio.

De repente, algo apitou em sua mente.

— Ei, Kageyama.

— Hum? — Tobio diminuiu o ritmo da exploração aos seus lábios, passando a ofertar, agora, longos selinhos em sua face, volta ou outra, retornando à boca um tanto arfante. Fazer isso ajudava na comunicação.

O canto dos lábios de Hinata alargou-se, risonho. Adorava quando ele fazia isso. Sua evidente vontade de rir, porém, não passou despercebida para Kageyama.

— Você parece uma criança, Hinata.

— Você pode dizer isso, mas não esqueça quem de nós dois é o mais velho aqui — rebateu, divertido.

— Tanto faz. O que foi?

Os olhos de Hinata se arquearam. Recordou-se do que queria perguntar.

— Ah sim, eu queria saber de uma coisa. O que acha da minha aparência?

Kageyama cessou com os beijos na hora. Inclinou-se um pouco para trás, e seus olhos transpassaram, de cara, confusão.

Aparência? — repetiu.

— É — Hinata afirmou, simples. — A acha agradável?

Com a pergunta, Tobio não demorou a tirar o corpo de cima dele, indo para trás. Hinata igualmente ergueu-se e se sentou de pernas cruzadas. Sua pergunta, mesmo tendo dado a impressão, não possuía nenhum tipo de insegurança. Estava apenas curioso.

E Kageyama, o conhecendo melhor que ninguém, permitiu-se tranquilizar com isso. De tal modo, lançou a Shouyou um olhar analisador.

— Se é assim, fale o que acha de mim, primeiro — estabeleceu, perpétuo.

Hinata fez uma careta.

— Isso não é justo — reclamou. — Afinal, fui eu que perguntei.

Kageyama não mostrou sinal de que daria o braço a torcer. Sua expressão tornou-se severa.

— Então esqueça esse assunto — decretou, por fim. — Aliás, já tá na hora de voltarmos.

— Não, não, espere! — Hinata ergueu as mãos, agitado. Apertou os olhos em completo amargor, frustrado ao ver que havia perdido a batalha. — Ok, eu falo.

Tobio arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. Quis ver onde aquela conversa iria dar.

— Estou ouvindo.

Hinata pensou por alguns instantes, olhos grandes e inocentes perdidos no céu azul.

— Hum, vejamos — ele franziu o cenho, concentrado. — Você não é alguém de rosto fácil de esquecer — admitiu. — Sua expressão está sempre brava e impaciente, e seus olhos, por muito tempo, me foram extremamente intimidantes. Mas — mirou-o animado. —, quando você não tá nervoso, é muito agradável olhar pra você!

É. Hinata não era muito bom em formular descrições específicas, mas, pelo menos, ele havia sido totalmente sincero. Em vista disso, o rosto de Tobio moldou-se numa expressão um tanto rigorosa, mas não fez reclamações sobre as palavras dele.

Em vez disso, decidiu sair-se melhor.

— Deixe-me pensar — levou a mão ao queixo, pensativo. — Seu rosto sempre me pareceu bem... inocente.

Hinata se interessou.

— Já me disseram que sou mais fofo do que bonito — soltou a informação que julgou necessária para o momento.

Kageyama sorriu, maldoso.

— Bem, eles não estavam de todo errado — provocou.

— Ah, Kageyama... — Hinata ficou intensamente frustrado. — Isso não está sendo divertido. Leve a sério!

Kageyama revirou os olhos e suspirou.

— Está bem, boke — encarou, então, Hinata com atenção. Agora sim, agiria com verdadeira franqueza. — Bem... seus cabelos são ruivos, mas acho que de uma maneira mais delicada — estudou-os. — O brilho laranja me lembra o pôr-do-sol de todo fim de tarde.

O semblante de Shouyou se surpreendeu.

— Oh, é sério?

Assentiu com a cabeça.

— É. Quanto aos seus olhos... eles são da mesma cor, grandes e idealistas. E a pele do seu rosto é macia, igual a de um bebê.

Shouyou fez uma careta, mas decidiu não interromper. Não soube classificar tal comparação como algo positivo ou negativo.

Kageyama continuou, concentrado:

— Para terminar, sempre notei como você consegue formar um sorriso fácil no rosto. Animado e sonhador. Conquista àqueles ao seu redor.

Hinata arqueou uma sobrancelha.

— Conclusão?

Sorriu para ele.

— Todas essas características são as mais atrativas que já vi na vida.

Após a frase ser jogada no ar, instantaneamente, o rosto de Shouyou assumiu uma coloração vermelha.

Ele havia sido tão... direto.

— A-ah, eu... — gaguejou, as palavras saindo atrapalhadas.

— Vamos, boke — Kageyama ergueu-se, limpando a grama que grudou na roupa. — Já respondi a sua pergunta, agora temos que ir.

Apesar do tom natural, seu rosto denunciava sinais leves e satisfeitos. Era engraçado ver Hinata todo desestabilizado. Mais recuperado, Shouyou permitiu-se abrir um sorriso amplo antes de se levantar e acompanhar, vivamente, aquele que descobriu se tratar da única pessoa capaz de transformar seus sentimentos em algo fascinante.

Sim. Agora que Kageyama havia dito, Hinata também concordava que o garoto de cabelos negros se tratava da imagem mais atrativa que já havia visto na vida.

E então, Kageyama? | KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora