♡︎ Bárbara Narrando ♡︎
Bati na porta levemente.
─ Pode entrar. – tia Angélica disse de dentro de sua sala.
─ Oii tia. – eu digo.
─ Oi querida! – ela me cumprimenta com um abraço. – E aí? Como vão as coisas?
─ Vão mais ou menos bem. – digo enquanto me sento de frente para ela.
─ Conta tudo. – ela diz se sentando na minha frente.
─ É que, as coisas têm sido estranhas. Tem tido, muitas coisas, ocasiões, que sempre a Lizzie está presente... – eu digo.
─ Que tipo de ocasiões? – ela pergunta.
─ Por exemplo: outro dia, o Victor e eu estavamos andando pela escola, até que nós fomos ver o quadro de avisos e tinha um cartaz falando sobre o atentado. Ontem, eu e as minhas amigas ficamos no sótão de casa, vendo fotos antigas e todas que eu via era relacionado a ela. – eu explico.
─ Entendo, então, aparições estranhas.... – ela diz anotando algo em seu bloco de notas. – Então, você sente como se tudo o que você olha, o seu cérebro liga com Lizzie, ou, você sente que realmente, são aparições físicas?
─ Acho que a primeira opção misturada com a segunda. Além de eu conectar tudo com ela, eu já não sei mais diferenciar o que é coisas da minha cabeça, e o que é real...
─ Entendo... – ela diz anotando mais algumas coisas.
Nós continuamos a conversar sobre o que acontecia na minha vida.
Realmente, tudo está relacionado à Lizzie.
Qualquer criança que eu vejo nos Outdoors, eu relaciono com ela.
Quando eu solto meu cabelo, eu lembro dela.
Quando eu coloco brincos de argola, eu lembro dela.
Isso é, repugnante.
Essa sensação de luto, de você não poder fazer nada para salvar aquela pessoa.
No meu caso, eu vi ela se soltar da minha mão.
Eu vi isso acontecer.
Isso é, frustrante.
O luto é uma coisa tão dolorosa, que parece que seu peito vai explodir.
Eu não desejo isso a ninguém.
As pessoas reagem de diferentes maneiras com o luto.
Algumas choram dias inteiros.
Outras se rendem a vícios, como drogas, cigarros, álcool...
E têm as pessoas como eu: que escondem.
Eu digo que está tudo bem, que eu estou superando, e que é só uma fase difícil.
Mas, de noite, eu continuo tomando remédios, para dormir pelo menos quatro horas por noite.
Eu digo que está tudo bem, mas eu sei que quando chegar em casa, minha lâmina vai estar à minha espera.
Eu queria desistir disso, há muito tempo.
Se olhar no meu calendário, em vários meses você encontrará a sigla "UD", ou seja, o último dia.
Mas, eu não consegui nunca cumprir com esse combinado.
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𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳
Romance𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 ▬☁ 𝖿𝖺𝗇𝖿𝗂𝖼𝗍𝗂𝗈𝗇 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋. 𝗗𝗿𝗮𝘄𝗶𝗻𝗴 𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗼𝗿𝘀𝘁 𝗼𝗳 𝗺𝗲 ✍️ ⨳▬ 𝐒𝐘𝐍𝐎𝐏𝐒𝐈𝐒 ▬⨳ 𝐎𝐍𝐃𝐄, Victor Augusto, não era o tipo de pessoa que curtia um romance cli...