"Mads, tá fugindo com medo do seu namorado não subir ao pódio hoje?"
Madison Walker é uma modelo de 21 anos, nascida e criada em Londres. Uma garota simpática, bastante amigável e com uma carreira em ascensão. Ela só não esperava que uma oferta de...
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Madison Walker
O treino começa, do box os engenheiros passam instruções exatas para Lando. Kriss e eu tentamos acompanhar mas são números demais, não dá. Estatísticas não são minha praia.
Assim que tenta finalizar sua primeira volta, marcando tempo, Lando comunica no rádio que algo parece quebrado em seu carro e é instruído à voltar para os boxes. Algum tempo depois o inglês finalmente chega e sai do carro, aparentemente estressado.
-Vamos te colocar de volta na pista antes que o primeiro treino finalize. - Avisa o estrategista.
-Tanto faz. - Ele responde jogando as luvas no balcão.
Lando vem até nós e tenta nos explicar o que foi passado à ele, nada daquilo faz o menor sentido. Pedal, freio, acelerador e os problemas no motor.
-Pra mim você continua falando grego - digo me recostando na parede - da mesma forma que ele.
-Como um deus grego? - Ele pergunta sorrindo.
-Hm, não sei não, seu cabelo tá meio bagunçado demais. - Kriss responde fazendo uma cara feia ao olhar pro topo da cabeça do piloto.
O narrador da corrida começa a falar sobre uma possível disputa, cedo demais, entre Max, Lewis e Sebastian, simulando a corrida antes mesmo de completarem o primeiro treino.
-O que eles estão fazendo? - Lando questiona se virando pra tela. - Por que essas coisas só acontecem quando não estou na pista.
-Fica quieto, deixa eu arrumar seu cabelo. - Pego um pequeno pente em minha bolsa e começo a passar por seus fios. Por trás de sua cabeça vejo uma nuvem de poeira e fumaça advinda da pista. A bandeira vermelha balança loucamente em todos os lugares. Tudo parece acontecer em questão de segundos. O barulho é tão forte que consigo sentir em meu peito.
Como se estivesse em câmera lenta nos afastamos da parede. Corremos para o pessoal nos rádios da McLaren, do outro lado do pit. Curiosos.
-Quem foi? - Lando pergunta colocando um fone e outros dois são entregues para mim e para Kriss.
-Não dá pra ver. A câmera estava fechada em Lewis e Max. Todas elas. - O engenheiro diz rápido, aflito.
O carro de Sainz encosta no box e ele sai rápido, vindo em nossa direção. De um em um os carros encostam e a tenção aumenta. Os fãs nas arquibancadas cochicham entre si, como se analisassem o caso a procura de quem foi. O rádio de Vettel aparece na tela, sinto isso em minha garganta, prestes a vomitar.
-Merda! Eu vi ele. Tem alguém atrás de mim? - O piloto alemão grita nos rádios eufórico. O autódromo está em completo silêncio. As únicas pessoas atrás dele, nesse momento, são os marshalls que gritam e balançam seus braços, confusos. Quanto aos outros pilotos, alguns estão à caminho ou entrando no box. Exceto ele.
-Não. Seb estão todos vindo para os box, por que tá dando ré? É uma bandeira vermelha, venha pro box. Box, box. Sebastian tá fazendo o quê?
-Porra, é o Charles! Charles foi quem rodou! - A voz do alemão reverbera através dos fones em meu ouvido e me enterro nos braços de Lando que me segura enquanto minhas mãos prendem o fone. Não consigo sentir meus braços, ou qualquer outra parte do meu corpo. Quero me esconder, mas assim eu não poderia vê-lo. Não posso chorar, nada de ruim aconteceu. - Puta que pariu!
O engenheiro ferrarista muda a linha e chama Charles pelo rádio.
-Charles, responda. Tá tudo bem? Seu rádio ainda funciona? - Nada. Silêncio. Chiado. Sirenes começam a soar, minhas pernas tremem e Lando me aperta ainda mais. - Charles?
Binotto levanta da cadeira e se recosta na grade. Alguns pilotos fazem o mesmo. Foi feio, feio o bastante pra eles ouvirem do ponto em que estavam. Feio o bastante para doer em nós mesmos.
Sebastian Vettel para seu carro ao lado da batida e desce o mais rápido que pode. Correndo em direção ao monegásco. Meu monegásco melhor amigo, eu preciso que ele saia de lá. Vamos, Charles, reage.
