Red Lip's

04. "Será que ele está tendo um caso?!"

Já fazia uma semana desde que eu coloquei um anuncio para alugar dois quartos, no jornal, e até agora nada! Eu sei que estou um pouco apressada quanto a isso, mas é que não agüento mais ficar aqui sozinha ou pedir para o Roxy passar a noite comigo. Ele tem a vida e a casa dele pra se preocupar e não precisa dos meus problemas para acrescentar aos seus.

Eu também criei coragem e entrei no quarto do meu pai. Consegui esvaziá-lo, com a ajuda do Roxy, é claro, pois não conseguiria sozinha. Levamos as coisas para um quarto do andar de cima, eu o usava como depósito, mas coloquei minhas coisas em outro lugar para depois dar atenção e arrumá-las. Queria estar preparada para quando alguém se interessar em alugar algum quarto. O outro, como era de hospedes já estava arrumado, só precisava tirar um pouco o pó.

Encontrei várias coisas no quarto do meu pai e que mexeram bastante com o meu emocional. Algumas nem lembrava mais que existia e outras, eu nem sabia que existiam. Encontrei uma caixa com os presentes que dei para ele quando ainda estudava, encontrei algumas fotos antigas nossas... E também fiz um achado, encontrei uma caixa com os dizeres: Coisas de Clarisse, e a abri imediatamente, eram as coisas da minha mãe, e que meu pai nunca me falou que tinha, dizendo sempre que só tinha a chave e nada mais. Dentro da caixa continha duas fotos da minha mãe, uma estava muito desgastada e não dava pra ver seu rosto nitidamente e a outra ela estava com um chapéu que cobria boa parte do seu rosto só deixando à mostra seus lábios vermelhos puxado em um sorriso que te faz hipnotizar. Ela era/é muito bonita! – pensei comigo. Tinha um jeito diva anos 20... Era encantadora. Mesmo que só pela foto.

-- Por que me abandonou?! – murmuro para mim mesma, enquanto encarava a foto

Também encontrei uma caixinha de música que era um carrossel, ele estava em uma caixa para não quebrar e era simplesmente lindo. Girei a chave e o tilintar da caixinha ecoou pelo quarto. Havia um chapéu de cor vinho com a aba um pouco grande e percebi que era o mesmo chapéu da foto, só que bem empoeirado. Tinha um espelho trincado, mas com um suporte lindo de prata, e o ultimo objeto era um perfume pequeno, com o frasco bem decorado, tinha um liquido de cor puxado para o rosa e que se eu não me engano, as pessoas chamam esse perfume de: Perfume Bottle, mas não tenho certeza.

Recoloquei as coisas na caixa e as levei para o meu quarto, iria ficar com tudo, mandaria arrumar o espelho, lavar o chapéu, usar o perfume... E por mais que eu não queira admitir, por causa da mágoa que eu sinto dela, sempre gostei desse jeito da minha mãe, o estilo, sempre me agradou e eu, bem, queria me parecer um pouco com ela nesse aspecto.

Quanto ao bar, ainda não mexi com nada, deixei tudo nas mãos do Roxy. Ele disse que vai me ensinar como funcionam as finanças, os pedidos... Tudo o que envolve a parte burocrática. Colocamos também no anuncio que precisamos de funcionários, eu ainda não havia falado com o Jason, pra ver se ele iria mesmo continuar ou ir embora. Estava começando a duvidar do Roxy, o Jason deu uma sumida e isso indica que ele abandonou o emprego, não é?

Estava passando os canais da televisão sem ter nenhum em mente, só queria encontrar algo bom para assistir, mas nada que agradasse estava passando. Eu estava com muito tédio, tanto que nem me arrumei quando acordei, fui direto à cozinha pegar algo para comer e me acomodei no sofá.

-- Droga! – disse desistindo de assistir alguma coisa

Ia tomar um banho e andar por aí quando o meu telefone começou a tocar. Era um número desconhecido, mas atendi, vai que era alguém interessando no trabalho ou no quarto?

E eu estava certa!

-- Alô?!

-- Oi! – uma voz animada me cumprimenta – É a Olívia Taylor?! – escuto um barulho de papel