Pov.: Ravena Grimes
O tal do Aaron queria falar com o meu pai, e depois de bastante conversar as meninas me convenceram a levá-lo até o celeiro, ele estava sozinho e só tinha uma arma.
No caminho até o celeiro ele nos explicou sobre a comunidade dele e sobre um "teste".
-Oi. Pessoal! –Falei entrando primeiro no celeiro. –Esse aqui é o Aaron.
Falei mostrando o mesmo e as meninas logo atrás, rapidamente todos sacaram suas armas e Daryl passou por mim como um foguete para checar se tinha mais alguém do lado de fora.
-Encontramos ele lá fora, sozinho. –Continuei.
-Pegamos a arma e as coisas dele. –Disse Maggie.
Mesmo assim Daryl o revistou novamente como se não se importasse de já termos feito isso.
-Oi! –Disse depois que Daryl o revistou. –Prazer conhecer vocês.
-Disse que ele tinha uma arma. –Meu pai falou fazendo Maggie ir até ele para entregá-la. –Precisa de alguma coisa?
-Tem um acampamento. Aqui perto. –Explicou Sasha. –Ele quer que a gente faça um teste para virarmos membros.
-Eu queria que tivesse outra palavra. –Disse Aaron. –Teste faz parecer que somos um grupo da dança. Isso é coisa de sexta à noite. E não é um acampamento. É uma comunidade, acho que todos vocês seriam valiosos lá, mas a decisão não é minha. A minha tarefa é convencer vocês a virem comigo.
-Cara, seus argumentos não estão bons. –Falei vendo a merda que ia acontecer.
-Eu sei. Se eu fosse vocês também não iria. Não até saber no que eu estaria me metendo. Ravena pode dar a minha mochila para o Rick?
Andei até meu pai com a mochila do Aaron nas costas e a entreguei parando ao seu lado.
-No bolso da frente tem um envelope. Não tem com eu convencer vocês a virem comigo só falando da nossa comunidade. É por isso que eu trouxe isso. Peço desculpas de antemão pela qualidade das fotos. Achamos um...
-Ninguém dá à mínima, cara. –Daryl o interrompeu.
-Você está absolutamente certo. –Aaron disse enquanto eu e meu pai olhávamos as fotos. –Essa é a primeira foto que eu queria mostrar. Porque nada do que dissermos sobre a nossa comunidade vai importar, a menos que se sintam seguros. Juntando-se a nós estarão seguros. Cada painel naquele muro é uma estrutura de aço com quase cinco metros de altura e quatro de largura. Montada com barras e tubos de aço bem reforçados. Nada vivo ou morto passa sem a nossa permissão. Como eu disse, é obvio que a nossa segurança é muito importante. Na verdade só tem um recurso que é mais vital para a sobrevivência da comunidade. As pessoas. Juntos somos mais fortes. Vocês podem nos deixar ainda mais fortes. Na próxima foto...
-Ravena. –Meu pai o interrompeu olhando para mim.
Em seguida ele acenou para Aaron com a cabeça e eu entendi na hora o que ele queria, era óbvio que ele não estava nenhum pouco crente daquela conversinha dele.
Caminhei até o homem a minha frente devagar enquanto ele continuava com o discursinho dele sobre a "comunidade", parei na frente dele, o deixando um pouco confuso. Acertei um soco no mesmo logo em seguida o fazendo cair no chão desacordado.
-Uau! Nem foi tão forte assim. –Falei vendo o cara desmaiado aos meus pés.
-Só para explicar. Aquele olhar que eu dei não foi para dizer vamos atacar esse cara. Foi um olhar do tipo, esse cara parece ser legal. –Michonne falou para meu pai.
-Amarrem ele. Peguem a mochila dele. Vamos ver quem esse cara é de verdade. –Mandou Rick.
-O resto de vocês fiquem de olho em todas as direções. Vão vir atrás de nós. –Falei parando ao lado do meu pai. –Não sabemos como ou quando, mas virão.
-Ravena, nós não o vimos chegando. Ele poderia ter nos ferido se quisesse. –Maggie tentou argumentar.
-Estão vendo alguma coisa? –Meu pai perguntou ignorando Maggie.
-Só um monte de lugar para se esconder. –Respondeu Glenn.
Depois eu e meu pai, fomos até os meninos que vasculhavam a bolsa dele, eles não encontraram muitas coisas úteis, mas um objeto em particular chamou minha atenção, um sinalizador.
-Um bom cruzado de direita, Ravena. –Escutei Aaron falar chamando minha atenção. –Estão sendo cautelosos, eu entendo muito bem.
-Quantos de vocês estão lá fora? –Perguntei chegando perto. –Tem um sinalizador, ia avisar para a sua gente. Quantos têm lá fora?
-E isso importa?
-Ora, é claro que importa. –Falou Rick mais atrás de mim.
-Olha, é claro que importa quantas pessoas tem mesmo lá fora. Mas importa quantas pessoas eu falar que tem?
-O cara tem um ponto. –Falei olhando para meu pai.
-Eu tenho certeza que não importa o número que eu disser. Oito, trinta e duas, quatrocentos e quarenta e quatro, nenhuma. Não importa o que eu disser vocês não vão confiar em mim.
-Bom é difícil confiar em alguém que sorri depois de levar um soco na cara. –Meu pai falou parando ao meu lado.
-E num cara que deixa garrafas de água para vocês na estrada?
-Há quanto tempo estão seguindo a gente? –Daryl perguntou se juntando a mim e ao meu pai.
-O bastante para ver que vocês ignoraram um bando de andarilhos no seu caminho. O bastante para ver que apesar da falta de água e comida, não se viraram uns contra os outros. São sobreviventes, e são pessoas.
-Ele tá conseguindo me convencer. –Sussurrei para Daryl e meu pai.
-Como eu disse, e espero que não me soque por dizer isso de novo, esse é o recurso mais importante no mundo.
-Quantos outros têm lá fora? –Meu pai perguntou.
-Um. –Falou e ninguém acreditou nele. –Sabia que não iam acreditar. Se não for com palavras e nem fotos, o que eu preciso fazer para convencer de que isso é real? E se eu levar vocês para a comunidade? Todos vocês? Se sairmos agora vamos chegar ao almoço.
-E como dezenove de nós caberiam no carro que você e seu amigo chegaram aqui? –Perguntei.
-Viemos separados. Se acharmos um grupo queremos levar todos para lá. Tem lugar para todos nós.
-E pararam só a alguns quilômetros daqui, certo? –Perguntou Carol.
-A leste da Estrada Ridge, logo depois da Rota 16. Queríamos chegar mais perto, mas aí a tempestade chegou e bloqueou a estrada. Não deu para limpar.
-É, pensaram mesmo em tudo.
-Rick, se eu quisesse encurralar vocês eu teria feito aqui. Atear fogo no celeiro enquanto dormiam, pegar todos enquanto fugissem pela única saída.
-Cara, você tá se afundando assim. Cala a boca. –Falei com a mão no rosto.
-O que eu quero dizer é que, podem confiar em mim.