Capítulo 76

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Ok, eu não iria surtar, né? Não agora, agora não dá, agora não posso.

Isso que dá quando você tem o marido mais sossegado desse mundo: surtos e desespero.

Nós estávamos indo para nosso hotel, que segundo ele, tinha um quarto conjugado apenas para nos arrumarmos separadamente.

Mas o que ele fez?

Agendou para o cabeleireiro e o maquiador chegarem à uma da tarde.

uma.

da.

tarde.

Eu amo Christopher, realmente amo, mas essa tranquilidade dele de falar "vai dar tempo" me fazia querer matá-lo às vezes. E hoje seria um dia desses.

Chegamos no hotel e eu, assim que pisamos naquele quarto, decidi que iria tentar ao máximo adiantar tudo. Comecei a desfazer minha mala, que tinha tanta roupa, que não sabia nem porquê tinha trago.

— Dul, o que você tá fazendo? — Christopher me perguntou observando de longe.

— Você não me deu tempo, Uckermann, então eu tenho que me virar. Vou começar a me arrumar. — comecei a sentir meus olhos lacrimejarem e meu coração bater forte assim que encarei sua feição confusa. — Já são quase dez da manhã e eu não tenho tempo. Você acha que essa cara horrível minha fica bela rápido assim? — Ele me fez largar tudo e me agarrou em um abraço apertado, enquanto acariciava meus cabelos e me pedia calma. Segurei o choro ao máximo que pude e mas estava extremamente difícil de controlar. Ainda bem que eu tinha ele.

— Meu amor, não precisa ficar assim. Tudo vai dar certo, eu sei que você precisa do seu tempo, e por isso eu agendei tudo exatamente cronometrado. — ele me fez olhar em seus olhos e beijou em minha testa. Christopher limpou uma lágrima que insistia em escorrer e sorriu de uma forma que acalentou minha alma. — Você é a mulher mais bonita desse planeta, Maria, te deixar bela é uma coisa redundante. Você usando um chapéu horroroso, roupas duvidosas, e uma maquiagem errada ou borrada, eu ainda te acharia a mais bonita do mundo. — ele segurou em meu rosto com as duas mãos e roçou nossos narizes. Meu coração batia descompassado e eu estava sem saber o que dizer, por sorte, nossa comunicação era através do olhar, e Christopher podia saber exatamente o que palavras não diziam naquele momento. — por mim a gente casava aqui e agora, mas eu tenho mais surpresas para você. — ele murmurou e eu me afastei o suficiente para olhá-lo.

— Você não cansa, não? — ele franziu o cenho e se afastou mais um pouquinho.

— Do que?

— De mim? Dos meus surtos? De ser esse cara perfeito que você é? Eu tenho certeza que você não existe, você foi escrito por uma mulher, exatamente como Tom Holland, Andrew Garfield ou Harry Styles. — ele soltou uma gargalhada e eu senti um arrepio percorrer pela minha espinha. — Vocês não são reais, mas eu tenho tanta sorte de ter um homem não real só pra mim.

— Uma queda por britânicos, Saviñon?

— Eu amo os ingleses. — suspirei pensando em todos os meus crushes em todas as eras. — Mas meu coração foi roubado por um mexicano safado com uns cachinhos adoráveis, um sorriso de cafajeste e uma bunda gorda que eu amo arranhar e apertar. — Christopher riu e abraçou minha cintura.

— Eu amo seus surtos, suas loucuras, e suas referências do mundo pop. Eu amo tudo que envolve você. — sorri largamente para ele e me joguei em seus braços com um beijo, que começou calmo, mas logo que estava apressado.

Christopher me pegou no colo e me pressionou contra a parede, sem desgrudar nossas bocas. Minha intimidade estava pulsando por ele, era louco notar que a minutos atrás eu quase tive uma crise de ansiedade, mas agora tudo que eu preciso é transar com meu marido.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora